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Bola rolando

Atualmente vivemos num mundo apaixonado pelo esporte, especialmente o futebol. No Brasil então, esta atração parece ser maior ainda. São 27 estados diferenciados entre si pelos costumes, tradições, sotaques, mas unidos por uma estranha sensação: a de que todos são iguais quando uma bola está rolando. E este amor quase inexplicável por esta atividade tão conhecida e praticada vem de longa data.

No Brasil central, este magnetismo começou cedo. O berço do futebol foi o ginásio Diocesano de Uberaba. Entregue à “Congregação dos Maristas”, em setembro de 1903 os irmãos Luís e Mateus trouxeram a primeira esfera de borracha diretamente da França.

A “redonda” como hoje em dia é carinhosamente chamada tinha 22 centimetros de diâmetro e veio sem o “capão” de couro. Para solucionar o problema, o ginasiano Gabriel Totti mandou-a nas oficinas da selaria do Sr. Estevão Pucci, que ficava situada na rua do comércio. Lá fez o capão de couro. Essa bola serviu para a realização de bate bola nos recreios e também protagonizou pequenas partidas na instituição.

Este período da primeira bola durou 15 dias. Depois de passar uma noite ao relento, foi constatado que o bico da esfera estava estragado. O responsável pela “obra” tinha sido um cão pertencente ao Sr. Mateus. Então não teve outro jeito. A solução foi apelar para uma nova bola.
E não demorou muito para surgir a salvação. A segunda esfera veio um ano depois. Com ela, formava-se um bate-bolão com 30 jogadores, ficando 15 de cada lado, como um dos autênticos rachões dos dias atuais, mas com mais atletas.

Já a terceira bola apareceu em 1905. Estava maior. Media 30 centímetros de diâmetros. Nesta época, foi feita a mais antiga foto do futebol em Uberaba ainda existente. Nela, estão os alunos do ginásio Marista praticando o esporte.



Estréia com a bola toda

O primeiro jogo de fato que aconteceu em Uberaba foi disputado há quase 100 anos. Foi em 25 de abril de 1908. Nesta data, dois times do Diocesano entraram em campo escalado para se enfrentarem. Um uniformizado de branco e preto e o outro de verde e amarelo. As equipes atuaram no vasto campo de esporte que ficava localizado nos fundos do ginásio Diocesano.

Mas, o jogo oficial pioneiro no município foi promovido em maio de 1911, pouco mais de três anos depois. No dia três daquele mês, organizou-se o duelo entre Diocesano Futebol Clube e uma equipe de Araguari, o Americano Futebol Clube, mesma equipe que cerca de seis anos depois se tornava o primeiro adversário da história do Uberaba Sport Club.

O jogo entre Diocesano e Americano aconteceu durante os festejos da Exposição Agropecuária no “Prado de São Benedito”. No encontro, o Diocesano não deu chances ao adversário e o derrubou, vencendo pelo placar absoluto de 2 a 0.

Embora o Diocesano tenha sido o pioneiro em termos de jogos oficiais em Uberaba, o primeiro time fundado na cidade chamava-se Mojiana Futebol Clube, que nasceu antes mesmo do Diocesano. A segunda agremiação a ser criada no município uberabense foi o Atlético Futebol Clube, que também surgiu antes do Diocesano Futebol Clube. Tanto o Mojiana quanto o Atlético não tiveram jogos oficiais em suas respectivas trajetórias.



86 anos de glórias

Com 86 anos de fundação, o Uberaba Sport Club guarda inúmeras histórias de sucessos e conquistas. De acordo com relatos presentes no livro “História do Futebol em Uberaba”, do historiador Hildebrando Pontes, no dia 15 de julho de 1917, foi criado o clube colorado que se sagrou recentemente campeão mineiro do Módulo B/2003.

Quase um mês antes da fundação do Uberaba Sport, em 24 de junho de 1917, o Conquista Atlético Clube veio jogar em Uberaba para retribuir a visita do União Esporte Clube. Desfalcado, o União organizou-se junto com atletas do Rio Branco Futebol Clube para não fazer feio.

A equipe uberabense venceu por 1 a 0. O resultado positivo aliado à outros que vinham sendo conquistados pelos locais provocou ótima impressão aos torcedores, que lamentavam o fato da cidade não ter um time à altura dela e de seu adiantamento. Como municípios mineiros e paulistas já tinham equipes fortes, à vontade de criar uma agremiação competitiva e de qualidade em Uberaba cresceu. Estas ponderações vindas de um grupo de apaixonados pelo futebol local motivaram a criação do Uberaba Sport.

Então, no dia 15 de julho de 1917, várias pessoas reuniram-se no salão do Cinema Triângulo para a promoverem a construção de um clube esportivo. A idéia de Fernando Kruger foi acatada pelos seus companheiros participantes do evento. Na seqüência, todos presentes iniciaram um debate para encontrarem um nome para a associação esportiva.

Os integrantes do encontro pensaram em diversas nomenclaturas. Uma delas foi Brasil Sport Club, mas a eleita por unanimidade acabou sendo a mesma vigente nos dias atuais e proposta por Fernando Von Kruger. Outro ponto discutido e definido na reunião foi à escolha da primeira diretoria.



Os 1º membros da Diretoria do USC

Desde o primeiro dia de existência do Uberaba Sport Club, um comandante esteve à frente tomando decisões difíceis, mas, necessárias. Como toda associação envolvendo pessoas, um time não é diferente e exige a palavra final de alguém, geralmente o presidente, para a concretização das ações necessárias.

No colorado, o primeiro presidente efetivo foi Cantidiano de Almeida e o presidente honorário pioneiro foi o Cel. Manuel Terra. Dentro da direção escolhida no ato da criação do time uberabense, ficaram registrados na história inicial da agremiação também o secretário Carlos de Carvalho, o tesoureiro Fernando Von Kruger, idealizador do nome do clube e o procurador José Macário dos Santos. Tiveram também o diretor esportivo Dr. Antônio Fonseca e o capitão geral Olavo Junqueira Machado, ocupando um cargo nem existente mais.

Além destes, o Conselho Deliberativo “abre alas” foi composto por oito homens da sociedade uberabense: Dr. Domingos Paraíso, Dr. Arquimedes da Cunha Campos, Sivino Pacheco de Araújo, Dr. Ricardo Fonseca, Dr. Tancredo Martins, Cel. Raul Terra, Artur Machado Júnior e, por fim, Ranulfo Taveira.

Além destes, compõe a executiva do Uberaba Sport o presidente do Conselho Deliberativo Pedro Felício da Silva, o presidente licenciado Públio Emílio Rocha, o diretor de Comunicação Wellington Cardoso Ramos, o diretor de Marketing Guto Jardim, o diretor social Ézio de Martino e o assessor jurídico Leandro Cavalcante. Tem ainda, fazendo o elo de ligação entre a diretoria, comissão técnica e jogadores o gerente geral de futebol Paulo Rodrigues, além do supervisor técnico geral Sérgio Martins.



Ídolos para sempre

Imortalizados na história do futebol, os craques do passado são como bens dos clubes que nunca são esquecidos. No colorado, nomes como o de Paulo Luciano, Toinzinho, Naim, Saraiva, Diron, Vandinho, Paulo Valim, Onormandes, e muitos outros estão gravados nos anais do Boulanger Fuce.

Da mesma forma que um velho ditado diz “vão os anéis e ficam os dedos”, no Uberaba Sport, os anos passam, mas, os ídolos seguem sendo amados pela fanática torcida que sempre empurrou o clube mais antigo da cidade.

São tantos nomes registrados na longa história colorada que não dá para contar a trajetória de todos, mas, nestas e nas próximas linhas, pelo menos um pouco destes momentos serão lembrados. Foram atuações memoráveis, dignas de receberem homenagens e placas em estádios. Tiveram gols que abrilhantaram partidas mornas e sacudiram os torcedores nas arquibancadas. Lances que encheram os olhos dos narradores, dribles desconcertantes, jogadas de efeito, tudo que faz parte do velho e bom futebol arte.

Os craques do passado de qualquer equipe ou seleção param de jogar, mas as lembranças das proezas que fizeram em campo jamais serão esquecidas. Nem o tempo apaga aquilo que de melhor proporcionaram dentro das quatro linhas. Fazem parte do espetáculo: eternamente. Por isso, apesar de surgirem grandes jogadores a todo o momento, aqueles que de alguma forma tiveram sucesso e integram a galeria dos ídolos de um time ou selecionado, nunca perderão o espaço que conquistaram com esforço, suor, luta e claro, muito talento.

Assim também são as estrelas do USC. Buscaram os títulos, as vitórias, correram, entraram em divididas. Não para por aí. Chutaram, defenderam, cabecearam. Tem mais. Sorriram, choraram e muito mais. Mas, tanto sacrifício valeu a pena. Conseguiram a maior recompensa que um atleta de futebol sonha e pode ter: o reconhecimento do real valor que teve para a formação que jogou tanto dos torcedores, quanto dos rivais, da imprensa, enfim, da cidade e/ou do país que defendeu com orgulho raça e amor.



Quando tudo começou

Apesar de ter sido fundado no dia 17 de julho de 1917, o primeiro jogo do Uberaba Sport Club só aconteceu cinco meses e oito dias depois. Como um presente de Natal para os torcedores colorados, o USC entrou em campo pela primeira vez no dia 25 de dezembro de 1917, às 15h15.

Realizando uma partida contra o Americano Futebol Clube de Araguari ou Araguari Futebol Clube, o colorado deu a largada rumo às inúmeras glórias futuras, vencendo o adversário por 3 a 0. Jogando no campo da Misericórdia, o atacante Aristides abriu o marcador. Na seqüência, José ampliou. E Targino fechou o placar.

Neste jogo de estréia, arbitrado por Dr. Ricardo Fonseca, conselheiro do Uberaba Sport, o time local atuou com uma equipe formada por: Aladino; Gama e Macário; Valdemar, Satiro e Antônio; Targino, Aristides, Olavo, José e Mário.



12° jogador

Até o início do ano o Uberaba estava desacreditado por todos. Mas, uma nova diretoria reascendeu a chama que por tantos anos permaneceu apagada. Contratou atletas consagrados e montou uma estrutura forte e vencedora. Ressuscitando o profissionalismo e promovendo grandes investimentos, o colorado trouxe de volta ao estádio a alma do time: os torcedores.

A torcida uniformizada “Paixão colorada” não perdeu tempo e tratou de incentivar o time rumo às vitórias. Tocando o bumbo sem parar e gritando incansavelmente “Eu sou colorado, com muito orgulho, com muito amor!!!”, os fiéis alvirrubros levantaram a equipe nos momentos mais difíceis durante a disputa do Módulo B do Mineiro deste ano. O resultado: sagrou-se campeão, jogando no Estádio Engenheiro João Guido, contra o Valério, de Itabira, diante de mais de 20 mil pessoas que idolatram o clube.

De acordo com um dos integrantes da torcida, João Silva, dava até gosto de ir ao estádio por causa da nova equipe formada para as disputas deste ano. “Eu e meus amigos tínhamos vontade e prazer de ir ao Uberabão para torcer e incentivar o clube. Era gostoso e, quando terminava, queríamos mais e já começávamos a pensar na próxima partida. Assim, no jogo seguinte, a empolgação parecia ser maior ainda. Consequentemente parecia que o time também sentia isto e atuava com mais raça. Desta forma, acho que a vitória vinha com maior tranqüilidade”, conta.

E as conquistas não pararam por aí. Uma das maiores foi o retorno das crianças aos treinos e jogos do colorado. Voltaram meninos e meninas, adolescentes e até mesmos bebês que os pais levaram ao campo para torcerem junto com eles e ajudarem a empurrar a equipe uberabense às vitórias e aos títulos.

O magnetismo entre torcida e time passou a ser tão grande, que até mesmos fãs clubes do Uberaba Sport foram criados. Entre eles, os “Garotos Colorados” dá a dimensão da força do novo Uberaba SC. O presidente do fã clube, Rodolfo Sousa, ressalta a importância desta “revolução” que aconteceu no clube.

“Com a chegada de novos jogadores passei a ter vontade de criar um fã clube com meus colegas. Resolvi montá-lo na hora certa, pois o Uberaba montou um grande time. Isto foi muito bom para a cidade e para o esporte local”, avalia.




Autor: Fernando Natálio
 

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