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COLUNA: BALEIA
Baleia


25/05/2019 - Sábado
O estranho comportamento dos vivos
 


No domingo passado escrevi boa parte da coluna que seria publicada no sábado. Porem no final da noite de segunda feira apareceu uma noticia ruim. Um amigo passou via wattszap a noticia. Como era muito tarde, pensei amanhã confiro.

Inundação. Na terça logo cedo, quando tive um tempinho foi conferir a noticia. E para minha surpresa era verdade e toda a mídia especializada e a mídia no geral; Niki Lauda faleceu e era o assunto do dia. Uma enxurrada de notas, explicações e muitas historias e casos do passado do ex-piloto.

Surpresa. Eu tive a sorte de acompanhar a careira de Lauda e muitos outros bons pilotos dos setenta e oitenta. Porem duas historia que vi neste dia eu não sabia ou me lembrava.

- A primeira foi a que Nelson Piquet um dia disse para Lauda que não aguentava mais a rotina de viagens imposta pelo calendário da F1e que pretendia abandonar a F1.

E foi ai que Niki Lauda convenceu Piquet a comprar um avião usado e já bem desvalorizado para assim ter liberdade com datas e horários para cumprir a tabela do campeonato. Vale lembrar que a segunda paixão do austríaco era a aviação.

E que também naquela época os pilotos de F1 não ganhavam as fabulas que passaram a ganhar a partir dos anos oitenta. Também vale lembrar que Piquet pilotava para o muquirana do Bernie Ecclestone. Senna 1987 assinou um contrato de e um milhão e meio de dólares com a Camel Lotus. Um dos maiores salários da época. Isso sem contar alguns bônus.

– A segunda foi uma briga que Lauda assumiu com a gigante americana Boing. E, 1979 abandonou a F1 e fundou a Lauda Air. Em 1982 com sua empresa em dificuldades financeiras é convencido por Ron Dennis a voltar para a F1. Passou duas temporadas desenvolvendo o revolucionário carro da Mc Laren da época e em 1984 se tornou tri campeão. E cacifou-se novamente. Bem ate ai quase todo mundo sabe.

Cinco anos depois sua empresa que era de taxi aéreo, com autorização do governo austríaco pode se tornar realmente uma companhia aérea, com uma rápida ascensão e passa a contar com rotas para quase todo mundo inclusive o Brasil.

Em maio de 1991 vê sua sorte mudar novamente. Um Boeing 767 300 de sua empresa, caiu em território tailandês 15 minutos depois de decolar. Todos a bordo morreram. Lauda não se conforma com o resultado dos órgãos de investigações aeronáuticos. E inicia-se ai uma batalha com o Comitê de Investigação de Acidentes Aéreos da Tailândia e a Boing.

As autoridades aéreas Tailandesas afirmaram que os pilotos causaram a tragédia. ao acionar o reverso da turbina esquerda. E assim derrubando a aeronave. Esse relatório não especificou e afirmou que diferentes possibilidades foram investigadas, inclusive, um suposto curto-circuito que poderia ter ocasionado o problema.

A companhia aérea norte americana ainda afirmou que o acionamento do reverso não causaria o acidente. (Isso até lembra aquela queda do Fokker 100 da TAM em 1986, Congonhas).

Lauda, perfeccionista e contrariado, resolveu ele mesmo investigar o caso.

Finalmente depois de mostrar e debater com os engenheiros da Boeing ele conseguiu provar que não foi falha humana.

Com a certeza de que não foi erro humano e, sim, uma falha do equipamento da Boeing, Lauda pediu à companhia que emitisse um comunicado admitindo a falha do componente. Porem o Departamento Jurídico ( sempre ele) da Boeing disse que não seria possível e que a nota oficial levaria três meses para ficar pronta.

Assim Lauda apelou para sua popularidade e convocou uma coletiva de imprensa para o dia seguinte e desafiou empresa norte-americana. E afirmou que se fosse possível recuperar o controle da aeronave, ele estaria disposto a voar em um 767 nas mesmas condições do voo fatídico com mais dois pilotos à escolha da companhia.

A Boeing, logicamente, não encarou. E a partir dai. modificou o sistema de reversão dos 767 para evitar que o problema acontecesse novamente em outras aeronaves. Grande personalidade.

*Estranhamente as pessoas tendem a ser um pouco mais humanas e solicitas somente depois que alguém morre. Enquanto estava se recuperando e sofrendo com os males da rejeição do órgão, quase ninguém se lembrou de sua ultima batalha. Depois que vai ai todos se relevam seus maiores fãs. E idolatram ou colocam num grande pedestal. É isso vem se tornando muito comum, vergonhosamente. Não só com os ídolos, mas também no nosso cotidiano. A complacência é uma palavra sem uso nesse mundo atual.


 
 
   
 

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