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SEÇÃO: Futebol Amador
UM É BOM. DOIS É DEMAIS
06/06/2008 - 09:00 hs
 
PARTE I


Moura Miranda (*)

Se houve um tempo em que a rivalidade entre dois ou mais clubes de futebol profissional de uma mesma cidade do interior era boa para todas as partes, este tempo não existe mais. A situação atual é muito diferente. O futebol profissional de hoje é muito diferente. Antigamente, se fazia futebol por paixão e com amor. Hoje se faz por interesses, os mais variados possíveis, e às vezes por um pouquinho de amor. Normalmente o amor existe nas pessoas mais idosas que ainda sentem prazer em manter vivo o clube que lhe deu muitas alegrias no passado. Grande parte da cartolada de hoje em dia quer mesmo é aparecer, sair do anonimato, na maioria das vezes fazer do futebol um trampolim para bons e rendosos cargos na política, ou então auferir algum tipo de lucro financeiro na transação de um atleta de melhor qualidade.

Se manter um clube de futebol profissional em uma cidade do interior já é muito difícil, dois, então, é praticamente impossível. Vamos analisar algumas situações, começando por duas grandes cidades do mais rico Estado brasileiro, inclusive no futebol: São Paulo. Campinas tem os tradicionais Ponte Preta e Guarani em situações bem diferentes. Nenhum deles, na verdade, é mais força expressiva no futebol brasileiro e até mesmo no paulista, embora a Macaca, mais pela fraqueza dos outros do que por méritos próprios, tenha chegado à decisão do título neste ano.


Chegou e deu vexame na final. No Brasileiro, aquele que um dia foi campeão está na Terceirona e o vice-campeão paulista apenas na Segundona. Em Ribeirão Preto a dupla “Come-fogo” anda sumida. Parece que neste ano o Botafogo subiu de uma série pior para uma um pouco melhor. Meu amigo presidente petista José Paulo Kefalás é quem sabe explicar onde anda o Pantera. O Comercial, coitado, anda sofrendo como alguns outros alvinegros que conheço bem. Em Rio Preto e Sorocaba a situação é a mesma.

No Rio de Janeiro a cidade que tinha dois tradicionais e fortes adversários não tem mais. Do Goitacás ninguém tem ouvido falar mais e o Americano foi um dos piores do último campeonato. Em Goiás, na rica Anápolis, o time que leva o nome da cidade está pior que o rival Anapolina que não ganha nada. No Sul, até mesmo Caxias do Sul, que foi exceção com Caxias e Juventude, hoje enfrenta a crise.

Mas chegamos ao que mais interessa: Uberaba. Aqui, o outrora “glorioso” colorado e o ex-terrível elefante alvinegro vivem crises que nunca acabam. Os motivos são os mais variados, mas os dois grandes e fortes rivais do passado hoje se rivalizam na hora de um fazer raiva no outro, na disputa de quase nada. É mais pirraça que rivalidade. E olha que um dia eu sonhei que poderíamos ter um dos mais ricos clubes do interior brasileiro. Para isso bastaria acontecer a sonhada, discutida e odiada fusão entre alvinegros e colorados.

Naqueles tempos em que a Xuxa ainda não tinha começado a demolir o valioso Estádio Dr. Boulanger Pucci, o Cascata não era apenas um criadouro de sapos e o Poli esportivo JK era um dos mais promissores clubes da cidade. Bastaria bom senso. Vender o valioso, e quase inútil BP, aplicar parte da grana na construção de lojas na avenida Marcus Cherém, remodelar o Cascata, construir um moderno Centro de Treinamento e aplicar o restante em qualquer coisa que desse um bom rendimento mensal. O sonho não prosperou. Foi apenas um sonho. Os dois clubes estão acabando e o meu espaço já acabou. Continuamos a conversa sobre o assunto no próximo domingo.


(*) jornalista, radialista, comentarista esportivo e ex-secretário municipal de Esporte, Turismo e Lazer
 
 
 

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