Certamente no momento em que você estiver lendo esta coluna o GP do Canadá ainda não aconteceu. Isto se deve mais pelo horário diferente da corrida. Pois o jornal é distribuído logo pela manhã e o GP acontece à tarde, mais precisamente às 14hs, coisa rara no universo da F1. Mas isso se deve ao GP ser disputado no continente americano. E o GP seguinte será na terra do tio San, mais precisamente em Indianápolis. Onde o circo deu um dos piores espetáculos em toda sua existência.
Mas o assunto Indianápolis é da semana que vem. A bola da vez agora é o Canadá. E por mais incrível que possa parecer esse Gp tem uma certa identidade com nossos pilotos brasileiros. Pois, quando aparece uma zebrinha ela é brasileira. Foi assim em 1991, quando Mansel tinha uma corrida ganha, e vinha dando tiauzinhos para a o publico ao completar o grampo, e ficou sem gasolina antes de completar a prova. É naquela época tinha o problema do limite de gasolina.
O pioneiro Emerson foi o vencedor em 1974, ano do seu bi-campeonato. Já o Nelson venceu por lá em três ocasiões, 1982/1984 e 2001 e foi pole outras três ocasiões. E o Ayrton Senna, venceu em 1988 e 1990, e foi pole em três ocasiões. É esses ai venciam até quando não tinham o melhor carro. Foi a época de ouro para nos brasileiros.
E na era de platina, a do Rubinho, fomos segundo em 1995 com uma Jordan, que era uma verdadeira cadeira elétrica mais tinha um motorzão Peugeot empurrando. Nessa corrida o alemão foi quinto e o vencedor o Jean Alesi com Ferrari. Ainda sobre o Rubinho em 2004 ele fez a melhor volta da etapa e foi o segundo a final dela. E no mesmo 2004 ele foi obrigado pela equipe a ceder o primeiro lugar ao alemão. Essa é a dura realidade dessa era de platina. Falta-nos um piloto de ponta. E somos obrigados a viver de desculpas ou migalhas esportivas.
E para piorar tivemos algumas promessas que nem chegaram a essa era de platina do Burrinho. Christian Fittipaldi foi o primeiro da lista. Depois viram Gugelmin, Moreno, Ricardo Rosset, o pobreza do Diniz, Zonta, Bernoldi, o comentarista do plin-plin Luciano Burti, o jingle boy Pecúnia. E deve ter mais algum que não me lembro agora. Mais não eram todos ruins, tinha gente boa nesse meio.
Mais no universo da F 1 de hoje, não adianta ser apenas um bom piloto. Tem que ser bom de bolso. Ter um ótimo empresário, e muita sorte, e de preferência esconder que é brasileiro. É melhor se naturinarizar no Bharein ou Turquia. Pois o Verme esta doidinho para achar um bom piloto dessas nacionalidades. Agora se conseguir dar uma de americano a vaga é garantida. Melhor ainda ser filho ou parente de alguma grande lenda do automobilismo americano. Ai a vaga é em equipe de ponta.
Traçando um paralelo entre a seleção brasileira e a F1, de hoje, as duas carecem de grandes momentos ou lances espetaculares. Pois tanto a seleção quanto a F1, fazem apenas o básico. A seleção vence mais não convence. O Alonso também vence. Mais cadê o espetáculo?
Não temos mais aquelas disputas sensacionais, freadas no limite do limite, disputas roda a roda, curva. Hoje o cara vence ou perde na estratégia, aquelas chatas ultrapassagens ganhas nos pits a curva. Ou ainda larga na frente e vai abrindo. Mas o espetáculo ou emoções já era. Criaram um esporte onde o importante é ganhar. E a genialidade e a beleza de uma boa disputa foi deixada de lado. E por isso outras modalidades automobilísticas vão ganhando espaço. E no caso da nossa seleção outras vão ganhando espaço. Que seria dos brasileiros. Os tecnocratas dizem que o importante é vencer e assim perdemos a beleza do esporte.
Nunca pensei em fazer um comparativo entre o futebol e a F1. Mas em época de copa do mundo, nos brasileiros nos transformamos em mais de 180 milhões de técnicos de futebol. Até quem não gosta de futebol, trata do assunto. Mas tem coisas que até um cego consegui ver.
E para quem não sabia: A primeira vez que um Carro Madrinha, depois chamado de Pace Car e hoje denominado de Saffety-car foi utilizado, foi na temporada 1973 e no GP do Canadá. A pista do Circuito Gilles Villeneuve localiza-se na ilha de Notre Dame, em Montreal. E é palco do GP do Canadá desde 1978, quando substituiu o circuito de Mosport (que representou o GP do Canadá desde 1967). A pista recebeu este nome (antes se chamava Circuito Notre Dame) depois da morte trágica do canadense Gilles Villeneuve (pai do piloto Jacques Villeneuve) em Zolder, no ano de 1982. É uma pista bem veloz, porém possui algumas chicanes e dois "hairpins": o Pits Hairpin e a Virage Senna.
Espero que essa etapa seja daquelas que vale a pena assistir, com disputas e belos lances de pilotos com vontade de vencer. Uma ótima semana a todos!
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