No calor da vitória do Massa em Interlagos, essa coluna havia prometido relatar o histórico nada glorioso do Rubens Barrichello nos GP’s que havia disputado aqui no Brasil. Rubinho se criou nos arredores de Interlagos, pois seu pai tinha uma loja de matérias para construção numa esquina enfrente ao autódromo. Foi no Kartodromo que deu suas primeiras aceleradas e evoluiu para a pista de corridas. E conhece esta pista desde tinha dentes de leite. Quer dizer: Rubinho conhece cada centímetro do lugar, curvas, retas, lombadas e etc, E teve o dissabor de quebrar em quase todos esses trechos.
A primeira corrida do brasileiro em Interlagos num carro de F1, foi em 1993, e foi a sua primeira quebra. O cambio foi o motivo para a desistência do piloto.
Em 1994, montado numa Jordan, com um motorzinho Hart, ele conseguiu nos impressionar ao terminar numa quarta posição. Mesmo estando num carro que não era lá essas coisas. Foi o primeiro ano que conseguiu terminar a prova.
No ano de 1995, ele novamente sofreu de uma quebra de cambio. O índice de abandonos neste ano foi alto. Dos vinte seis carros que largaram, somente dez terminaram a prova. Terceira tentativa e duas quebras.
Em 1996, Rubinho vinha tentado pegar o alemão, numa briga que lhe daria o ultimo degrau do podium, mas rodou. Foi um balde de água fria na torcida. E foi o primeiro abandono na descida do lago. Nessa temporada ele ainda andava de Jondan, mais com motor Peugeot.
No ano de 1997, Rubinho, já não tinha a confiança da torcida. E novamente foi traído por um problema mecânico. Desta feita era a suspensão. Era o primeiro ano dele na Stewart. Olha a sina do piloto, em cinco participações, ele quebrou três vezes, rodou uma e terminou uma.
Em 1998, novamente sofreu uma quebra de cambio. Foi a terceira vez que esse componente deixou o piloto na mão em Interlagos. Que zica.
Em 1999, ainda na Stewart, ele deu um show nos treinos. E na corrida vinha num ótimo ritmo e deixava toda torcida enlouquecida. A cada passagem do piloto, as arquibancadas populares ficavam de pé. Era outro show. Mais ai o motor Ford da Stewart bichou na 42ª volta. E assim boa parte do público abandonou o autódromo. E o numero de brasileiros que não acreditavam no piloto passou a ser maior. Na|Tv, o casseta e planeta, não perdoava o piloto, e criaram um personagem com relação ao Burrinho.
2000: esse era o ano. Finalmente o piloto estava numa equipe de ponta, a Ferrari, que havia sido a campeã dos construtores em 1999. E a estréia na poderia ser pior. Junto com ele estreava o jargão “Problemas Hidráulicos”, que acompanharia o piloto durante toda sua permanência na equipe.
Em 2001 foi demais. Pois ele conseguiu quebrar antes da corrida começar. Foi naquela situação em que os carros saem dos boxes e vão para o grid. A quebra se deu no Laranjinha. A poucos minutos da largada. Desesperado o piloto saiu correndo de pé e depois pegou uma carona numa moto e chegou nos boxes. Sentou no carro reserva que estava preparado para o alemão. E logo na segunda volta bateu na traseira do carro do Ralf Shumacer na freiada do final da reta oposta.
Em 2002, depois de 16 voltas, novamente o famoso problema hidráulico. É ou não é um caso estranho a relação do piloto com o circuito que era o quintal de sua casa. E o seu companheiro de equipe foi o vencedor.
O ano agora é 2003. E novamente o piloto nos enche de esperança. Vinha liderado uma corrida complicada e cheia de acidentes. Desta feita até o alemão achou o guard rail. Se o alemão estava de fora, o caminho para a vitória estava aberto. Mais o impossível aconteceu. E na mais estranha pane seca dos últimos anos, o brasileiro ficou de pé. E mais uma vez na descida do lago. Essa foi uma das etapas mais acidentadas do historia do GP Brasil. 8 carros terminaram.
Em 2004, pela primeira vez o GP Brasil encerraria o campeonato. E novamente o brasileiro estava com a faca e o queijo na mão, O campeonato já estava descido a favor do alemão e tinha passe livre para vencer. Fez a pole e a torcida estava toda animada. Mas sina do piloto não havia acabado. Pois uma leve chuva, antes e no começo da corrida, o deixou em desvantagem aos pilotos que estavam de Michelin. Montoya venceu e Barrichello foi terceiro.
Em 2005 terminou, e foi o sexto e 2006 sem um carro vencedor fez um sétimo. E Buton, seu companheiro de equipe que largou em 13°, terminou em terceiro.
Como deu para ver, a relação do piloto com o circuito foi não nada gloriosa. Pois teve ano que ele quebrou duas vezes, com o carro titular e com o carro reserva. Em 1997 e 2001.
Em contradição com o titulo dessa matéria, no final de semana passado perdi meu parceiro do GP Brasil de 2006. Um raio nos tirou um cara de um passado glorioso. Desejo que Jose Ronaldo esteja disputando num circuito melhor que o que ele deixou nessa vida...
Uma ótima semana a todos!
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