Assistimos no final de semana passado a duas finais de campeonatos brasileiros; nada mais nada menos que as duas principais categorias em termos de público. A Stock Car V8 e a Formula Truck. A primeira com total apoio da Rede Globo, que é a maior em audiência, a segunda com apoio da Rede Bandeirante desde os primórdios da categoria.
A primeira do dia foi a Stock V8. A disputa estava restrita entre Ricardo Mauricio e Marcos Gomes, os dois pilotos da equipe Medley. Mauricio tinha um ponto de vantagem sobre Gomes, embora este fosse o rei de Interlagos na categoria, pois havia sido o vencedor das últimas três edições da Stock neste circuito. Como havíamos adiantado na última coluna, Ricardinho não tinha contrato assinado com a Medley para 2009, diferentemente de Gomes. O lógico para Ricardo seria vencer o campeonato.
Mas da Tarumã para cá, as coisas mudaram e o líder da categoria aparentemente assinou um contrato para 2009 com uma equipe que é patrocinada por outro laboratório, a Eurofarma, que era a equipe do chato Caca Bueno. Equipe esta, que foi largamente elogiada por Caca, ao vivo via PLIM PLIM, na etapa de Tarumã, mesmo depois de ter assinado com a poderosa da categoria (Medley).
Como Ricardinho tinha um contrato assinado com a concorrência, o lógico seria dar prioridade ao piloto que vai defender a equipe no ano que vem. E assim tudo conspirava para Gomes. Mas o santo do Ricardinho estava de guarda e na classificação o carro do filho do Paulão apresentou problemas, e então o piloto de Ribeirão Preto teve de se contentar em ver seu maior rival sair da 21ª posição, enquanto o queridinho da dupla Mateis/Xandi amargava um 31 º posto na largada.
Dada a largada tivemos uma etapa sem graça e sem grandes disputas. A pole foi de Caca e foi dele também o maior número de voltas na liderança. Mas o carioca foi punido por ultrapassar o limite de velocidade nos boxes e assim perdeu mais uma corrida ganha. Quem se deu bem foi o eficiente Thiago Camilo, que além de ganhar esta etapa também fez bonito no desafio das estrelas, etapa de Kart, apesar de seu tamanho e conseqüentemente peso. Esse piloto anda muito, mas sempre lhe falta algo. Vem batendo na trave desde 2006.
Na disputa individual do campeonato quem se deu bem foi Ricardo Mauricio. Não exatamente pelos seus próprios méritos, pois Gomes vinha conquistando várias posições e estava a três carros do principal oponente quando comprou de graça um acidente provocado por pilotos da turma do meio com um do fundão. Esse é o preço que se paga por largar lá trás. Sempre tem gente com mais braço do que carro e ai acontecem os toques e as rodadas, foi numa dessa que Gomes se deu mal, praticamente evitou uma batida nos pilotos que rodaram mas não teve como evitar uma batida na traseira, logo do irmão do dono da equipe. Dessa forma, o destino deixou que o piloto que mais venceu nesta temporada fosse o campeão, apesar de não ser essa a vontade da equipe. Agora verão o campeão correr por uma equipe rival com o número 1 ano que vem.
Na F. Truck o enredo era mais ou menos parecido. Dois pilotos de uma mesma equipe disputavam o titulo entre si, Wellington Cirino e Geraldo Piquet, que defendem a Mercedes.
Piquet chegava a Brasília, local da final, com dezesseis pontos na frente e ainda tinha a vantagem de correr em casa, além disso era o vencedor das últimas etapas disputadas no circuito brasiliense. Diferentemente da Stock, foi Piquet quem sentou numa cadeira elétrica, pois seu caminhão não parecia ser da mesma equipe do vencedor. Cirino ganhou a duas baterias e Piquet chegou em terceiro na primeira e em quinto na segunda, perdendo o campeonato por sete pontos. Mas que ficou algo estranho no ar, ficou, pois o desempenho dos caminhões da equipe era totalmente diferente. E se pensarmos como o Verme, pelo lado empresarial, seria melhor para a categoria ter o campeão com o nome do tri campeão de F-1. Na verdade, Piquet foi o campeão até esta etapa estranha de Brasília. Quem sabe da verdade é a direção da equipe Mercedes.
F Truck e a Stock sempre se deram bem depois do apoio da turma da TV. Mas as trajetórias do envolvimento televisivo nestas categorias tiveram focos bem antagônicos. A Band abraçou a causa mais ou menos por falta de opção, e sempre apoiou categorias onde tinha uma porta larga aberta. Já a Globo entrou na Stock se impondo, e não como uma parceira como deveria ser a “priori”, deste modo, a categoria teve que se adaptar aos seus modos empresariais. Diferentemente da parceria firmada na Band, onde tudo tinha de ser tratado como um desafio como parceiros e com uma grande e eficiente estratégia, a do criador e desenvolvimentista da F. Truck. Um ser chamado Aurélio Miguel, que sempre fez o possível e o impossível para levar ao grande público o melhor que um evento deste tipo pode levar aos assistentes.
Felicidades a todos!
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