No GP da Inglaterra, deu Vettel pela segunda vez no ano, e desta feita, com pista seca. Para calar aqueles que diziam que sua velocidade era boa apenas no molhado. Sua vitória começou a ser conquistada já na sexta-feira, onde dominou os dois treinos livres, e no sábado cravou a pole mesmo cometendo dois pequenos erros e estar mais pesado que seus opositores mais próximos. Já pensou se ele tivesse conseguido uma volta limpa. Seu tempo seria avassalador. Para completar o final de semana perfeito, foi o autor da melhor da prova. Com essa vitória o alemão botou mais tempero no campeonato de 2009, pois essa historia de só dar Jenson Button, já estava ficando chato. O inglês vinha de quatro vitórias seguidas e foi se dar mal justamente em casa.
Sem querer desmerecer a ótima performance do alemãozinho, essa vitória começou mesmo nas pranchetas de Adrian Newey. Que trouxe para o GP inglês uma repaginada RB5. Na verdade quase um novo carro, com uma menor distancia entre eixos, um novo e feio bico, novo assoalho, carenagem de motor, e um difusor triplo completam as novidades.
E o alemãozinho resolver rebatizar o novo modelo de Kate. (Vettel acha que os carros assim como os barcos, devem chamados por nomes, pois possuem personalidade própria. E trata seu carro como uma namorada) A primeira Kate foi aquela que ele bateu com Kubica no finalzinho do GP da Austrália. Da Malásia até a Turquia ele usou outro carro no qual Vetell chamava de a irmã safada de Kate. A nova Kate é bem mais feiainha, com aquele bico largo (que lembra o de um pato, no caso uma pata) mais é muito mais eficiente e veloz. E ao que tudo indica que esse namoro vai longe.
E a corrida? Bem a corrida foi meio chatinha. Desde a largada, Vetell comandou a etapa e afinal da primeira volta já tinha 1,5segundos de vantagem para Barrichello. No melhor estilo Senna foi abrindo uma enorme vantagem nas primeiras voltas, em media um segundo por volta, quando todos ainda estão se adequando a corrida, ou melhor, tentando achar o seu melhor ritmo. As duas Ferraris largaram muito bem, com a ajuda do Kers. E Button ao contrario do vinha fazendo esse ano, largou mal, e de sexto caiu para nono, Trulli, Glock e Alonso imitaram o inglês. Rubens e Webber mantiveram suas posições. Depois da segunda volta as posições eram Vettel seguido de Rubens e Webber, mas atrás vinham Nakajima, Kimi, Rosberg, Trulli, Button, Massa, que ajudou o inglês ao colocar duas rodas na grama e Glock. E assim se mantiveram a até a primeira parada de cada um.
Se na frente não havia brigas, lá no fundão a disputa estava acirrada, Alonso e Heidfeld travam uma bela briga e mais atrás Kubica sofria com os ataques de Hamilton. Hamilton também duelou com Alonso algumas vezes e levantou os ingleses ao realizar uma ultrapassagem na reta dos boxes, e recebeu o troco do hispânico algumas curvas depois. Nelsinho mais uma vez disputou e ganhou do inglesinho da Mc Larem. E se não fosse esse pelotão de trás a corrida seria um marasmo. Pilotos como Hamilton e Alonso brigando por uma décima quinta posição como se fosse a ponta. Um bi campeão e um campeão, mesmo sem um bom carro nas mãos, souberam como proporcionarem os melhores momentos da etapa inglesa.
Mas foi de Fisichella a melhor e mais bonita manobra de ultrapassagem da corrida, pois numa tacada só passou Heidfeld e Alonso por dentro numa curva de alta. Fisichella fez sua melhor corrida depois que sentou na Force-India, chegou a andar em terceiro, porem terminou em décimo. Nelsinho terminou em décimo segundo duas posições a frente do Alonso. Kimi Räikönem conseguiu um modesto oitavo posto. Pior foi Nakajima que até realizar sua primeira parada era o quarto e terminou em décimo primeiro. Trulli chegou em sétimo depois de largar em quarto.
Felipe Massa chegou em quarto depois de não conseguir entrar no Q3. Um bom resultado em relação ao seu companheiro de equipe. Mas não o vi ultrapassar ninguém na pista, porem soube usar a estratégia e o acelerador na hora certa para conseguir esse resultado. Pois não ganhou posições com quebra ou acidente de algum rival.
E o Barrichello? Continua a ser o velho Barrichello. No dia que seu maior oponente não conseguiu fazer uma boa classificação e ainda errar na largada, teoricamente era para ser o dia dele e justamente na pista que sempre andou na frente do inglês. Mas o seu velho e insiste companheiro, o azar, (ou outro adjetivo a sua escolha) trouxe a dupla da Red Bull com uma imbatível RB5 repaginada. É inacreditável, mas essa é a sina do cara. Estranho como a Brawn deixou de ser a referencia e logo no quintal de casa. A conversa no paddock é de que a baixa temperatura da pista foi a grande razão da perda de eficiência dos carros brancos. Tem certa lógica, pois na China quando a Red Bull conseguiu sua primeira dobradinha a temperatura na pista também era baixa e ainda chuvia. Já para a próxima etapa espera-se uma temperatura mais elevada. E ai poderemos medir o quanto a Brawn perdeu ou quanto a Red Bull evoluiu.
Jenson Button depois da prova minimizou o prejuízo e declarou que ainda tem uma vantagem confortável para seu mais próximo oponente e disse ainda; Que o conhece muito bem e sabe onde ele é bom e onde ele é fraco e vai usar isso para manter sua vantagem. Pensado bem não só ele que conhece bem o brasileiro, pois o Ross Brawn o conhece mais ainda e se estiver do lado do inglês (como parece estar) o brasileiro vai ter que se contentar com as migalhas que sobrarem. Aquela mudança de estratégia na Espanha ainda esta bem viva na minha mente. Houveram outras menos descaradas até aqui. É a sina do Burrinho. No lado sujo da F1, a fogueira de vaidades segue cada dia mais ardente, a disputa pelo poder e os dividendos que o esporte proporciona ainda vai render muitas linhas e uma ou outra cabeça. Tentamos ficar fora desta babozeira e continuar só ouvindo tudo.
Uma ótima semana a todos!
Baleia.v@uol.com.br
|