A TEMPORADA QUE PASSOU
A temporada de F-1 de 2009 teve vários fatos marcantes. Primeiro, começou com um campeão moral, coisa da cabeça de alguns brasileiros, Felipe Massa, depois do revés de Interlagos em 2008. Na mente de muitos, foi a temporada em que o anão derrotou o gigante. Isto é, uma equipe estreante, a Brawn derrotou as grandes Ferrari e McLaren e, de quebra, Renault e BMW.
A verdade era bem outra, pois a Brawn não passava da velha Honda sem o patrocínio japonês e equipada com um motor bem melhor. Que, além disso, concebeu um carro fora do regulamento e aprovado pela FIA, que estava em guerra com as grandes, ou seja, a Fota. O que, aliás, proporcionou o grande sucesso da equipe. O regulamento em questão é mais um acordo de cavalheiros, que o projetista tinham há mais de quinze anos, de não produzir um carro com furos no assoalho.
Outro fato importante para o automobilismo de 2009 foi a absolvição de Helinho Castroneves na justiça dos EUA. Não apenas importante, mas também relevante. A fama da justiça dos EUA em relação a assuntos ligados ao imposto de renda é de que ela era das mais severas do mundo. Al Cappone descobriu isso quando ainda era rei em Detroit. Helinho venceu o leão americano e, de quebra, ganhou a corrida de maior prestígio da terra do Tio Sam alguns dias depois, as Quinhentas Milhas de Indianápolis.
Voltando ao mundinho da F-1, tivemos o maior "puxa e rasga" entre a FIA e a Fota, assunto que durou muitos meses. Tudo começou no início do ano, quando o "Verme" impôs uma mudança na premiação, mudando do sistema de pontos para o de medalhas, ao dizer para Mosley que havia conversado com as equipes e elas haviam gostado da medida. Assim, ela foi implantada, logo depois, devido à repercussão mundo afora, foi banida. Depois veio a novela de Mosley querendo baixar os custos e fixar um limite muito baixo para os padrões dos gigantes, e ainda querendo impor um motor único. A Fota ameaçou criar um campeonato paralelo. Houve tantos outros detalhes que, se fôssemos falar de todos, gastaríamos umas cem páginas. O importante é que Mosley foi obrigado a ceder seu cargo, mas muitas de suas idéias e vontades foram implantadas. Briatore que o diga.
Creio que para nós os fatos marcantes foram:
- O pior acidente de Massa na sua carreira de F-1, nos treinos do GP da Hungria.
- A centésima vitória de um brasileiro na F-1, que teimava em não acontecer e só veio no GP da Europa, já na fase final do campeonato.
- O entrevero em que se meteu Nelsinho Piquet ao revelar o escândalo de Cingapura.
- O fato de Barrichello estar praticamente desempregado no final de 2008 e início do ano seguinte, e depois sentar num carro que podia lhe dar o titulo de 2009. Podia!
No mundo das equipes, começamos sem a Honda. Quem abandonou depois foi a BMW, logo seguida da Toyota. A Renault não será a mesma, mas continua no circo, mesmo sem a maior parte das ações.
Como Mosley queria, algumas montadoras saíram de cena, e entraram muitas equipes independentes. Em 2010 vamos ter um grid cheio de equipes novatas e todas usando o motor Cosworth.
Por falar em Toyota, foi ela quem nos presenteou com a melhor surpresa entre os pilotos estreantes em 2009.
Clique aqui e veja os resultados de Kamui Kobayashi.
Kobayashi deu um bom trabalho para Button no Brasil, e voltou a fazer bonito no péssimo Abu Dabi. E ainda conseguiu fazer três pontos em duas etapas.