Há alguns anos eu não vivia um GP Brasil como este. Desta feita foi só. Existe uma atmosfera que me leva para esta corrida, meio que sem pensar. Sem os amigos e sem um lugar para ficar. Só foi cair na real apenas quando entrei no táxi e tinha que dar um endereço para o motorista! Ai falei, vamos procurar um hotel, e motorista riu, meio que sarcástico, que tipo de hotel? Pois está tudo lotado. E eu falei, um que não seja um pardieiro e que também seja um 6 estrelas. Após algumas visitas, deduzimos que era uma tarefa quase impossível. E assim pedi ao motorista que voltasse ao aeroporto. E ao sair do Táxi, confesso que estava meio que perdido.
Após uns minutos andando sem destino no aeroporto, visitando aquelas lojinhas... bem baratinhas, me dei de cara com um balcão de informações da Infraero. E narrei o meu problema ao atendente, e não que o cara me mandou atravessar a passarela em frente ao aeroporto, e procurar uns quatro hotéis que existem na rua de trás da avenida. E disse, atrás do Bradesco tem um Ybis, e eu falei, ta lotado! Procure os outros na mesma rua. E após três tentativas me dei bem. E ai foi só prazer. Depois de passar alguns anos indo com turmas e geralmente em uma arquibancada especifica, aquela chatice de ver os treinos e a corrida no mesmo lugar, e o pior longe do burburinho dos boxes, o barulho dos motores, a conversas dos mecânicos, puxa-sacos de plantão, pilotos e do cheiro da gasolina usada ali.
De posse de uma credencial de serviço, pode andar no submundo do autódromo. Visitar lugares onde o publico não pode ir, e constatar que um Chico Serra da vida, no sábado não tinha uma credencial que dava acesso aos boxes da F1. Como pode? O cara é tri-campeão de Stock-Car e ex-piloto de F1, e não deram o menor valor pra ele. Isso é Brasil!
Mas nas andanças por trás do alambrado pode ver o pessoal da Maseratti usando uma gasolina de aviação pelo cheiro, e o Paulo Gomes ao ser sacaneado pelo Chico, disse que foi contratado para tirar o Alencar Jr. da disputa pelo titulo. Tudo gozação, mas pelo jeito da conversa, eles têm algumas rugas do passado. Já a turma F-Renault usava um coktel ou gasolina menos agressivos ao olfato. No sábado a Bia Figueiredo tinha conseguido a pole, e o Formigão(Chefe e dono da equipe) não se contia nos boxes. Já na padaria da Av. Teotônio Vilela, reduto da turma do kart e das Classes menores do automobilismo, apôs a classificação ele era mais pé no chão. Essa padaria é como um salão de beleza do automobilismo nacional. É por lá, que sabemos da realidade do esporte, são conversas de chefe de equipe e mecânicos, e não aquilo que vemos ou lemos na mídia.
E a corrida. Vimos lances hilariantes. Kimi errando na classificação, e um Montoya muito eficiente. E o alemão, na primeira volta parecia estar disputando uma corrida de F 3. Primeiro no esse do Senna, apôs a largada, ele deu um chega pra lá no Klien, que por pouco não dá Saffety-Car, já pensou um enrosco por lá logo após a largada? Não satisfeito no Pinheirinho, ele quase, pois o Fisichella pra fora. Foi uma manobra de alto risco e sem necessidade, pois se ele ficasse por dentro, teria a preferência na próxima curva. O alemão está com fome de vitórias. Pois sabe que não tem um carro vencedor. E que em 1993, Senna, sem um carro de ponta e venceu algumas provas somente no braço. E o alemão venceu somente aquela de Indianápolis, se é que podemos chamar aquilo de corrida. Pelo jeito ele está se cobrando. E é ai que o bicho pega. Dos sete títulos do alemão, na verdade ele disputou três, quatro caíram no seu colo. Mais vai entrar para historia como o maioral. Só que no intimo ele briga consigo mesmo. Pois quem sabe das coisas e deve nada a ninguém, comenta nos bastidores a verdade, e isso incomoda o Barão vermelho.
O Rubinho, que vinha vendo uma ascensão do carro da BAR, conseguiu ser mais rápido, que o Buton seu futuro companheiro de equipe, com uma Ferrari meia boca. O que ele deve estar pensando do seu próximo carro agora? Por falar em Ferrari ruim: existe uma versão dentro do sub-mundo da F1 que acredita, que o Verme se reuniu com Montezemolo e pediu para a Ferrari dar um tempo. Parar de ganhar. Pois as regras já mudaram várias vezes e a categoria continuava chata por causa do domínio dos vermelhos. E realmente a Ferrari foi à única a assinar com o Verme um acordo valido até 2008, e recebeu uns dólarezinhos por isto. Mas daí acreditar que aceitarão pisar no freio, e deixar os outros a vencer, é meio que imaginável. Mas neste mundinho tudo é possível. Pois o novo presidente da Renault, Carlos Ghroo, havia avisado, sem resultados estamos fora. Há, ia esquecendo, o Alonso foi o campeão de 2005. será que ele realmente foi o melhor?
Coincidentemente na época do Gp Brasil do ano passado, Valentino Rossi se tornava tetra-campeão mundial e dizia: “Foi o melhor titulo da minha vida”, declarou um Valentino Rossi, super animado. “Foi o melhor titulo da minha vida”, declarou um Valentino Rossi, super animado. Essa conquista foi uma vingança pessoal do piloto. No ano de 2003, o alto comando da Honda disse que qualquer piloto seria campeão pilotando suas motos. Até um piloto oriundo da 125cc seria capaz. E, para piorar, alegaram que a categoria era mono marca. Ignorando as demais concorrentes. Valentino saiu do time, e foi campeão, de YAMAHA. Outro grande erro dos “manda chuva” do HRC. Não deram muita importância ao fato de que, ao sair, Valentino levava consigo o melhor do staf técnico da equipe. Fazendo da Yamaha uma moto de ponta. Tem também um dedinho da Michelim nessa conquista de 2004. E agora em 2005 ele foi novamente campeão e de Yamaha novamente. Esse ano ele repetiu a dose. E é pentacampeão, na madrugada do GP BRASIL de 2005.
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