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SEÇÃO: Outros Esportes
No meio do furacão, Rebeca mantém treinos e estuda defesa
08/11/2007 - 08:21 hs
 
A nadadora Rebeca Gusmão (foto)prefere manter silêncio sobre as repercussões às justificativas apresentadas para a acusação de doping que enfrenta da Federação Internacional de Natação (Fina). Em entrevista à Folha de S. Paulo, o médico Eduardo de Rose, responsável pelos exames antidoping durante os Jogos Pan-americanos do Rio e membro da Comissão Médica da Organização Desportiva Pan-americana (Odepa), afirmou que a atleta não teria como utilizar os testes realizados no evento porque os resultados oficiais ainda não foram divulgados.

Em depoimento à Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), Rebeca alegou que os exames aos quais se submeteu no evento tiveram resultado negativo. Na última segunda-feira, a Federação Internacional de Natação (Fina) suspendeu a atleta preventivamente após um teste realizado em 13 de julho acusar níveis anormais de testosterona na atleta. Os Jogos Pan-americanos foram realizados de 13 a 29 de julho, no Rio de Janeiro.

Procurada pela reportagem de GE.Net, a assessoria de imprensa da nadadora disse que o médico tem o direito de falar o que acha certo, assim como a atleta. Sobre a divergência de informações, alega apenas que a nadadora teria apresentado documentos quando fez sua afirmação. Após o depoimento de Rebeca, que também pediu o exame de sua contraprova, a CBDA aguarda os desdobramentos jurídicos do caso, afirma a diretora técnica do departamento médico da entidade, Renata Castro.

Renata prefere não especular sobre o fato de a atleta ter obtido resultado negativo em vários testes e apenas um dar positivo. 'Acho que esta é a pergunta de todos, mas não há uma resposta'.

A suspensão de Rebeca começou a valer dia 2 de novembro e ela não poderá competir até o final do Painel de Doping da Fina. Este ano, o Painel julgou quatro casos e em apenas um deles voltou atrás na suspensão preventiva. O motivo foi técnico.

Em fevereiro, a entidade anulou a investigação contra o cubano José Guerra Oliva, que estava suspenso desde setembro de 2006. A liberação do atleta foi determinada porque as mesmas pessoas que participaram da avaliação da amostra A também estiveram envolvidas na análise da contraprova.

Mas o histórico da entidade não é favorável à brasileira. 'Dificilmente uma suspensão da Fina é revertida', lembra o ex-nadador Gustavo Borges, que lamentou a situação envolvendo a compatriota. 'Isto não é bom para a natação que tem seus brilhos e resultados próprios. Ela estava conseguindo resultados importantes e é uma situação triste para a natação mundial'.

Primeira nadadora brasileira a conquistar ouro em Jogos Pan-americanos (50m e 100m livres), Rebeca não foi a única a ter seu nome envolvido em doping nas piscinas do país este ano. Em março, Renata de Oliveira Burgos foi suspensa após sua amostra dar resultado positivo para estanozolol. O teste foi feito dia 14 de dezembro de 2006, durante a disputa do Troféu Brasil. A CBDA suspendeu a atleta por 2 anos.

No exterior, o australiano Ian Thorpe também deu adeus às piscinas sob uma nuvem de suspeita de que seus impressionantes resultados tivessem sido favorecidos pelo uso de doping. Investigado pela Autoridade Esportiva Antidoping da Austrália, acabou inocentado pela entidade e, com isso, a Fina encerrou suas próprias investigações.

Mas no universo das pistas, há um mês o atletismo internacional foi abalado pela confissão da velocista norte-americana Marion Jones. Ela admitiu ter feito uso de doping para conquistar suas cinco medalhas olímpicas em Sydney-2000.

Para Borges, no mundo do alto rendimento alguns atletas podem se deixar levar pela cobrança de grandes resultados. 'Mas isso é um cobertor curto porque você cobre a cabeça, mas descobre os pés', achando improvável que alguém lance mão do recurso sem a conivência de outras pessoas.

A evolução de Rebeca começou a chamar atenção pelo ganho muscular pronunciado após os Jogos Olímpicos de Atenas-2004. 'Começaram a surgir suspeitas fora das piscinas. Mas boatos podem surgir em qualquer situação e temos de aguardar o pronunciamento final', diz o ex-nadador.

Rebeca afirma que isso é resultado de uma disfunção hormonal provocada pelo fato de ter ovário policístico, o que aumentaria sua fabricação de testosterona. O relatório da Fina afirma que o produto teve origem externa e não foi produzido pelo organismo da atleta.

Apesar de abalada com os acontecimentos, Rebeca não deixou as piscinas. A nadadora mantém sua rotina de treinamentos paralela às reuniões com os dois advogados que cuidam de seu caso.

Nos próximos dias, a atleta viaja para o Canadá, onde acompanhará a análise da contraprova. Rebeca prefere não falar sobre o assunto e aguarda a definição de sua linha de defesa para somente depois fazer um pronunciamento oficial.

Mesmo com a suspensão, o Serc São Caetano, clube que ela defende nas competições nacionais, mantém o vínculo com a nadadora. 'É uma notícia um pouco chata, mas que ainda precisa de confirmação e estamos aguardando uma posição', diz o coordenador técnico da equipe de natação, Maurício de Oliveira. 'Estamos apreensivos e lógico que gostaríamos que nada disso tivesse acontecido'. O contrato de Rebeca termina no final deste ano.
 
Fonte: www.gazetaesportiva.net
 
 

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