Desde 1993 a FIA vem tentado acabar com o controle de tração. Essa novela é velha. Se não me engano, no final de 2003 também tentaram. Mas nunca deu certo, pois as equipes tinham com esconder o equipamento através da central eletrônica do carro. Enfim, os dirigentes não tinham como provar tecnicamente quem estava usando e acabaram permitindo. Mas na pratica da para saber só de ouvido. Quer dizer, na pista o barulho do carro entrega quem usa o equipamento. Como ficou vago se era mesmo proibido, todos acabavam usando.
Mas agora é lei, em 2008 o equipamento vai ser novamente proibido. E a saída encontrada pela FIA é fornecer as centrais eletrônicas para todas equipes. Fácil não? Por que não foi feito antes? Foram quatorze anos de espera. Agora os pilotos vão ter que usar a sensibilidade ao acelerar numa saída de curva. Como será que um Rubinho ou um Coulthard, e outros, receberam essa noticia? Já que eles correm na F1 desde o inicio dos anos noventa e sempre usaram esse controle. Já devem ter esquecido como é pilotar um carro de 800 hp sem essa ajuda. Mas têm algumas opiniões, daqueles que ficam atrás da mureta dos boxes, de que essa nova norma não deve mudar em nada o espetáculo. Só que essa opinião é de quem nunca acelerou um bólido de F1. É coisa de chefe de equipe e/ou de alguns nerdes do auto-cad.
Agora a identificação dos pneus macios vai ser uma faixa branca entre os sulcos dos pneus. No GP Australiano a identificação dos pneus macios foi quase impossível, um pequeno círculo branco na lateral. Para mim faltou um pouco de boa vontade dos câmeras no circuito, pois não usaram o recurso câmera lenta nenhuma vez. Agora ficou fácil.
Fofocando um pouco! Semana retrasada, o bi campeão Alonso se desentendeu com a imprensa espanhola mais uma vez. O que não é nenhuma novidade, ele trata os patrícios da imprensa como inimigos. O piloto precisa saber diferenciar o pessoal da imprensa. Certamente não é nada bom ficar com um monte de paparazzi na cola, só que a imprensa não é feita só de paparazzis. Na mídia tem gente boa e ruim, como em todas as profissões. E o asturiano vem se mostrando um ser nada normal. Ainda mais com aqueles que o ajudaram a subir na carreira.
Quando tinha completado seus dezoito anos, ele era mais um daqueles pilotos que tinha ganhado tudo no Kart e na recém lançada formula Nissan. Só que faltava ao jovem o principal combustível nesta fase da carreira, o tal do dinheiro. Não tinha um grande empresário ou patrocinador e nem um paitrocinador. Estava fadado a ser mais um daqueles que ganham tudo nas categorias menores, mas não têm bala para chegar a F-1. No Brasil temos vários exemplos dessa turma.
A sorte de Alonso foi ter nascido onde nasceu. Pois outro espanhol enxergou nele algum talento e assim do nada resolveu ajudar. A Espanha até ali não tinha um bom representante no circo. O salvador da pátria foi Joan Villadelprat, então diretor da Beneton, que convenceu a equipe Astromega, que era uma espécie de filial da Beneton na extinta F-3000. Isso para a temporada de 2000, quando, coincidentemente Flavio (Maliatore) Briatore estava retornado à equipe. O mala ofereceu um contratinho daqueles bem leoninos para o espanhol, que foi logo assinando, pois não era ninguém no circo. E assim em 2001 Alonso estreava na F-1 na finada Minardi. Em 2002 foi piloto de testes da Renault e em 2003 se tornou piloto oficial da equipe.
Logicamente o bi-campeão deveria ser muito grato a Villadelprat. Se não fosse por ele, provavelmente estaria correndo numa categoria menor, como o WTCC ou a Lê Mans Series. Há pouco tempo atrás, o mesmo Villadelprat ligou no celular de Alonso, que simplesmente não atendeu nem retornou a ligação mais tarde. Com qualquer tipo de desculpa, simplesmente não atendeu...
Não o atendeu como não atende a imprensa espanhola, como não atende mais o celular, que foi distribuído para Deus e o mundo nos tempos de vacas magras. Esse é o perfil do ídolo maior dos espanhóis. Esses que, na minha opinião, parecem mulher de soldado, vivem implorando a atenção e o apresso do asturiano, mesmo apanhando todo dia. Se bem que Ron Dennis vem tentando melhorar a índole do piloto para com a imprensa de seu país.
Apesar da concorrência insistir que os italianos são a equipe a ser batida na Malásia, nosso Massa também insiste em bater na tecla de que o carro vermelho não está tão na frente da concorrência. Dizem que em condições de calor forte, como deve ser o GP Malaio, os vermelhos são imbatíveis. Eu acho que nosso piloto tenta tirar qualquer grande expectativa para cima do carro, pois na verdade a única situação que pode atrapalhá-los é o lance do assoalho móvel. Porque se realmente a FIA mudar a maneira como é medida a força aplicada sobre o carro, os italianos deverão ter problemas. Só que os mesmos, de algum tempo pra cá, conseguem se impor sobre a FIA, ou melhor, sobre o Verme. Isso não sai barato, mas os italianos estão dispostos a bancar. Investem na cartolagem, tecnologia e no que for preciso para andar na frente.
No domingo: as 14h00 - F-Truck em Tarumã Rs. Na tv: Band
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