Essa edição do GP do Canadá foi a etapa mais tumultuada, movimentada e bagunçada de 2007. Há tempos não tinha tantas intervenções do saffety-car. E neste ambiente tinha um piloto que estava com a estrela na testa. Seu nome é Lewis Hamilton. Tudo conspirava a seu favor, foi o pole e a sorte esteve ao seu lado durante a prova. Para ser pole ele largou com pouco combustível, assim como Heidfeld da BMW, o mais seco do grid. Sendo assim param cedo e quando seus oponentes teriam uma chance de diminuir a diferença, imposta pelas táticas usadas, veio a primeira intervenção do saffety-car. O Spicker de Sutil achou o muro.
Pelas novas regras os boxes ficam fechados assim que o carro madrinha entra. Em bom português, os dois pararam na hora certa. Sem saber é claro, foi um lance de sorte. Pois quem entrasse nos boxes, quando liberado, teria que ir para o fim da fila. E tambem aqueles que largaram de tanque cheio, aos poucos se deram bem, assumindo posições à frente dos mais rápidos.
Os dois, Lewis e Nick, não sofreram com os desmandos das intervenções daquela bela Mercedes prata, com um melodioso ronco do seu V 12. Pra se ter uma idéia da situação, é só ver a tabela final. Lewis Hamilton largou em primeiro e chegou em primeiro. Tudo conspirou a seu favor, a não ser quando Alonso quase virou parede para ele na segunda curva da primeira volta. Heidfeld largou em terceiro, foi segundo após a primeira curva e chegou em segundo. O terceiro colocado foi Wurtz, congratulações, pois havia largado em décimo nono. E em quarto veio Kovalainen, que largou em último, ou seja, 22ª posição. Esses dois estavam precisando de resultados e essas posições caíram dos céus. Pois estavam com a cabeça a prêmio em suas equipes.
O efeito Hamilton. A F-1 nunca viu nada igual, o piloto é um destruidor de recordes. Alonso, pelo que me parece, perdeu a concentração ao ter que disputar a preferência da equipe. Na verdade, a parte Mercedes da McLaren quer Alonso na ponta, para honrar seus compromissos comerciais com os patrocinadores logicamente. Mas a parte McLaren da McLaren, por ser composta de ingleses, grandes bairristas, são Hamilton desde criancinhas. Mansur e Dennis estão com a batata assando nas mãos. Já Nobert Haulg tem um olhar mais comercial da situação. Quem vai vencer a queda de braço? Lewis conta com o apoio de uma grande torcida no mundo, mais os ingleses. Alonso conta somente com os espanhóis, mesmo assim não são todos.
O efeito McLaren. Se em Mônaco era esperada uma certa vantagem dos carros da McLaren, no Canadá eles foram a grande surpresa. E quem garante que não o serão também nos EUA. A verdade é que a ficha caiu em Maranello. O carro Italiano era a grande fera no começo da temporada e agora foi superado pelos ingleses. Depois de Indianápolis o pessoal da Ferrari vai ter que trabalhar duro para tentar se igualar aos ingleses. Se há uma coisa que ainda tem graça nessa F-1 de hoje, é isso: um carro que não ganhou nada em 2006 conseguir virar a mesa e se tornar imbatível em 2007. Pela lógica um F-1 em Indianápolis tem que ser bom de reta. E os McLaren´s 2007 têm se mostrado bons de reta e de re-aceleração em pistas lentas.
Sem Newey todos achavam que a McLaren era carta fora do baralho, como em 2006. Agora lidera o mundial de construtores com 28 pontos de vantagem. Pelo visto uma grande equipe não se faz somente com um ótimo projetista. Pois a Red-Bull ainda não decolou, apesar do efeito Newey.
Tem equipe que cai e consegui se levantar, como a McLaren. Só que a Williams caiu e não conseguiu voltar à ponta. Mas a explicação está no orçamento, quando bem aplicado é claro! A McLaren tem hoje o maior orçamento do circo, que é muito bem aplicado. Já a segunda em orçamento, a Toyota, é um exemplo ao contrário. Pois apesar da grande soma investida, não conseguiu nem marcar mais pontos que a Williams, sua cliente de motores. E temos ainda o exemplo da Super-Aguri, segunda equipe da Honda que conta com um orçamento bem menor que a matriz. Além disso, já possui 4 pontos no campeonato dos construtores, contra nenhum da Honda.
Como é possível uma equipe que tem um chefe do calibre de Gil De Ferran, que tem uma vasta experiência em corridas com múltiplas paradas de boxes como a do Canadá, não intervir com uma estratégia mais eficiente para seu piloto na pista? Esse piloto era o Burrinho, o cara mais sortudo da F-1 nos últimos anos. Sempre no lugar errado na hora errada. Que sina!
Massacrado. Nosso piloto da Ferrari foi o maior perdedor dessa etapa. Ele e Fisichella, pela mesma punição. Os dois levaram uma bandeira preta e ainda viram seus companheiros de equipe se dar bem no final da etapa. No caso de Massa, a perda foi ainda maior em relação a Lewis Hamilton. Pois tinha uma desvantagem de 5 pontos. Até chegar ao Canadá. Essa desvantagem agora é de 15 pontos. Alonso também não tem muito que comemorar nesta etapa. Além disso, ele está mal psicologicamente e tem soltado algumas pérolas pela imprensa.
O personagem dessa etapa do Canadá foi Robert Kubica. Esse é o cara! Após uma senhora pancada, o piloto sofreu apenas uma leve torção na perna. Mais foi vetado para correr nos EUA.O ultimo acidente feio na F1 foi do Burti em 2001 em Spa. Burti ficou 8 dias no hospital
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