Massa foi “massa”. Teve um ótimo final de semana, fez a pole, realizou o maior número de voltas na liderança e o melhor, a vitória. Não uma daquelas vitórias mornas, em que o pole larga na frente e dispara. Desta vez nosso piloto teve como ameaça seu companheiro de equipe, que fez uma boa largada, tomando a segunda posição de Hamilton. Kimi tentou induzir o brasileiro ao erro a maior parte da prova, pois marcava sob pressão. Principalmente antes do segundo pit stop. Segundo declarações do próprio Massa, ele chegou a errar em duas ocasiões. Mas no fim prevaleceu a concentração e perseverança de Felipe.
Kimi Raikkonen perdeu essa prova na qualificação. Ou melhor, foi Felipe Massa que venceu essa etapa praticamente na qualificação. Kimi tinha o direito de brigar pela pole, pois tinha sido mais rápido que Massa na segunda seção da qualificação. Mas foi em vão, já que mesmo estando com mais gasolina, isto é, mais pesado, nosso piloto conseguiu o que era quase impossível naquele momento, conquistar a pole. Nem sua equipe nem seu engenheiro esperavam por isso, foi realmente uma surpresa. Obviamente, Kimi deu uma forcinha para que isso acontecesse, sob pressão ele errou nas duas últimas tentativas.
Estava vencido o primeiro round da luta. No domingo Massa foi praticamente perfeito. Largou bem e conseguiu ser mais eficiente, devido a uma escolha diferente e errada. Isso foi o que pensei a princípio, mas na verdade essa escolha foi um acerto, ele largou os pneus novos e tanque cheio. Entretanto, quando seu carro ficava leve e os pneus gastos, Raikkonen vinha com tudo, e chegou até a fazer com que nosso piloto cometesse um erro. Porém, novamente Massa tinha uma carta na manga, os pneus duros, que foram usados somente no último pit. Com esse composto duro, o carro do brasileiro passou a ser mais estável e manteve uma performance mais redonda, o que abriu uma vantagem confortável em relação ao finlandês. E este que de bobo não tem nada, deu um refresco no fim da prova e partiu para realizar a melhor volta da corrida, antes pertencente a Massa, deixando assim sua marquinha no grande final de semana do companheiro de equipe. Além de usar esse fato como desculpa a Montezemolo para justificar seus erros no qualifiny.
Uma situação que não consigo entender foi a turma da Globo dizer no ar que Massa é o preferido da equipe. Isso por ele ter como empresário Nicollas Todt, filho de Jean Todt. Apesar de o brasileiro ser um piloto adotado por Todt desde 2001, não é Jean quem dá as cartas dentro da Ferrari. Esse papel quem ocupa é o capo, Luca De Montezemolo, que é torcedor de Kimi desde criancinha. Confesso que esta eu não entendi, este pessoal da Rede Globo vai a muitas corridas do campeonato e tem um bom relacionamento dentro do circo, já que estão por lá há vários anos. Foi uma grande incoerência dizer uma bobagem desta para milhares de brasileiros.
Será que somente eu e David Coulthard enxergarmos a política dos italianos? Coulthard teve a coragem de dizer isto na entrevista de quinta-feira, antes do GP Turco. O que deixou Massa com um sorriso amarelo diante de tantos repórteres. Meio que engasgado, Massa disse que tudo não passou de um engano. O brasileiro não é bobo, não vai repetir o erro de Rubinho e tentar virar o jogo a seu favor, sendo que a alta cúpula da Ferrari o vê apenas como segundo piloto. Guardadas as devidas proporções, Senna enfrentou uma situação semelhante em seu primeiro ano de McLaren. Se voltarmos ao passado, lembraremos que todos os pilotos brasileiros sofreram uma certa descriminação em suas carreiras. O grande e pioneiro Emerson Fittipaldi foi relegado a aceitar muitas regalias dadas a Ronnie Pethersson, isso um ano após Emerson ter sido campeão. Quem se deu bem com essa trapalhada de Chapmam na época foi J. Stweart, que acabou sendo o campeão daquele ano. Depois veio Piquet, que brigou com Mansel. Aliás, em um primeiro momento foi com Prost, devido à falta de comando da Williams na época. No ano seguinte, a briga se restringiu somente a Mansell e Piquet, que saiu vitorioso. A história de Senna quase todos conhecem. Ele entrou para a equipe porque era rápido, e principalmente por trazer na bagagem os motores Honda, imbatíveis na época. Prost achou que por ser bicampeão teria vida fácil.
Enganou-se a turma da McLaren não teve um grande fim de semana. Primeiro Hamilton perdeu a segunda posição para Kimi. Para piorar, Alonso perdeu duas posições antes da primeira curva. Nada poderia ser pior para o hispânico, que agora conseguiu ter uma equipe independente dentro da própria McLaren. Seus mecânicos, corpo técnico e engenheiro não precisam mais passar as informações de acerto para o carro de Hamilton. O que não mostrou nenhum resultado técnico a favor do espanhol. Pelo contrário, Lewis vinha sendo bem mais eficiente até que seu pneu dianteiro direito estourasse. Mas a estrela do piloto inglês não o abandona nem nos dias ruins. Por incrível que pareça, ele não bateu o carro após ter o pneu danificado, nem seu carro sofreu grandes avarias com os restos de borracha. E para terminar, o incidente ocorreu perto da entrada dos boxes.
Mas o que importa mesmo é que esta vitória veio na hora certa. E deixou o Felipe mais aliviado, pois boa parte da mídia européia estava o vendo com bons olhos. Uma ótima semana a todos
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