Nesse final de semana teremos o ultimo GP de 2007. Este foi um campeonato marcado por uma surpresa atrás da outra, em vários aspectos. Nada como voltarmos no tempo para recordar. No início deste ano, antes do primeiro GP, entre os favoritos estava a Renault, por ser a equipe que havia vencido dois campeonatos seguidos. Sem falar do mala do Briatore dizendo aos quatros ventos que seriam campeões novamente, pois sua equipe era feita de vários membros e não dependia de um homem só, no caso, Alonso.
O tempo nos mostrou que o "Maliatore" estava falando demais. Como deve estar fazendo atualmente, ao dizer que a equipe é a mesma que ganhou dois campeonatos seguidos e que não esqueceram como fazer um carro vencedor. Estas palavras foram usadas para seduzir Alonso a voltar ao seu berço esplendido. Mas de nada adiantaria se os euros restantes que o hispânico exige forem confirmados. Dessa maneira, sobra para a ING, Santander, Telefônica e para o nojento Ron Dennis, que tem que aliviar a multa contratual, pela mudança de equipe.
A verdade é que os ingleses não querem o asturiano na equipe em 2008 nem pintado de ouro ou de diamantes, se é que existe esse tipo de pintura. Mesmo assim não deixarão de tirar proveito do momento. A McLaren não quer Alonso, mas para este sair vai ter que pagar. Dennis sabe que há equipes dispostas a pagar para ter o queixudo e arrogante Alonso, e não vai abrir mão dessa oportunidade. O espanhol, apesar de ser "persona non grata" significa dinheiro para Dennis.
Se antes do início da temporada a Renault era tida como uma das favoritas, a Ferrari não ficava atrás. Tinham um carro vencedor e era o único dos ponteiros a conhecer a borracha da Bridgestone, vantagem que os franceses e os ingleses não compartilhavam. A McLaren, que em 2006 não havia ganhado nada, aparecia com mais moral nos treinos pré-temporada. Mas a grande surpresa dessa fase de testes eram os carros da BMW.
Entretanto, desde o GP da Austrália algumas teses não se confirmaram. A Renault nem de longe lembra a temporada de 2006. A Ferrari era favorita, mas se deu mal porque o piloto em que ela depositou suas fichas demorou a deslanchar. Nessa demora, como é de praxe no time italiano, prejudicaram o piloto que tinha mais chances dentro da equipe. Já vi esse filme com o Irvainne e com o Burrinho. Mas como Massa tinha a mão do carro na primeira metade da temporada, alguns chegaram a pensar que ele poderia ter alguma chance. Esta coluna no início do ano já havia cantado a bola, coisa que nos custou vários e-mails nada educados. Agora, no fim da temporada, espero que meus desafetos concordem! Nesta F-1 atual não há lugar para campeões do terceiro mundo. A menos que seja um mercado a ser explorado pelo Verme: Turquia, Índia ou ainda a China, que não faz parte economicamente do terceiro mundo. Logo, logo teremos um piloto chinês no grid da F-1. Quer apostar?
Voltando à retrospectiva, foi só começar a temporada para vermos que a Ferrari não era um carro imbatível e que as Renault´s não tinham bala na agulha. A grande surpresa eram os carros da McLaren, que não quebravam e estavam sempre no podium. Começou uma regra inversa: a McLaren de 2006, que nunca concluía uma prova, é em 2007 o carro de maior confiabilidade até aqui; já a Ferrari, que pouco quebrou na temporada passada, tornou-se um carro pouco confiável. Se bem que em algumas situações a culpa certamente não foi do carro. Como no primeiro GP do ano, quando prepararam um câmbio bomba para Felipe Massa. Qual era a intenção da equipe nesse dia? Simplesmente abalar a confiança que Massa tinha adquirido nos testes de inverno. Na primeira etapa a Ferrari estava bem à frente da McLaren, além disso, não esperavam que Niguel Spencer estivesse trabalhando contra a própria equipe, então jogaram todas as cartas no Kimi. Esses italianos são capazes de muitas trapaças, já deixaram o Burrinho sem gasolina, quando liderava um GP do Brasil, só para este não passar o Alemão na tabela. Não deve ser à toa que a máfia nasceu por lá.
Contudo, a Ferrari jamais esperaria por um espião inglês, que de cara os entregou por estarem fora do regulamento com um assoalho móvel. E foi essa a primeira deixa para os italianos descobrirem que estavam sendo traídos. Desta maneira, muita notícia foi parar na mídia. Elementar meu caro Watson. O pior é que a cópia se tornou melhor que a matriz. Filme que também já vi antes. Os primeiros Lexos eram copias dos Cadilac´s, e hoje superam os Cad´s em todos os quesitos. Se bem que ainda existem alguns bairristas que votam no carro americano. Voltando ao assunto, a BMW superou a Renault, que de primeira força foi para quarta. Desempenho ainda pior teve a Honda, que foi a quarta força no ano passado.
Essa é a F-1, um esporte quase previsível, mas que sempre nos guarda algumas surpresas. Mesmo na era do alemão, quando ele dispunha de uma grande equipe para trabalhar por ele por dez anos. E que mesmo assim conseguiu cinco campeonatos. Nenhum piloto em toda história da F-1 teve tanto privilégio e por tanto tempo. Que me perdoem os torcedores do alemão. Todos os campeões anteriores não tiveram esse privilégio. E pela lógica nunca terão.
Essa é a F1, que tem uma audiência mundial. E também é por isso que vamos estar em Interlagos nesse final de semana, vendo tudo de perto, tudo aquilo que vemos pela telinha o ano inteiro. O cheiro o som e aquele burburinho dos bastidores, que nunca aparecem na tv. Semana que contaremos tudo aquilo que vimos e vivemos nos três dias de GP.
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