A história do Social FC se confunde com a do Vale do Aço. Criado inicialmente, no dia 1º de outubro de 1944, com a intenção de oferecer lazer para parte dos 3,5 mil habitantes de Coronel Fabriciano, o time é batizado com o nome de Comercial (devido ao fato de boa parte de seus fundadores serem comerciantes do município de Antônio Dias) e utiliza como campo à área onde hoje se situa o Salão Paroquial do município.
Neste mesmo ano o time passa a se chamar Social. A mudança, segundo alguns fundadores, foi feita para tornar o clube mais popular.
Anos 50-60 – Memoráveis batalhas campais entre Social, Usipa e Acesita
Termina a fase de adoção do Social pela Belgo Mineira. Sob a direção do empresário Mariano Pires Pontes, o clube monta grandes equipes para fazer frente ao clube Usipa, de Ipatinga e Acesita, de Timóteo, bem como ao Comercial e Minas, de Nova Era.
Era a época de memoráveis torneios regionais. A emancipação de Ipatinga e Acesita acirra a rivalidade entre os clubes, empolga os torcedores e transforma as partidas em verdadeiras batalhas campais.
Anos 70
No final da década, dirigentes e simpatizantes começam a discutir a viabilidade da profissionalização do Social. A transformação e o crescimento populacional faz surgir várias equipes amadoras. A situação leva ao consenso de que não se justificaria mais manter o clube no amadorismo, cuja própria concorrência fomenta o surgimento de um time maior. Aí surgiu a idéia de se disputar o Torneio de Acesso da Federação Mineira de Futebol em 81, primeiro estágio na escalada do profissionalismo.
Anos 80 – O Social filia-se à Federação Mineira de Futebol e disputa o Torneio de Acesso
A série de amistosos preparatórios contra Vila Nova, Cruzeiro, América, Atlético, Democrata de Sete Lagoas, Bonsucesso (RJ) e Valério doce, de Itabira, resultam em muito otimismo. Mas, o profissionalismo não é só sonho. A menos de um mês do início do torneio, o técnico Juquita se demite. No meio da crise, a diretoria é substituída por um grupo de ex-diretores e simpatizantes, entre os quais Ubiracy Ataíde Martins, Waldir Fenandes, Marcos Aurélio Costa, Ivan de Campos Belo, Jorge Monte Alto e José de Souza Batalha, este último como presidente.
Além disso, a participação do clube no campeonato só foi possível graças ao empenho do advogado Dilson de Aquino junto ao Supremo Tribunal de Justiça Desportiva. Uma exigência da antiga Confederação Brasileira de Desportos, só permitia a participação em competições nacionais de equipes cujas cidades tivessem mais de 100 mil habitantes. O parecer favorável do relator do processo, André Richet (ex-presidente do Flamengo), se baseou no argumento de que o Vale do Aço possuía mais de 500 mil habitantes, ressaltando a característica de conglomerado urbano da região. Vinte anos mais tarde é criada a Região Metropolitana do Vale do Aço.
A uma semana do início da competição uma “proposta irrecusável” leva o técnico Juquita para o Guarani, de Divinópolis. Na seqüência, e no sufoco, a equipe passa pelo comando de quatro ténicos: o massagista Claudio Fonseca, que escala o time para as primeiras partidas; o zagueiro Fifi, que comanda o Social em boa parte do campeonato; Otávio Cirilo, que comanda o time em apenas três jogos; e Pedro Paulo (ex-jogador do Cruzeiro), que dirige o time em seis partidas.
A estréia do Social no futebol profissional acontece em Araxá, em 6 de julho, contra o Araxá. Empate sem gols. A equipe que veste oficialmente pela primeira vez a camisa do Social é: Adilson, Lau, Fifi, Pitoca e Geraldão; Beto, Julinho, Chicão e Luciano (Vanderley); Eli e Zé Laurindo.
Os sobressaltos e as dificuldades comuns, em vôos mais altos, resultam numa campanha iregular: 3 vitórias, 3 empates, 6 derrotas, 8 gols marcados e 17 sofridos. Com a desclassificação e uma série de outros fatores, o clube acaba se licenciando por um período de 10 anos.
1986 – A arrancada do Estádio Louis Ensch
Aproveitando o momento propício da economia no país, quando a primeira fase do Plano Cruzado ainda era favorável a investimentos, o então presidente Ubiracy Ataíde Martins pode enfim viabilizar parte do seu sonho de auto-sustentação do clube.
Com a construção de lojas nas ruas Maria Mattos e 12 de Outubro, é possível gerar recursos, construir parte das arquibancadas do estádio e começar a traçar a volta ao profissionalismo.
Anos 90 – De volta ao sonho do profissionalismo
Dez anos depois de sua primeira participação no Torneio de Acesso, o Social retorna à 2 a Divisão. Sob o comando do técnico Percy Gonçalves e com um elenco formado por semiprofissionais, a equipe não consegue resultados expressivos, embora tenha se classificado para a fase semifinal da competição. No correr das semifinais, Percy Gonçalves deixa o clube, obrigando a diretoria a buscar uma solução caseira: alguém que já havia conquistado um título amador para o clube em 1988 e tinha pela frente uma carreira vitoriosa no futebol mineiro: José Ângelo Ferreira, o Preca.
Sem jogadores que pudessem desequilibrar individualmente, o time se despede da competição no dia 10 de novembro, com vitória de 3 a 2 sobre o América, em Teófilo Otoni.
1995 – Social Campeão Mineiro da Segunda Divisão
O presidente Adílio Coelho e o diretor de futebol Ubiracy Ataíde Martins fazem um detalhado planejamento para a temporada, incluindo reformas no estádio, alojamentos e escolha minuciosa do elenco. Para o comando é contratado o técnico José Angelo, responsável pela bela campanha da Patrocinense no primeiro semestre de 95, elenco que será a base do Social na temporada. O acerto desse planejamento é confirmado com o título de Campeão da Segunda Divisão e uma performance invejável da equipe durante o torneio. Em 18 partidas o Social venceu 13, empatou 3 e sofreu apenas 2 derrotas. Marcou 38 gols e levou 14. O ponta-direita Washington, emprestado pelo Cruzeiro, artilheiro do campeonato com 12 gols, é contratado em seguida.
1996 – Social Campeão Mineiro do Módulo II - 1996
21 de agosto. Estádio Louis Ensch. De posse da faixa de campeão, o Social vence o Montes Claros por 2x1 no último jogo da temporada. Luizão abre o placar para o Montes Claros, mas de 4 mil torcedores empurram o time para a virada com gols de Helinho e Messias, este de pênalti. A torcida socialina descobre o doce sabor de varar a madrugada comemorando um título.
Elenco: Marco Aurélio, Lucas, Denilson, Júlio Verne, Luciano, Jackson, Márcio Ananias, Serginho, Samis, Geu, Helinho, Charles, Rondinelli, Messias, Dutra, Leonardo, Carlos Alberto, Roberto Carlos, Washington, Nêgo, Maurício, Jorge Luiz, Valdo, Cléber, Agamenon, Daniel.
Técnico: José Ângelo Ferreira
Presidente: Adílio Coelho
Vice Presidente: Paulo Pires
Diretor de Futebol: Ubiracy Ataíde Martins
Supervisor: Roberto Moutinho
Médico: Iran Miranda
Preparador Físico: Rainê Faria
Massagista: Paulinho Roupeiro: Zito
O Social no Campeonato Mineiro – 1997
O Vale do Aço está em festa com a presença do Social Futebol Clube, de Coronel Fabriciano, no Campeonato Mineiro, depois de ganhar o Módulo II do ano anterior.
Desde que a Associação Atlética Usipa de Ipatinga, disputou o estadual, entre 67 e 68, a região não tinha representante no grupo de elite mineiro. O torcedor mais entusiasmado é o prefeito de Fabriciano, o petista Chico Simões: “O Saci vai divulgar a cidade, movimentar o comércio e incentivar o turismo”.
Paralelamente à disputa do campeonato, a diretoria comandada por Adílio Coelho dá seqüência às obras de conclusão do estádio Louis Ensch, agora com capacidade para 6 mil pessoas. Além do novo prédio com sede administrativa, vestiário para árbitros (com passagem subterrânea para o gramado), sala para comissão técnica e cabines de rádio, a diretoria lança o plano de lojas da Rua São Sebastião.
Essa estratégia, mais a busca de recursos junto a grandes empresas da região, visa tornar realidade o centro de treinamentos e a sede campestre para 5 ou 6 mil associados, onde o clube poderia investir em outras modalidades e se transformar assim num pólo de tradição e formação esportiva. Com a ascensão do Social à 1 a Divisão, a crônica esportiva regional ganha um novo estímulo. Aproveitando a boa fase do clube, as emissoras de rádio e TV também sentem a necessidade de se aprimorar e profissionalizar a cobertura esportiva do “mais querido” do Vale do Aço. O Social obtém a 3 a melhor média de público e renda no torneio, ficando atrás apenas de Atlético e Cruzeiro.
Tem também a maior arrecadação e público pagante da rodada: R$ 97.435,00 e 10.829 torcedores debaixo de chuva em jogo contra o Atlético Mineiro no Ipatingão.
Atualmente (2007) o Social Futebol Clube, após alguns insucessos, tenta o retorno à elite do futebol mineiro disputando do Módulo II.
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