 O título mineiro foi muito bem recebido, especialmente por ter vindo após uma goleada por 5 a 0 sobre o maior rival, Atlético. No Campeonato Brasileiro, o objetivo também é brigar pelas primeiras colocações, apesar do início titubeante. No entanto, ninguém no Cruzeiro esconde que a temporada 2009 não será completa sem o título da Copa Libertadores da América. E para manter vivo o sonho do tri-campeonato, o time de Adílson Batista terá que passar pelo São Paulo nesta quinta-feira, às 22h, no Morumbi, pelas quartas-de-final do torneio continental.
Após vencer o Tricolor no jogo de ida, por 2 a 1, em Belo Horizonte, o time de Adílson entra em campo com uma pequena, mas importante vantagem – a Raposa precisa apenas de um empate para chegar às semifinais. Derrota por um gol de diferença, desde que marque pelo menos dois tentos na casa do rival, também classifica o Cruzeiro. Vitória do São Paulo por 2 a 1 leva a decisão para as cobranças de pênaltis.
Segundo o atacante Wellington Paulista, a vantagem do Cruzeiro não pode ser ignorada. Para ele, provável companheiro de Kléber no ataque, o time tem que jogar com inteligência para buscar a vaga no Morumbi. “A gente espera aproveitar essa vantagem. Lógico que, se a gente empatar, temos condições de avançar. Espero que a gente possa marcar muito forte, marcar bem, sair nos contra-ataques para que a gente possa não só empatar. Se sair um gol será muito bom”, explicou.
O centroavante lembrou da tradição são-paulina na Libertadores e disse que, apesar da vantagem, o time celeste precisa encarar o rival de igual para igual se quiser seguir no torneio. “Eles (São Paulo) crescem muito nessa fase da Libertadores. No ano passado também tinha essa discussão (momento ruim) e eles acabaram passando de fase. Então, a gente sabe da dificuldade que é jogar contra eles, principalmente no Morumbi. Temos que continuar trabalhando forte e se doar os 90 minutos, porque será um jogo muito mais de coração, garra e vontade do que qualidade dos dois times mesmo”, disse Wellington Paulista.
Cruzeiro e São Paulo chegam ao confronto decisivo em momentos relativamente semelhantes. Apesar do título estadual, a Raposa não vive um bom momento no Brasileirão, onde ocupa a 10ª posição na tabela, como sete pontos. Em seis jogos, foram duas vitórias, um empate e três derrotas – todas fora de casa. Como visitante, aliás, o time celeste acumula oito tropeços seguidos no Nacional: São Paulo, Atlético-PR, Goiás, Náutico, Internacional (todos em 2008), Náutico, São Paulo e Palmeiras (em 2009).
Já o Tricolor do Morumbi fracassou logo no Campeonato Paulista, sendo eliminado para o Corinthians nas semifinais da competição. O desempenho no Nacional também deixa a desejar. Assim como o Cruzeiro, o time de Muricy Ramalho tem apenas sete pontos, conquistados com uma vitória, quatro empates e uma derrota. Já pelo torneio continental, o São Paulo acabou beneficiado pela exclusão dos clubes mexicanos, em virtude da gripe suína, e não precisou jogar as oitavas-de-final, diante do Chivas.
Indefinições
Os dois treinamentos do Cruzeiro em Atibaia, no interior paulista, foram realizados com os portões fechados para a imprensa. Os jornalistas se limitaram a acompanhar os jogadores cobrando penalidades, sempre no fim das atividades. Nesse período, Adílson Batista não concedeu entrevistas coletivas, alimentando ainda mais as dúvidas sobre qual time que entrará em campo nesta quinta. As jogadas de bola aérea, uma das especialidades do adversário, foram muito trabalhadas pelo setor defensivo.
Apesar do clima de mistério, a equipe não deve ser muito diferente da que vinha jogando antes da partida contra o Palmeiras, no domingo passado. O lateral-esquerdo Gérson Magrão e o atacante Kléber, que não atuaram no fim de semana por cumprirem suspensão, são nomes certos entre os titulares. O companheiro do Gladiador no ataque deve ser Wellington Paulista, mas Zé Carlos também corre por fora pela vaga. Jonathan deve voltar à lateral direita. Já o meio-campo possivelmente terá Fabrício, Henrique, Marquinhos Paraná e Wagner.
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