A segunda-feira foi diferente para os torcedores do América (foto). Ontem, a maioria acordou com a camisa verde e preta e desfilou seu orgulho, guardado há tanto tempo. Eles eram vistos já nas primeiras horas da manhã por todos os lados, colorindo ruas, avenidas e praças de Belo Horizonte com as cores do clube , inclusive nos colégios e faculdades (contrariando a máxima de que o Coelho não tem jovens em sua torcida).
Mostrar o amor ao time, que retorna à Série B depois de derrotar o Brasil-RS por 3 a 1, ocorreu de todas as maneiras. Paulo Américo Roscoe Papini, que trabalha como oficial de Justiça e é filho de um americano histórico, Paulo Papini – trabalhou no Diário da Tarde, onde tinha a coluna Bafo do Coelho, que originou o nome de uma das maiores torcidas do clube –, contou: “Hoje (ontem), quando levantei, me aprontei e coloquei o broche que meu pai me deu, de marfim e ouro, que foi usado pelos jogadores na excursão do América à Europa, em 1957. Na minha mesa, tenho flâmula e um escudo do Coelho”.
No Mercado Central, o comerciante Diogo Murta, de 22 anos, foi trabalhar orgulhoso. “Cheguei mais cedo. Queria ver todo mundo, pois sempre mexem comigo. Sou todo alegria. Estava tão ansioso que passei uma semana sem dormir direito, esperando o jogo.” E já sonha. “Agora, queremos os títulos da Série C e da Taça Minas Gerais, esse para garantir desde já vaga na Copa do Brasil’2010. Depois, vem o Campeonato Mineiro, a Série B e, se tudo continuar dando certo, a Série A em 2011.” Diogo manda recado à diretoria: “Tem de manter o Givanildo (técnico). Ele tem a cara do América. Entende o clube, a torcida”.
O operador de máquinas José Dutra, de 59, lamentou não ter ido ao campo. “Tive um problema de saúde e estava internado. O médico não deixou que eu fosse, mas, no próximo jogo, vou de qualquer jeito, pois já estou recuperado”, dizia ontem, ao lado da mulher, Maria Efigênia de Souza, quando passavam pela Praça 7, voltando de uma consulta. “O América demorou a acordar. Custaram a entender que era preciso unir todos os dirigentes, em vez de ficarem brigando. Houve o entendimento, a união. Salum voltou e ele trouxe o Givanildo. É preciso continuar assim para que o América seja sempre grande.”
Próximo deles passou Carla Conceição Otoni Campos, de 32, também exibindo a camisa do time. Um homem gritou para ela: “Aí, americana, está feliz, hein?” Ela sorriu e, orgulhosa, contou: “Eu fui com o meu marido, Éder, ao campo, ontem (domingo). Ele comprou essa camisa lá, para mim. Fiz questão de usá-la.”
Seriedade no CT
tempo de comemoração já passou. Pelo menos na cabeça do técnico Givanildo de Oliveira e dos jogadores. Hoje é dia de trabalho no CT Lanna Drumond, afinal de contas, o América tem jogo amanhã, às 19h, em Montes Claros, contra o Funorte, pela Taça Minas Gerais.
O treinador ainda não definiu qual equipe escalará, pois a prioridade, segundo ele, continua sendo o título da Série C. Mas admite a importância da competição. “Vale vaga na Copa do Brasil e é um título, o que é importante para o América. Mas vamos aguardar a revisão médica, para saber se alguém tem algum problema. Não podemos sacrificar ninguém, afinal de contas, domingo temos o Guaratinguetá, no interior paulista.”
O América anunciou ontem um reforço para a base. O superintendente de futebol Jorge Murta confirmou a contratação do ex-atacante Hamilton, que defendeu o Cruzeiro e o próprio Coelho e que será o novo treinador do time de juniores.
foto/crédito: site oficial do América
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