Kléber admite ficar no Cruzeiro, mas quer fim das vaias e o respeito dos torcedores
25/09/2009 - 08:00 hs
Insatisfeito com o tratamento da torcida do Cruzeiro depois que compareceu a uma festa na sede da maior torcida organizada do Palmeiras, Kléber (foto) chegou a anunciar que não jogaria mais pelo clube mineiro. Nesta quinta-feira, em entrevista no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, o jogador foi categórico ao afirmar que deixará a Raposa caso os torcedores celestes não voltem a tratá-lo como antes. O atacante, na verdade, deu o primeiro passo em busca de uma conciliação.
Apesar de se sentir injustiçado pelas vaias ao ser substituído na derrota por 2 a 1 para o próprio Palmeiras, quarta-feira à noite, no Mineirão, o atacante garantiu que não se vê jogando apenas no time do Palestra Itália e prometeu continuar atuando normalmente pelo clube de Belo Horizonte até que a situação seja resolvida. Confira abaixo as principais declarações do atleta no esembarque da delegação mineira na capital paulista.
Torcidas e vaias no jogo contra o Palmeiras "Está ficando insustentável. Não quero ficar em um lugar que não me querem. Por tudo aquilo que fiz pelo clube, falei para o Zezé (Perrella, presidente do Cruzeiro) que não jogaria mais se fosse vaiado. Não tem como ignorar sete milhões de torcedores. Não quero uma retratação da torcida, mas sim respeito, porque acredito que conquistei isso dentro de campo. É o mínimo que eles podem ter com os jogadores. Se quiserem que eu fique, isso tem de acabar. Só quero ser tratado como era antes. Acho que fui injustiçado. Não vinha fazendo uma partida ruim. Para quem está um mês parado, acho que fui bem".
Segurança fora do clube "Tomei essa decisão ontem (quarta-feira) à noite. Conversei com minha família. Meus pais sempre estão em Belo Horizonte e vão começar a ser hostilizados. Já aconteceu, aliás, e é melhor não passar por isso. É uma situação que vai além do amor pelo clube. É briga de torcida. Os próprios torcedores que foram me encontrar disseram que se eu fosse à quadra da torcida do São Paulo não teria problema. Mas como fui à da mancha, então teve (problema). Então, o cara está preocupado com a torcida, não com o Cruzeiro".
Dedicação Eu poderia não ter vindo para o jogo (contra o Barueri). Acima de tudo está o Cruzeiro. Vou dar meu máximo e jogar para vencer. Continuarei jogando porque tenho contrato. Sei separar as coisas. Vou produzir o que sempre produzi, alegre ou não. Vou treinar e jogar com a mesma dedicação. Agora, o que vai acontecer nós veremos depois. Vamos deixar os dias passarem, e quero ver o tratamento do torcedor comigo. Só o tempo para saber o que vai acontecer".
Palmeiras é a saída do cruzeiro Tenho espaço em muitos clubes. Sei que tenho. Como vim para o Cruzeiro e virei ídolo em tão pouco tempo, acredito que posso ir para outro e virar ídolo também. Tenho futebol para isso. Muita gente acha que eu só seria feliz no Palmeiras. Eu era muito feliz no Cruzeiro até esse acontecimento recente. Infelizmente, levaram para esse lado, e acabou toda a paixão da torcida
comigo. Tenho contrato de cinco anos. Se alguém quiser me levar, tem de pagar a multa, que é de dez ou 15 milhões de euros, valor que nenhum clube brasileiro pode pagar (a multa é de dez milhões de euros)".
Resposta a Vagner Love - "Eu não ouvi o Vagner dizer e não posso falar. Agora, ele vai falar que não iria na Gaviões, mas botou a camisa do Corinthians e disse que jogaria antes de ser contratado. Se ele realmente falou isso, está caindo em contradição".