Exigente, Muricy indica trunfo para levar o São Paulo a novo bi mundial
03/01/2006 - 14:47 hs
São Paulo
O jeito explosivo de agir nos treinos e em campo perante seus jogadores é o trunfo que o técnico Muricy Ramalho acredita ter para manter o elenco do São Paulo motivado o suficiente para, além de repetir em 2006 o mesmo sucesso obtido pelo clube na última temporada, quando se tricampeão da Libertadores e do Mundial, lutar por um novo bicampeonato, assim como aconteceu em 1992-93.
Consciente que os jogadores terão como principal obrigação administrar um eventual 'salto alto' pelo triunfo em 2005, Muricy Ramalho se apresentou nesta terça-feira como novo técnico do São Paulo pronto para assumir a função de ser o responsável por manter o elenco "pilhado" durante toda sua presença no clube, previamente acertada por um ano.
"A vida continua para quem está aqui (no São Paulo). Se deixarmos de ganhar os títulos, a cobrança certamente vai existir. E é preciso ter alguém que precisa deixar claro que eles precisam continuar vencendo. É o que mais tenho a fazer no São Paulo", afirmou Muricy Ramalho, técnico de 50 anos que começou sua carreira como técnico justamente no clube que irá dirigir nesta temporada.
Ex-jogador do São Paulo nos anos 70, Muricy teve sua primeira grande experiência como técnico sendo auxiliar de Telê Santana, responsável pela equipe bicampeã da Libertadores e do Mundial em 1992-93. Responsável por dirigir o 'expressinho', que com jogadores como Rogério Ceni, Denílson, Edmílson e Juninho Paulista conquistou o título da Copa Conmebol de 1994, ganhou pontos com a diretoria, que por duas outras vezes já havia o convidado para assumir o clube.
Escolhido por ter uma 'visão' da história e da estrutura do São Paulo, Muricy chega amparado por ter levado o Inter a ser vice-campeão brasileiro de 2005, e com a certeza de que o elenco que, além da Libertadores e do Mundial de Clubes da Fifa, conquistou o Paulistão do ano passado, é capaz de repetir a façanha do time de 1992-93.
"O São Paulo pode repetir o feito de 92-93. Tem condições para isso, pela estrutura e pela história que o clube vem construindo. Meu grande desafio vai ser fazer eles pensarem que são capazes de ganhar tudo que ganharam em 2005", disse Muricy, preocupado em deixar a empolgação da conquista para trás. "A história é importante, mas o trabalho do dia-a-dia vai ser mais importante ainda".
O trabalho de Muricy, no entanto, não parece ser o dos mais fáceis, já que a própria diretoria ainda não esconde a felicidade -e a confiança- explícitas que o título conquistado contra o Liverpool, em Tóquio, foi capaz de produzir.
"O Muricy vai ter um trabalho muito fácil. É só manter o ano brilhante que tivemos em 2005", disse o presidente do clube, Marcelo Portugal Gouvêa, que na seqüência tratou de minimizar sua empolgação. "Mas sabemos que não é assim. Há uma responsabilidade muito grande, ao mesmo tempo que temos convicção de que o Muricy nos trará muitas alegrias".