Otimista e empolgado, Luxemburgo chega para 'buscar a grandeza' do Atlético-MG
10/12/2009 - 09:09 hs
Campeonato Mineiro
Com a derrota de Marcelo Teixeira nas eleições presidenciais do Santos, a saída de Vanderlei Luxemburgo (foto) virou uma certeza. Antes mesmo de o Campeonato Brasileiro chegar ao fim, o técnico já era alvo de especulações que davam como provável a sua ida para o Internacional. Mas após a frustrante reta final do Atlético-MG na competição, primeiramente ficando longe do título, depois deixando escapar uma vaga na Taça Libertadores de 2010, fez a diretoria do Galo agir rapidamente, e Luxemburgo foi anunciado pelo presidente Alexandre Kalil na última terça-feira, via Twitter, como a primeira grande contratação para a próxima temporada.
Apresentado nesta quarta-feira, na sede administrativa do clube, em Lourdes, Luxemburgo optou por começar a entrevista coletiva de maneira diferente. Antes de começar a atender aos jornalistas, ele fez um longo discurso para, entre outras coisas, explicar por que escolheu trabalhar em Belo Horizente, não em Porto Alegre - o Colorado, vice-campeão brasileiro, vai disputar a Libertadores, torneio que sempre foi uma obsessão do treinador.
Afirmando que não vai carregar sob os ombros o peso de o clube não conquistar um título nacional desde 1971, quando foi campeão da primeira edição do Brasileirão, ele elogiou a estrutura do Galo e, à sua maneira, resumiu o que podem esperar de sua passagem no Alvinegro:
- Se trabalharmos direito, os títulos vão surgir. (...) E, acima de tudo, a recuperação da grandeza do Atlético-MG. Vim para buscar isso. É um clube grande, que não pode se dar ao luxo de entrar em uma competição achando que vai apenas participar por participar.
Acerto Esse namoro já vem de um longo tempo. Todas as vezes que surgia uma oportunidade, discutíamos e falávamos da possibilidade, mas nunca chegamos a concretizar (o acerto). Desta vez, tinha acertado com o Marcelo Teixeira que, se ele continuasse como presidente do Santos por mais um biênio, eu discutiria uma renovação de contrato com o Santos. A oposição já havia anunciado que não gostaria de continuar comigo, então não ficaria preso.
Havia as possibilidades do Inter de Porto Alegre, de um clube da Rússia e do Atlético Mineiro. O Kalil foi conversar comigo e me mostrou coisas que eu já conheço. No futebol não tem muita novidade. Você sabe tudo que está acontecendo nos clubes, porque devemos estar bem informados. Estive duas vezes na Cidade do Galo. Uma com o Palmeiras, a outra com o Santos. Sabia que o clube estava construindo um centro de treinamento muito bom.
Ambição Acima de tudo, é a recuperação e a busca de grandeza do Atlético. É um clube grande, que não pode se dar ao luxo de entrar em uma competição achando que vai apenas participar por participar. A ambição de conquista do torcedor, do dirigente e de quem trabalha no aqui tem de estar constantemente viva. Percebi nesta temporada que o time brigou na elite do futebol brasileiro. Não se classificou para a Libertadores e não conquistou o título porque só um pode ser campeão, apenas quatro se classificam para a Libertadores. De repente, por causa de um percalço ali, outro ali, a equipe não conseguiu aquilo que projetou. Não quero discutir isso porque não estava aqui. Mas o Atlético brigou e incomodou.
Projeto Não existe nada na vida que você consiga realizar sem ter projeto e planejamento. Tenho 57 anos de idade e 44 de futebol, ou seja, estou há muito tempo nisso. Cobro constantemente dos dirigentes que eles têm de criar projetos, fazer planejamento, tratar o clube profissionalmente. Se você aparece com um projeto de três ou quatro meses, é porque a torcida está carente e precisa que o time ganhe alguma coisa ontem. Meu contrato começa no dia primeiro de janeiro, e não vou carregar nas costas nenhum peso de 37 anos. Tenho um projeto de dois anos, e eu vou ganhar, sim, nesse período. Não tenho dúvidas.