Presente de Natal importado para a torcida do Atlético-MG, o zagueiro equatoriano Jairo Campos(Foto), de 25 anos, campeão da Libertadores de 2008 e da Copa Sul-Americana deste ano pela LDU, disse que recusou a proposta do Vasco e aceitou a atleticana em função de uma conversa com o técnico Vanderlei Luxemburgo.
- Fico feliz pela chance de trabalhar com um treinador vitorioso como o Luxemburgo. Motivado pelo desafio de levar o Galo à Taça Libertadores de 2011 e de jogar no Brasil, onde terá a satisfação de enfrentar jogadores como Ronaldo Fenômeno e Adriano Imperador, Jairo Campos passa nesta quinta-feira pelos últimos exames médicos antes de assinar um contrato de três anos com o Galo.
Confira esta entrevista exclusiva concedida por ele ao GLOBOESPORTE.COM:
Você quase assinou contrato com o Vasco. O que o Luxemburgo fez para te conquistar? Ele falou comigo que a equipe esteve este ano em primeiro lugar no Brasileirão por muito tempo e caiu nas últimas cinco partidas. Agora, ele quer arrumar o Atlético e me disse que o time vai se reforçar muito bem, com boas contratações e uma boa planificação para buscar campeonatos e estar em copas, em torneios internacionais. Então, a proposta me interessou muito. Já estive na LDU por cinco anos e conquistei coisas importantes. Agora, estou feliz por esse momento de poder trabalhar com um treinador como o Luxemburgo e vir jogar no Brasil, onde estão os melhores jogadores do mundo.
O Atlético-MG não conquista uma competição nacional desde 1971, quando venceu o Campeonato Brasileiro. A Conmebol de 97 foi o último título internacional do clube. A torcida está carente de títulos, o desafio será grande... É um desafio charmoso, muito bom. Com o treinador e todos os jogadores, quero fazer um trabalho magnífico para dar alegrias à torcida, que merece. Me contaram que é uma torcida muito grande. Como todas as torcidas, quer alegria. Espero que o ano de 2010 seja bom para todos nós.
Conhece algum jogador do Atlético? Já ouvi falar de muitos. Sabia que o Tardelli estava aqui. É um goleador. Carini, Benítez, Rentería, Ricardinho também. Então, basta ver esses nomes para saber que está se formando uma equipe boa. E também gostaria de fazer parte deste grupo.
O projeto do Atlético é conquistar a Copa do Brasil ou o Brasileiro em 2010, ou se possível ambos, para disputar a Libertadores de 2011. O professor me falou do projeto, então isso me interessou muito. Como já disse, é um projeto de um treinador vitorioso. Qualquer jogador fica tentado.
E quanto ao Guerrón (do Cruzeiro), seu amigo e ex-companheiro? Agora, vocês serão rivais. Conheço muito o Joffre. Somos da mesma região no Equador, do mesmo bairro. Jogamos muito tempo juntos, nas seleções inferiores e principal do nosso país, e na Liga (LDU) também. Vivemos uma época muito boa na Liga, conquistando a Libertadores (de 2008). Então, conheço muito o Joffre e somos muito amigos, mas aqui cada um defenderá a sua equipe. E Joffre me respeita muito também (risos).
Como marcar um velocista como ele? É difícil para qualquer defensor. O ideal é se antecipar, porque uma vez que ele passa correndo, não dá para alcançá-lo nunca. Mas ao longo desses anos eu já enfrentei jogadores muito importantes, no Mundial de clubes, nas competições mais importantes da América do Sul, então estou acostumado a enfrentar atacantes assim. Mas nunca enfrentei um com a velocidade de Joffre. Bem, Cristiano Ronaldo e Rooney também são rápidos, mas cada um com suas características. Graças a Deus, sempre fui bem nessas partidas. Espero também não ter problema quando for jogar aqui.
Era um sonho jogar no Brasil? Já tive uma experiência fora, fui jogar na Bélgica, mas era muito jovem, tinha apenas 17 anos. No primeiro ano fui bem, no segundo nem tanto. Regressei ao Equador e minha carreira esteve muito melhor. Agora, é minha hora de vir para o Brasil. Era um sonho também jogar aqui, principalmente por saber que vou jogar contra jogadores como Ronaldo e Adriano, e que vou ter companheiros como Tardelli e Ricardinho, de alto nível. Isso me motiva muito. Espero ser protagonista também.
Pensa que terá alguma dificuldade com o português? Não. O inglês é um idioma mais complicado e falo bem, pois estudei dois anos quando morei na Bélgica. O português entendo bem, é muito similar ao espanhol. Será questão de prestar um pouco de atenção e de ter algum professor que me ajude a entender um pouco mais rápido. Mas no campo há apenas um idioma, a bola. É muito fácil.
O que conhece da cultura brasileira? Gosta da música, da culinária? Samba, garotas muito bonitas, um povo sempre amável. Estive no Rio e em São Paulo e sempre fiquei feliz com a comida brasileira. Cada região tem uma culinária diferente, mas imagino que é boa a comida daqui (mineira) também. Não acredito que terei problemas nesse sentido. O jogador que quer se sobressair tem de se adaptar a tudo.