Por: Antônio Melane/EM
Com o que tem de melhor, pois os principais jogadores estão à disposição, o Cruzeiro vai com toda força para cima do Uberaba, hoje, às 21h50, no Estádio Engenheiro João Guido, o Uberabão, no Triângulo, jogo de volta das quartas de final do Campeonato Mineiro. O empate por 2 a 2, no Mineirão, na primeira partida, foi inesperado, pois todos imaginavam vitória celeste até com certa facilidade. Mas o Zebu surpreendeu com um esquema tático eficiente na marcação. Esteve sempre em vantagem e quase quebrou tabu de 30 anos, tempo que não derrota os celestes em BH.
O jogo desta noite deveria ser no Mineirão, já que a Raposa terminou a fase de classificação em primeiro e, com ela, obteve a vantagem de fazer a partida de volta em casa, além de jogar por dois empates ou vitória e derrota pelo mesmo saldo de gols. Por causa do show de axé no fim de semana, no estádio da Pampulha, e para não desgastar tanto o time depois do jogo contra o Vélez Sarsfield, pela Copa Libertadores, a diretoria optou por mandar a primeira partida em BH. Agora, terá de decidir a vaga nas semifinais no campo do adversário.
Mas a experiência, a qualidade de seus jogadores e um retrospecto excelente no Estadual (está em busca do tri) garantem ao Cruzeiro estabilidade, independentemente do oponente e do local da decisão.
O Uberaba joga pressionado, por estar diante de sua torcida. Além de precisar buscar o gol, a vantagem do empate para a Raposa torna o jogo ainda mais complicado para o Zebu. Os cruzeirenses foram seguros nas palavras. “Agora, o Uberaba vai nos dar espaços”, garante o artilheiro Kléber, 11 gols na temporada. O vencedor desse confronto enfrentará, nas semifinais, o classificado de Tupi x Ipatinga.
No momento decisivo, o Cruzeiro apresenta todas suas cartas. O volante Fabrício está em condições de atuar praticamente os 90 minutos; o armador Roger será opção para o meio-campo, recuperado da torção no tornozelo; na frente, a dupla que empolga os cruzeirenses, Kléber e Thiago Ribeiro, um temor para qualquer adversário, e, atrás, uma defesa que sabe se impor, liderada pelo goleiro Fábio, o zagueiro Leonardo Silva e o lateral Jonathan. Todos jogadores acostumados com estes momentos decisivos e que já deram muitas respostas positivas com a camisa azul.
O estudioso Adílson Batista tem motivos para estar tranquilo. Muitas vezes, o técnico demonstra maior preocupação com jogos perdidos. Mas, para hoje, a confiança é total: “Meus jogadores são responsáveis, se empenham e buscam as vitórias. Que o torcedor fique tranquilo porque o Cruzeiro fará uma grande atuação, jogando como se deve para alcançar o objetivo”.
O esquema está pronto. Os ajustes foram feitos na atividade de ontem. O Cruzeiro não será o mesmo de sábado e as surpresas estão preparadas. As bolas não chegarão com facilidade aos atacantes do Zebu, que terão dificuldades para concluir. Será posto em prática o ensinamento nº1 do futebol: “Mata-se a jogada na origem”. É o que avisa Marquinhos Paraná. O experiente volante também assegura: “O time vai errar o menos possível com a bola nos pés, tomando as iniciativas e, mesmo em casa, acredito que o Uberaba vai jogar no nosso erro”.
Não atuam os zagueiros Thiago Heleno, que apenas nos três últimos jogos se firmou novamente (recupera-se de um problema no púbis), e Cláudio Caçapa, com uma torção no joelho direito, sofrida no sábado – não foi grave e ele volta a treinar na próxima semana. O volante Pedro Ken, suspenso, cumpre a automática pelo cartão vermelho que levou no empate de sábado.
Mudanças – A formação celeste em relação ao primeiro jogo muda na zaga, com a presença novamente de Gil, que até há bem pouco tempo compunha a dupla ideal com Leonardo Silva – na arrancada pelo quarto lugar no Campeonato Brasileiro e a vaga para a Copa Libertadores, os dois superaram todas as expectativas. Na lateral esquerda, volta Diego Renan; o meio-campo terá a melhor formação, como nos 3 a 0 sobre o Vélez Sarsfield, entrando Fabinho, Marquinhos Paraná, Henrique e Gilberto; e na frente, o que há de melhor: Kléber e Thiago Ribeiro, com Wellington Paulista no banco. Se preciso, ele vai estar em ação para resolver a questão. Disposição não lhe falta. Um jogo como o de hoje se encaixa perfeitamente em seu perfil.
Foto: Washington Alves/VIPCOMM |