Sete Lagoas, MG, 6 (AFI) – O pau comeu solto nos vestiários da Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, região metropolitana de Belo Horizonte. E sobrou para o trio de arbitragem, que na saída de campo foi acuado, pressionado e agredido verbalmente (com palavras de baixo calão) e fisicamente (com um soco em direto) por dirigentes e pelo técnico Dorival Júnior. A agressão teria sido consumada, pelo menos, em cima de um dos auxiliares, segundo reportagem da Rádio Itatiaia, de Belo Horizonte.
O agressor não foi identificado pelos repórteres. Tudo aconteceu após o empate sem gols com o Grêmio Prudente, pela volta da segunda fase da Copa do Brasil. Os mineiros estão eliminados.
Resta saber, agora, se o trio vai relatar estes fatos na súmula. O “ataque de fúria” dos atleticanos foi comandado pelo próprio presidente Alexandre Kalil, acompanhado de outros diretores. Todos foram em disparada de encontro aos árbitros na saída do gramado.
Chamou atenção também a falta de equilíbrio do técnico Dorival Júnior, normalmente visto dando sorrisos e tapinhas nas costas dos jogadores. O "ataque" ficou facilitado porque o estádio é carente de vestiários. então os árbiutros entram no campo pelo mesmo túnel do time mandante.
Lance polêmico
A revolta maior estaria concentrada apenas num lance ocorrido aos 42 minutos, quando foi anulado um gol marcado pelo zagueiro Rever. O bandeira anotou impedimento após o cruzamento de Felipe Souto. Mas o lance realmente foi polêmico. Na televisão, as imagens mostram que Réver saiu depois do passe, o que não caracterizaria o impedimento. Mas naquele momento, o lance era mesmo muito difícil para o bandeirinha.
O trio de arbitragem, num todo, teve uma boa atuação. O árbitro foi Pathrice Wallace Correa Maia, do Rio de Janeiro, auxiliado também pelos cariocas Eduardo de Souza Couto e Francisco Pereira de Sousa.
Galo em crise
Na verdade, o que aconteceu é que o Atlético está totalmente em crise, sem um elenco, sem perspectiva de futuro e precisando remontar seu time a um mês do início do campeonato Brasileiro.
“O time não vai cair”, avisa Dorival Júnior, como se isso foi um grande feito. A torcida quer ver o Galo brigando pelo título e não para evitar o rebaixamento.
Desde o ano passado, o presidente Alexandre Kalil tem cometidos muitos erros à frente do clube. Para começar entrou na conversa do técnico Vanderlei Luxemburgo e contratou um “caminhão” de jogadores encostados. Quase caiu no Brasileirão. Desde então o Galo não entrou no prumo.
Mas a eliminação do Galo da Copa do Brasil foi apenas mais um capítulo negativo do clube nos últimos dias. O elenco ficou desfigurado com as saídas de alguns jogadores negociados, como do atacante Obina. Ou ainda com as dispensas de outros como do meia Ricardinho e do volante Zé Luís. A torcida está revoltada. Neste momento tem sido um alívio para o Galo atuar em Sete Lagoas, 70 quilômetros distante da capital mineira.