Barça coloca Santos na roda e confirma hegemonia mundial
O torcedor santista confiava que Neymar pudesse complicar a vida do Barcelona. Mas talvez fosse necessário o auge da genialidade de Pelé neste domingo para duelar com Messi. No esperado confronto no estádio Internacional de Yokohama, do Japão, o Peixe não viu a cor da bola e presenciou um show do campeão europeu, que construiu um placar de 4 a 0 e confirmou o favoritismo na decisão do Mundial de Clubes.
Considerado um dos grandes esquadrões da história, o Barcelona resolveu a fatura no primeiro tempo, com gols de Messi, Xavi e Fábregas. Na etapa final, ratificou o triunfo novamente com Messi.
Com o resultado, a geração de Neymar não consegue igualar a Era Pelé, que havia vencido o título em 1962 e 1963. Já o Barcelona alcança a segunda conquista mundial e termina com o jejum diante de brasileiros - havia perdido para o São Paulo em 1992 e Internacional em 2006
Na escalação inicial deste domingo, o técnico Muricy Ramalho surpreendeu e mudou radicalmente a forma de jogo do Santos, com três zagueiros. No início, a marcação incomodou, mas, aos poucos, o Barcelona encontrou os espaços e aproveitou a fragilidade da defesa do campeão da Libertadores.
O Jogo - A presença de três zagueiros não foi a única tentativa de Muricy Ramalho para surpreender o Barcelona. O Santos também procurou marcar o adversário de forma pressionada desde o campo de ataque, sem dar espaços em nenhuma região do gramado.
No duelo particular entre as estrelas, Messi apareceu primeiro, com duas arrancadas em três minutos. A zaga santista foi efetiva. Já Neymar teve mais espaço ao sete minutos, mas prendeu demais a bola e acabou desarmado.
Aos poucos, a posse de bola começou ser a grande diferença: o Barcelona superava a casa dos 70% do domínio com dez minutos. Mas a grande preocupação aos santistas veio logo em seguida, com o primeiro vacilo defensivo. Na meia direita, Messi escapou do bote de Arouca, cortou para o meia e finalizou para a defesa parcial de Rafael. Na sobra, Thiago Alcântara fez outra tentativa e parou novamente no goleiro santista.
Aos 16 minutos, a qualidade técnica do Barça fez a diferença e saiu o gol. Em jogada que começou com Fábregas, Xavi dominou com estilo - usando o calcanhar - e enfiou para Messi na área. O camisa 10 aproveitou a falha de Durval e, livre, tocou por cobertura na saída de Rafael. Bruno Rodrigo tentou salvar no desespero, mas não conseguiu.
Depois do gol, o Barcelona ficou com o amplo domínio das ações e chegou rapidamente ao segundo. Aos 23 minutos, Daniel Alves avançou pela direita e tocou para o meio da área. Com uma finta de corpo, Xavi tirou Bruno Rodrigo da jogada e tocou no canto esquerdo de Rafael. No banco, Muricy Ramalho não escondia a cara feia.
Perdido, o Santos ainda levou uma bola na trave, de Fábregas, aos 28 minutos. Para piorar a situação, Danilo sentiu uma contusão nas costas e cedeu lugar a Elano, que havia sido sacado da formação inicial. Batido, o Peixe tomou o terceiro antes do intervalo. Bombardeado, Rafael salvou os arremates de Daniel Alves e Thiago Ancântara, mas viu o gol de Fábregas na pequena área.
Apesar da grande vantagem construída em 45 minutos, o Barcelona seguiu em ritmo intenso no começo da etapa complementar. Em dez minutos, foram quatros grandes chances para os espanhois. Enquanto isso, o Santos começou a ter chances no contra-ataque e também não aproveitou. Aos 12 minutos, Neymar saiu na cara do gol e chutou em cima de Valdés.
Sem mudanças no placar, a partida viu uma queda de rendimento dos dois lados e o aumento do número de faltas. Em quatro minutos, Mascherano, Paulo Henrique Ganso e Edu Dracena foram punidos com cartão amarelo.
Quando resolveu voltar a jogar bola, o Barcelona retomou o amplo domínio. Aos 34 minutos, a zaga santista cochilou com um jogador que estava em impedimento e, na sequência do lance, viu a bola explodir no travessão no arremate de Daniel Alves.
Aos 37, o Barça construiu a goleada. Em jogada que começou com o versátil Daniel Alves na esquerda, Messi definiu. O melhor do mundo recebeu livre na área e, esbanjando tranquilidade, driblou Rafael para rolar a bola em direção à meta santista: 4 a 0.
Djalma Vassão/Gazeta Press
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