Morreu nesta sexta-feira o alpinista campineiro Vitor Negrete, de 38 anos. Após chegar ao topo do Monte Everest, o brasileiro foi socorrido por outros alpinistas na trilha de volta na face norte, a 8.300 metros, a cerca de 550 metros do topo.
Ele atingiu seu objetivo, que era ser o primeiro brasileiro a completar a escalada sem a ajuda de cilindros de ar suplementares. Na descida, teria pedido ajuda através de rádio no Acampamento 3, localizado a 7.700 metros. Ele chegou a ser resgatado vivo, mas não resistiu aos processos de reanimação. As péssimas condições climáticas impossibilitam a remoção do corpo, que será enterrado no próprio local.
Expedição trágica
A morte de Negrete encerra uma expedição trágica. Na terça-feira ele tinha confirmado a morte do companheiro inglês David Sharp. Seu outro parceiro, Ravi Chandran, da Malásia, teve congelamento dos dedos das mãos e estava descendo para receber atendimento médico.
O seu companheiro do Brasil, Rodrigo Raniere não estava em boas condições físicas e não tentou o “ataque” ao cume, após a primeira tentativa e ficou num acampamento a 5.200 metros. Raniere iria subir ao Acampamento 3 para dar o último adeus ao amigo. Segundo especialistas, o desgaste excessivo teria sido responsável pela morte de Vitor Negrete.
A família
Negrete deixa dois filhos e esposa. Praticante do esporte radical há 15 anos, Vitor também era pesquisador do Núcleo de Pesquisa Alimentar da Unicamp. Em junho de 2005 pisou o cume do Monte Everest, o mais alto do planeta, no Himalaia, com 8.850 metros. Vitor é o brasileiro que escalou o Aconcágua, na Argentina, pelo maior número de vias. Ao lado de Rodrigo Rainere, formou a primeira e única dupla brasileira a escalar a Face Sul do Aconcágua, considerada a mais difícil e perigosa. A dupla também foi a primeira a escalar a Rota Noroeste do Aconcágua em pleno inverno.