Sul-americano: novatas têm chance de ganhar vaga no Mundial
01/08/2006 - 14:39 hs
Sul-Americano de Basquete
Três vagas para oito candidatas. É com esta proporção na cabeça que parte da seleção brasileira feminina de basquete vai disputar o Campeonato Sul-americano a partir desta terça-feira, em Assunção, no Paraguai. A equipe estréia enfrentando o Peru, às 16 horas. Para a seleção, será a oportunidade de conquistar o 21º título, o 11º consecutivo. Para as jogadoras que não fazem parte da ‘lista forte’ do técnico Antônio Carlos Barbosa é a chance de mostrar serviço.
“Claro que você tem que respeitar todo o histórico das jogadoras. Mas é bom saber que ninguém está garantido”, diz o treinador. Na briga por uma oportunidade de chegar ao Mundial estão desde completas novatas até medalhista olímpica.
A ala Lílian estava com o grupo na Austrália durante a conquista do bronze olímpico em 2000 e volta a disputar vaga em uma competição principal. Para ela, lutar para reconquistar espaço não é um problema. “Claro que isso causa alguma tensão, mas encaro da melhor forma possível. É assim que se conquista uma vaga e a confiança do técnico”, conforma-se.
A estreante Palmira é sua ‘adversária’ e chega motivada para a disputa. “É a realização de um sonho”, diz emocionada. “Representar o Brasil vindo do interior. Consegui chegar onde tanto almejava e agora é lutar para ir bem no Sul-americano e estar no Mundial”, diz a jogadora, que nasceu na cidade de Reserva (PR).
Karen é outra candidata, mas que tem desafio duplo em quadra. Ala até a última temporada, na seleção ela está sendo preparada para atuar como armadora. “A última vez que armei foi em 2004, no Americana”, lembra. “Claro que fico um pouco nervosa, mas as meninas têm me ajudado. A Helen fala bastante, mas é preciso tempo para me adaptar”. Quanto a briga por posição, ela tenta lidar com tranquilidade. 'Fico muito ansiosa, mas quero encarar como normal'.
Sua irmã, a ala Silvia Cristina, também candidata a uma oportunidade, parece mais preocupada e esperançosa com a situação de Karen. “Acho que a Karen se encaixa perfeitamente e torço para que ela consiga”, diz, consciente que seu desafio extrapola a questão do Mundial.
“Para mim vale muito a pena para ganhar ritmo e confiança. Estou a fim de conseguir provar que fui mãe, mas ainda sou jogadora”. O técnico Barbosa concorda que sua situação é complexa. “Ela chegou com sérios problemas físicos e antes jogava de 3 (ala) ou 4 (ala/pivô), mas agora ficou muito baixa e passou a jogar de 2 (ala/armadora)”. Mas além da mudança de posicionamento em quadra, ele lembra que a atleta ainda precisa recuperar seu verdadeiro basquete. “Um ano de basquete mal jogado, precisa de mais um ou dois para recuperar”.
No ano passado, Silvia protagonizou um dos momentos mais pitorescos da história esportiva dando a luz a Luis Fernando pouco tempo depois de disputar a Copa América. Desta vez, ela garante que não haverá surpresas. “Eu fiz teste, tomei injeção. Não vai ter surpresa, não”, brinca a jogadora, que integrou a seleção nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004.
A lista de candidatas a uma vaga inclui ainda a ala Tayara, a ala/armadora Vivian e as pivôs Êga e Graziane. Com tanta concorrência, Barbosa acredita que o Brasil só terá a ganhar no Paraguai. “Esta competição interna é até mais difícil que no exterior”, lembra o técnico que defende a importância do Sul-americano para a evolução da seleção.
'No Sul-americano eu vou compor a seleção para o Mundial e vamos estar testando as jogadoras, é um torneio que tem importância sim', argumenta;.