Marcelinho expõe medo do elenco e fala que o Timão está perto da UTI
02/08/2006 - 13:35 hs
Brasileirão
No dia em que Silvio Luiz e Ricardinho se recusaram a dar entrevistas, Marcelinho Carioca, que é reserva e não atua desde o dia 4 de junho, chamou a responsabilidade, falou grosso e criticou, sem citar nomes, os jogadores que estão com medo de entrar em campo. O meia também disse que o técnico demorou para cobrar os atletas, fato que deixou o Corinthians “perto da UTI”.
“Quem não quer pressão que vá trabalhar em banco ou fazer curso de teatro. Aqui não tem mais nenhum menininho de 13 anos. Todo mundo sabe bem o que compra e onde pisa. O nosso elenco é bom e não há mais desculpa para continuarmos perdendo”, desabafou o Pé de Anjo.
O camisa 77 não sabe nem se estará no banco de reservas no próximo sábado. Porém, por ser um dos maiores ídolos da história corintiana, achou que precisava se posicionar. “O Geninho foi sábio ao ter aquela conversa com a gente na terça-feira. Jogador é como mulher de malandro, tem que apanhar para aprender. Acho até que o treinador demorou para tomar esta postura porque este não é muito o estilo dele”, prosseguiu Marcelinho.
Apesar de não ter citado nomes, o jogador deixou críticas veladas para Tevez, que ameaçou recentemente deixar o clube, e Ricardinho, que tem reclamado da pressão sofrida no Corinthians nos bastidores. “Aqui há jogadores experientes, que disputaram a Copa do Mundo. O nosso time tem líderes. Só está faltando eles se posicionarem. Se o jogador está pensando na vaia que pode tomar, melhor ficar na concentração jogando vídeo-game”, reclamou o Pé de Anjo.
Provocado a dar os nomes dos jogadores que estão com medo, Marcelinho foi cuidadoso. O meia lembrou que Silvio Luiz sempre foi uma pessoa quieta e introvertida e também evitou nova rusga com Ricardinho. “Vir dar a cara para bater vai de cada um. Não sei por que o Ricardo não veio dar explicações hoje. Ele nunca fugiu do pau”, disse Marcelinho, que já foi campeão do Mundial de Clubes da Fifa ao lado do camisa 11 do Corinthians, em 2000.
Ao contrário da maioria dos jogadores, Marcelinho adotou uma postura realista diante da crise e disse que o time não pode continuar achando que vai sair a qualquer momento da última colocação da tabela. “Estamos em uma situação lamentável. Não estamos na UTI ainda, mas daqui a pouco vamos estar precisando de tubos de oxigênio. Já estamos fazendo contas e precisamos vencer pelo menos as partidas disputadas em nossa casa”, completou o jogador, que isentou a parceria e o clube de culpa pela situação vivida pelo futebol alvinegro.
O último jogo de Marcelinho Carioca pelo Timão foi antes da pausa do Brasileirão para a disputa da Copa do Mundo. O meia se contundiu na intertemporada e foi liberado pelos médicos nesta segunda-feira. Mesmo sem ritmo de jogo, ele se colocou à disposição do técnico Geninho, mas dificilmente será aproveitado.