O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou na última quarta-feira um relatório que coloca em xeque a capacidade de os governos municipal, estadual e federal entregarem as obras para a realização dos Jogos Pan-Americanos de 2007.
A 11 meses da abertura, o TCU apurou atrasos em quase todas as principais obras relativas ao Pan: os complexos do Autódromo, de Deodoro e do Maracanã, o Estádio João Havelange e a Vila Pan-Americana, sem falar de obras de infra-estrutura urbana em torno desses locais.
Além disso, concluiu que em algumas obras o atraso aumentou e que isso fez crescer o risco de elas não ficarem prontas a tempo. Até na Vila Pan-Americana, cujas obras principais estão no ritmo, há problemas. Algumas vias de acesso e as instalações temporárias nem começaram a ser feitas.
No mesmo sentido, ao contrário do anunciado pelo governo do Estado, o TCU apurou que as obras no Maracanãzinho não avançaram. No relatório, o ministro Paulo Villaça afirma que, "apesar de o atraso na execução dessas atividades ainda não ser de tal monta que impossibilite sua conclusão a tempo, este estado será em breve alcançado, caso persista a inação".
Por meio de sua assessoria, o presidente do Co-Rio, Carlos Arthur Nuzman, disse apenas que "confia" que as obras ficarão prontas no prazo. Há além disso questionamento da projeção de gastos com água, eletricidade e telecomunicações no Complexo de Deodoro. O relatório afirma até que os custos foram computados em dobro.
Por causa dos atrasos e das supostas irregularidades, o TCU decidiu que vai analisar o andamento da organização mensalmente e não mais trimestralmente.