Antiga força do futebol brasileiro, o interior do estado de São Paulo continua em queda livre em prestígio. Não bastasse a fragilidade dos clubes e o afastamento das grandes competições, a região caiu em desgraça agora também com os torcedores.
Únicos representantes “caipiras” no Campeonato Brasileiro da Série A, Ponte Preta e São Caetano oscilam na classificação e não conseguem atrair a torcida. Resultado: estádios vazios e duas das piores médias de público entre os 20 participantes da competição.
Depois de chegar ao estrelato nos anos 70 e 80, quando brigou por títulos estaduais e nacionais, a Macaca não empolga mais. Ocupando apenas a 18ª colocação, com 24 pontos, o clube tem a quarta pior média (6.175 pessoas) em dez partidas disputadas no estádio Moisés Lucarelli.
Desde o início do Brasileirão, a Alvinegra conseguiu atrair para o Majestoso apenas 61.746 torcedores (R$ 514.825,00), que a coloca à frente só de Juventude-RS e São Caetano. Curiosamente, o clube precisou contar com uma ajuda da Nestlé (trocando um determinado produto da marca por um ingresso) para ter bons públicos.
Segundo informações da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), 15 mil pessoas estiveram no confronto com o Paraná, no dia 27 de maio. Já contra o Fluminense, em 6 de agosto, a entidade que controla o futebol no país divulgou que 10.973 pagantes foram ao estádio. A pior presença foi diante do Goiás, dia 19 de agosto – apenas 1.734 torcedores.
A Ponte Preta, porém, ainda faz bonito em comparação com o São Caetano. Apesar de ter chegado a finais do Campeonato Brasileiro e da Taça Libertadores, o Azulão segue abandonado pela população da cidade da Grande São Paulo.
Em 12 jogos no estádio Anacleto Campanella, o time levou apenas 22.359 torcedores (1.863 de média). Se somados todos os confrontos, o clube ainda ficaria bem distante das 41.467 pessoas que compareceram ao Maracanã para ver o Flamengo vencer o Goiás por 1 a 0, no dia 5 de agosto, no duelo que lidera as estatísticas de público até o momento.
Para piorar, dos dez piores jogos em presença de torcedores, oito pertencem ao Azulão. O recordista ainda é o jogo contra o Atlético-PR, dia 25 de maio, quando 363 testemunhas assistiram a equipe paulista vencer por 1 a 0.
Fracassos não são novidade
Ponte Preta e São Caetano não atraem a torcida desde as temporadas passadas. Em 2004, a Macaca teve a segunda pior média, com 3.836 pagantes por jogo, superando apenas o próprio Azulão, com 2.480. O mesmo aconteceu em 2005, quando a Alvinegra levou em média 5.807 pessoas ao estádio, pouco superior ao time da Grande São Paulo, com 3.096.