Não é apenas Camila Comin que vai deixar a torcida brasileira orfã em breve. Dois dos maiores nomes da ginástica artística do país, Daiane dos Santos e Daniele Hypólito tem planos completamente diferentes para o período que se seguirá aos Jogos Olímpicos de 2008, na cidade chinesa de Pequim. Com a aposentadoria já anunciada, a gaúcha garante que não há a menor chance de mudar seus planos. Daniele, por sua vez, afirma que continuará dando alegrias à torcida brasileira por tempo indeterminado.
“Eu vou até Pequim, mas depois eu me aposento. E não há chance de eu mudar de idéia: depois de 2008 eu paro mesmo”, afirma a campeã mundial no solo em 2003, com uma convicção impressionante.
Ela explica os motivos que a fizeram tomar uma decisão tão radical com tanto tempo de antecedência. “Meu corpo já não agüenta. A ginástica é um esporte difícil, onde você tem que treinar seis horas e meio por dia. Não existem feriados, finais de semana... você tem que se dedicar de corpo e alma”, comenta Daiane.
Com bom humor, ela já se diz satisfeita com o que a ginástica já he trouxe. “Com 25 anos eu acho que vou estar meio velhinha para fazer ginástica. Tem uma geração nova se formando. Eu queria isso: uma equipe que continuasse o que a gente começou lá atrás. Isso já aconteceu”, explica, se referindo à geração mais nova, de nomes como Laís Souza, Juliana Santos, Bruna Costa e Jade Barbosa.
Ela, inclusive, já está com o futuro traçado após o encerramento de sua carreira de atleta. “Quero terminar a minha faculdade de Educação Física. Pode ser que eu continue de alguma forma com a ginástica, mas o que eu quero mesmo é me dedicar às crianças excepcionais. Vamos ver, tomara que dê certo”, afirma.
Apesar de também ter planos de continuar os estudos, Daniele prefere não falar em prazos. “Quero terminar a minha faculdade de educação física e depois estudar marketing. Mas não tenho uma idéia de aposentadoria ainda: pode ser em 2009, 2010.... A única coisa que sei é não paro depois de Pequim”, garantiu a irmã de Diego Hypólito.
Ela, inclusive, diz que seu corpo continua respondendo bem à alta carga de exercícios e treinos exigida pela ginástica. “Tem horas que a gente sente um pouco de dificuldade, mas se a gente não trabalhar, não ganhamos resistência. Por isso, temos que continuar”, explica, também confiante na nova geração brasileira. “Elas atletas têm tudo para continuar o nosso trabalho e mandar bons resultados para o Brasil . A gente sonha com isso e dá força para que elas continuem”, encerra.