Brasil sofre para bater Bulgária e faz semi do Mundial com Sérvia
29/11/2006 - 15:15 hs
Mundial de Vôlei
Na sua pior atuação nesta segunda fase do Campeonato Mundial, o Brasil precisou usar seu banco de reservas para vencer a Bulgária por 3 sets a 1, parciais de 25/22, 20/25, 25/22 e 25/16 e se garantir na semifinal da competição, que está sendo realizada no Japão. Além do êxito, o time nacional conseguiu quebrar a invencibilidade dos búlgaros na disputa.
O resultado ainda deu ao Brasil o primeiro lugar no Grupo F, que, também com 13 pontos, bateu os búlgaros no point average (divisão entre pontos feitos e pontos tomados), primeiro critério de desempate: 1,155 contra 1,073. Porém, a equipe do Leste Europeu parece não se importar com isso. Tanto que o técnico Martin Stoev surpreendeu até mesmo os atletas brasileiros ao colocar um time reserva em quadra no início da partida. Porém, quem pensava que isso iria facilitar o jogo para os atuais campeões mundiais se enganou.
Querendo mostrar serviço, o banco búlgaro ameaçou bastante o time titular brasileiro, que, à exceção de Giba, entrou meio apagado em quadra. Vendo que a situação poderia se complicar, Bernardinho mais uma vez resolveu provar a sua tese de que este é um time de 12 titulares trocou praticamente a equipe inteira, tirando medalhões como Ricardinho, André Nascimento, Dante e Gustavo (que torceu o tornozelo) de quadra.
Com a oportunidade inesperada Marcelinho, Anderson, Murilo e Rodrigão trataram de corresponder, apesar de não mostrarem 100 % de entrosamento. O importante, no entanto, é que a vitória veio e o time nacional não precisou depender do resultado da partida entre França e Itália. De quebra, a equipe se recupera de vez da derrota diante dos franceses na primeira fase do torneio.
Agora, os dois classificados do Grupo F aguardam a partida entre Polônia e Sérvia e Montenegro, que se enfrentam diretamente pelo primeiro lugar do Grupo E para saber quais serão as semifinais. A fase decisiva do Campeonato Mundial será disputada apenas no final de semana, em horários ainda não divulgados.
O jogo - Surpreendido pela presença do time reserva da Bulgária em quadra, o Brasil começou a partida errando muito e permitindo que os jogadores rivais mostrassem serviço para o treinador Stoev. Dos dez primeiros pontos búlgaros, nada menos que seis foram obtidos através de erros da equipe nacional, que só passou à frente do placar com dois bons lances de Dante, que colocou 13 a 12 no placar.
Destaque em outras partidas, o oposto André Nascimeto, no entanto, não estava bem no começo do duelo. A Bulgária então aproveitando-se de falhas do ataque nacional retomou a liderança e chegou a ter 19 a 17 no placar. Dono de um dos saques mais fortes do mundo, Matey Kaziyski chegou a entrar para o serviço, mas a recepção brasileira funcionou deixando o time de Bernardinho na disputa.
A virada veio com um belo saque tático de Ricardinho, que quebrou a defesa adversária e permitiu o contra-ataque de Giba: 20 a 19. A partir daí, os brasileiros tiveram que manter apenas a calma para não perderem a vantagem na reta final. E, em um lance que o juiz marcou dois toques da Bulgária - o terceiro só no primeiro set -, o Brasil fechou em 25 a 22.
Com a vitória, os campeões olímpicos voltaram com tudo para o segundo set e logo abriram 4 a 2. Só que desta vez foi Dante quem viveu um mau momento em quadra e, com um bloqueio e uma bola fora dele, os búlgaros fizeram 6 a 4. O atacante brasileiro, entretanto, se recuperou logo em seguida e com um bloqueio empatou o jogo em 6 a 6. As duas equipes então passaram a trocar bolas no chão até o 10º ponto, quando o ataque nacional voltou a ficar instável e brilhou a estrela de Boyan Yordanov.
As falhas de André Nascimento, André Heller e Giba neste momento do jogo foram indiretamente provocadas por Yordanov, que, além de montar um paredão na rede búlgara deu um bela largada em cima de um block triplo brasileiro e fez 15 a 11. Bernardinho ainda tentou colocar os reservas Marcelinho, Anderson e Murilo em quadra, mas a mudança não teve muito efeito e a Bulgária continuou dominando. O segundo tempo técnico, inclusive, foi marcado por uma discussão entre Ricardinho, Gustavo e Serginho.
Apenas em um momento, os brasileiros deram a impressão de que iriam reagir. Foi quando Giba, melhor jogador do Brasil em quadra, marcou dois aces seguidos e fez 22 a 20. A equipe nacional, porém, perdeu o contra-ataque seguinte e, espertamente o técnico rival colocou novamente Kaziyski, melhor sacador do Mundial, no serviço. A estratégia deu certo e, com 25/20 no placar, o jogo foi empatado em 1 a 1.
Na terceira etapa, o Brasil entrou com um pouco mais de vibração em quadra e chegou a ter 6 a 3. Desta vez foi a Bulgária quem passou a errar muito no ataque, permitindo que o time nacional sempre mantivesse uma vantagem de, no mínimo, dois pontos. Titular no início da competição, Rodrigão entrou em quadra no lugar de Gustavo, machucado, e deu mais um fôlego à equipe reserva que, após um belo rali, viu o novato Murilo fazer 15 a 11.
Com essa diferença, o Brasil parecia caminhar tranqüilo para a vitória. Nem Kaziyski no saque foi capaz de parar o bom momento do Brasil, que facilmente chegou a ter 24 a 18 no placar. Foi quando os búlgaros resolveram fazer jus à sua fama de bons sacadores e com quatro pontos seguidos esboçaram uma reação. Porém, Murilo mostrou maturidade novamente e fechou a etapa em 25/22.
O início do quarto set mais uma vez foi equilibrado, mas logo o time brasileiro voltou a abrir uma vantagem tranqüila. O segundo tempo técnico, por exemplo, foi feito com 16 a 11 a favor do time verde-amarelo, que passou a mostrar belas defesas. Desanimados, os oponentes praticamente desistiram do duelo e o Brasil, sem dar chance para o azar, tratou de fechar o jogo em 3 sets a 1.