CBT culpa Minas Gerais e lamenta saída de Meligeni
12/12/2006 - 14:06 hs
Tênis
Ao anunciar sua saída da equipe brasileira, Fernando Meligeni criticou a Confederação Brasileira de Tênis. A entidade lamentou a decisão do ex-tenista e culpou o governo de Minas Gerais pela falta de recursos. O Estado recebeu o confronto com a Suécia, pela Copa Davis.
"O governo e seus parceiros nos devem R$ 900 mil. Nossa meta era saldar todas as dívidas, que já vinham da gestão anterior. É uma falta de noção com o esporte brasileiro. Deram um tombo no tênis, tanto que culminou com a saída do nosso capitão", disse o presidente Jorge Lacerda da Rosa.
O presidente garante que a postura da CBT seria diferente em relação aos desejos de Meligeni. "Se a gente tivesse dinheiro, iria realizar algum dos projetos dele. A gente escolhe um lugar que não é o ideal para a nossa equipe e acontece isso", lamentou.
A cidade de Belo Horizonte fica situada 800 metros acima do nível do mar, bem diferente das condições ideais de jogo para a equipe brasileira. O ideal seria um lugar quente, ao nível do mar, onde as bolas ficam mais lentas.
Rosa afirma ainda que o governo mineiro recusa-se a receber a CBT. "Na hora de anunciar a Davis, chamou a imprensa, nos atendeu direitinho. Hoje, eu não consigo mais falar com o governador", disse, referindo-se ao político recém reeleito Aécio Neves.
Procurado pela reportagem, o secretário de esportes de Minas Gerais, Rogério Romero, não reconheceu a dívida e expôs uma visão diferente para o impasse.
"O governo de Minas arcou com o seu compromisso, buscando parceiros para viabilizar o que havia sido acordado. Muito nos estranha (o presidente) vir a público e dizer que não está pagando suas dívidas por nossa conta", declarou. Segundo Romero, o governo de Minas não poderia pagar diretamente pela Copa Davis porque a legislação eleitoral impede qualquer repasse de recurso público nos três meses anteriores a um pleito. "Pelo que eu soube, dois parceiros já acertaram. Um terceiro está por conta de um acerto, mas também estou cobrando isso", afirmou.
O parceiro devedor seria o Banco do Brasil que, segundo a CBT, precisa pagar R$ 300 mil. Segundo a assessoria de imprensa do banco, o processo de pagamento está dentro do trâmite normal de uma empresa estatal, que é mais lento do que o de uma companhia privada.