Denúncia de jornal gera protesto em Ribeirão Preto
08/01/2007 - 14:55 hs
Polêmica
Antes do jogo contra o CENE pela Copa são Paulo de Júnior, o presidente do Comercial, Santino Soares da Silva Júnior, foi pressionado pela sua torcida, que queria saber qual é a posição do clube diante da denúncia do Jornal A Cidade.
Segundo matéria do jornalista Igor Ramos, Marcel (do Botafogo) atuou sem condições de jogo em duas partidas da Copa Federação Paulista de Futebol (FPF), sendo que uma delas foi o clássico Come-Fogo, em Palma Travassos. O presidente procurou esclarecer que nada pode ser feito, mas os torcedores não entendem assim.
Na opinião de todos o Comercial foi o maior prejudicado, pois com a punição ao Botafogo, perdendo 12 pontos, o Bafo se colocaria melhor na tabela de classificação e teria o direito de decidir em casa uma classificação e teria a vantagem. Os torcedores lembraram que na segunda fase do campeonato, perdeu a vaga após dois empates com o União São João de Araras. O presidente Santino disse que o Comercial não foi prejudicado sozinho, mas que no momento não existe nada a fazer.
Torcida quer reunião Os torcedores pediram ao presidente do Conselho Deliberativo, Mauricio Lemos, uma reunião para discutir esse assunto melhor e até um processo contra a entidade e contra o rival Botafogo por perdas e danos. O que mais revoltou alguns torcedores é que matéria cita, que o Botafogo seguiu na competição seguindo orientações da própria Federação Paulista de Futebol.
"Uma entidade não pode se dar o direito de favorecer esse ou aquele clube, principalmente quando comete algo ilegal. A federação tem que tratar todos os filiados da mesma maneira e não jogar a sujeira para debaixo do tapete” disse Rogério Vieira, antigo torcedor do Comercial.
Para acalmar os torcedores mais exaltados Santino Soares, prometeu que vai protestar, mas mover um processo não. Ele entende que não dar em nada. Afirmou que não conhece a fundo o problemas, mas prometeu estudar junto com o departamento jurídico do clube a situação.
Leia abaixo alguns itens da matéria do Jornal A Cidade:
...o clube cometeu a irregularidade devido a uma suposta falha da Federação Paulista de Futebol (FPF) que liberou o registro do atleta, mesmo sem condições.
O fato ocorreu com o zagueiro Marcel, durante dois jogos da Copa FPF e após a descoberta o Botafogo colocou o jogador na geladeira até a semana passada, quando acabou optando pela sua dispensa.
A falha teria partido da FPF que liberou a inscrição do jogador antes do início da competição. Mas ao detectar o erro, a entidade teria solicitado ao Botafogo que o jogador não atuasse mais na Copa FPF. O pedido aconteceu antes do jogo contra o Bandeirante, em Birigui, pela 4ª rodada.
Marcel jogou com o contrato irregular pois na mesma temporada atuou por quatro clubes, sendo que dois deles de estados diferentes.
O contrato do atleta não obedeceu às normas da RDP (Resolução da Presidência) 03/2005 baixada pela CBF em 18 de agosto de 2005. A Resolução que dispõe sobre cessões, definitivas e temporárias de contratos de jogadores, resolve que a partir da data da sua divulgação que “somente serão permitidas, a cada jogador, duas transferências interestaduais e temporárias”.
Marcel atuou em 2006 pelo Grêmio Anápolis, Francana, Guarani de Palhoça e Botafogo. Portanto, o atleta superou o limite de duas transferências interestaduais.
Os jogos irregulares O zagueiro de 27 anos defendeu o Botafogo em dois jogos com contrato irregular. Contra o Oeste (1x 2), em Itápolis, no dia 21 de julho e contra o Comercial (3 x 1), no dia 30 de julho.
Na primeira partida ele estava no banco e substituiu Vandinho, no segundo tempo. Voltou a ser escalado no clássico Come-Fogo, quando entrou no final da partida, substituindo Pablo.
Se por um lado faltou ao Botafogo apurar com cuidado a origem do atleta e se o mesmo poderia ser registrado em condições legais de jogo por conta das seguidas transferências, a Federação Paulista de Futebol (FPF) errou ao emitir o cartão do jogador. A reportagem do A Cidade tentou manter contato com a entidade, mas não obteve resposta.
Segundo informou Marcel, o aviso do erro teria partido da própria Federação Paulista Paulista.
“Quando me passaram que eu não podia mais jogar, me disseram que a Federação Paulista tinha observado a falha”, contou Marcel.Procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva não denunciou o Botafogo.
A descoberta do erro aconteceu momentos antes do jogo contra o Bandeirante, em Birigui. Marcel estava relacionado, mas foi cortado no hotel após receber o telefonema de um diretor informando que a Federação Paulista de Futebol havia detectado o erro. A justificativa dada à imprensa foi que o atleta encontrava-se com febre e indisposição e que estava cortado. A partir daí, Marcel não voltou mais ao time e ficou apenas treinando em Santa Cruz e recebendo salários.
Confissão O jogador confirmou ao A Cidade a informação apurada pela reportagem.
“Fui comunicado do problema por um diretor que ligou e disse que a Federação tinha avisado que eu não poderia jogar por causa do erro. Fiquei triste com isto. Fui homem com o clube segurando a bronca o tempo todo. Até mesmo em Araraquara, onde conheço muita gente não falei nada porque poderia prejudicar o clube na Copa FPF. Da minha boca ninguém saberia, pois o Botafogo foi honesto e honrou os compromissos comigo. O problema foi que a partir disto não joguei mais”.
Marcel confirmou que a “contusão” que o impediu de jogar o restante da competição jamais existiu. “Eu não joguei mais, mas ficava treinando e de vez em quando fazia uns tratamentos”, conta.
O jogador revelou que não conhecia o problema e procurou isentar o Botafogo de culpa. “Eu não sabia deste problema com transferências interestaduais. Acho que o Botafogo também não sabia. A culpa foi da FPF”, disse o jogador.
O técnico Edison Só também foi obrigado a guardar o segredo e confirmou ao A Cidade o problema com o jogador. “Tivemos que encobrir naquela oportunidade porque era uma situação muito delicada. Perdi o jogador também. Foi difícil, mas a situação exigia. Fui pego de surpresa”, confirmou.
O lado Tricolor O presidente do Botafogo Luís Pereira e o atual diretor responsável pela secretaria não foram localizados e não retornaram as mensagens em seus celulares.