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SEÇÃO: Outros Esportes
Nunca estive com tanta vontade de ganhar, diz Barrichello
25/05/2007 - 14:26 hs
Fórmula 1
 
Em sua 15ª temporada na Fórmula 1, Rubens Barrichello (foto) diz que nunca sentiu tanta vontade de ganhar como agora. Ao completar 35 anos na semana do Grande Prêmio de Mônaco, o piloto brasileiro afirma que vai lutar contra a condição atual de sua equipe - que o proporcionou como melhor classificação este ano um décimo lugar - e fará o carro ser competitivo. "É um dos dons mais positivo que tenho. Eu consigo fazer um carro ruim ficar melhor".

Em entrevista exclusiva ao Terra, Barrichello conta que ainda quer ser campeão. "Eu tenho projetos, tenho sonhos. Viver com eles não faz mal, só bem."

Ao mesmo tempo em que diz correr por vitórias, Barrichello não se ilude em relação ao momento da equipe e a condição de seu carro. "Se continuarmos assim vai ser difícil marcar cinco pontos (em toda a temporada)", prevê.

Enquanto não alcança seu objetivo, torce por Massa e enxerga grandes chances de o Brasil conquistar um Mundial de Pilotos após 15 anos de espera - o último título foi garantido por Ayrton Senna, em 1991. "O Brasil tem que continuar torcendo, porque temos uma grande chance de sermos campeões este ano."

Primeiro piloto brasileiro de Fórmula 1 a competir pela Ferrari, ele é o quarto maior pontuador da história da modalidade, atrás do alemão Michael Schumacher, do francês Alain Prost e Senna, quarto maior da história em número de pódios e a 20 Grandes Prêmios de se tornar o piloto com maior número de participações na categoria.

- Confira a entrevista na integra:

Terra - Como foram os testes desta semana em Paul Ricard?
Rubens Barrichello - Teve uma melhora. Acreditamos que o carro deva estar uns 0,3 segundo mais rápido por volta. Tivemos uma melhora na parte aerodinâmica, que fez com que o carro tivesse uma pequena melhora nas freadas e na saída de frente em curvas de baixa. Era a primeira vez que eu ia para Paul Ricard, então é difícil fazer a tradução do que aconteceu lá e do que realmente vai acontecer aqui em Mônaco. Mas estamos com sentimento positivo, achando que demos um saltinho pra frente.

Terra - O que se pode esperar para o grid no sábado?
Rubens Barrichello - O grid é difícil. Acho que temos mais chance de chegar aos pontos do que classificar entre os dez primeiros. Acho que podemos esperar por um grid parecido com o de Barcelona, onde tivemos a felicidade de passar para a segunda parte do treino de classificação. Podemos estar um pouquinho para frente, mas não mais que isso.

Terra - O que o torcedor pode esperar de você no domingo?
Rubens Barrichello - Um cara ultra motivado tentando chegar nos pontos. No momento, com o carro que a gente tem, é a única coisa que dá para almejar.

Terra - Você tem sido mais rápido que Button em todas as provas de 2007. O que mudou para você na equipe de um ano para cá? Quando você espera ter um carro tão competitivo quanto aquele do final da temporada passada?
Rubens Barrichello - O meu problema no carro do ano passado era de adaptação, inicialmente. Mas eu tinha muito problema de controle de tração. Da maneira como eu guiei os seis anos de Ferrari, meu cérebro fazia de um jeito e eu tinha que fazer mecanicamente de outro (no carro da Honda). Era uma luta constante que afetava realmente minha condição de piloto. Tive que passar o ano inteiro aprendendo a fazer uma coisa que não gostava e, ao mesmo tempo, levando um projeto paralelo mudando este controle de tração. Durante todo inverno europeu trabalhei nisso e consegui chegar a 90% daquilo que eu queria agora. Agora eu guio um carro que não é rápido, não tem tanta aderência quanto o carro do ano passado, mas o controle de tração está muito mais do jeito que tem que ser. Hoje consigo guiar o carro mais feliz que no ano passado. Em relação à segunda pergunta, é difícil colocar uma data para quando o carro vai melhorar. Temos um grande avanço de pacote aerodinâmico para Magny Cours e, sinceramente, espero que com este novo avanço a gente possa voltar a lutar posições e fazer bastante pontos ainda neste ano.

Terra - Qual a sua expectativa em relação ao campeonato?
Rubens Barrichello - Se continuarmos com o carro como este que temos agora, será difícil marcar cinco pontos. Mas dando uma reviravolta e conseguindo melhorar como a Honda precisa, como eu preciso, como o Jenson (Button) precisa, vamos fazer o carro ficar mais competitivo e tirar muito mais pontos dele. Meu objetivo principal é fazer este carro ficar competitivo.

Terra - E o quão o trabalho deste ano vai afetar a sua decisão de permanecer na Honda no ano que vem?
Rubens Barrichello - Por incrível que pareça, estou muito motivado. Mais do que em qualquer outra época. Eu tenho muito de velocidade dentro de mim. Eu realmente sou um apaixonado por tudo aquilo que faço. Hoje tenho 35 anos e nunca me vi com tanta vontade de ganhar como estou. Não tenho o mínimo interesse de parar.

Terra - E com relação a sair da Honda?
Rubens Barrichello - Eu tenho trabalhado junto com a equipe nas mudanças para o futuro. Tenho dado opiniões nos pontos-chave que a equipe não está fazendo certo. Mas vamos ver, tem muito para a equipe crescer na parte aerodinâmica, mas também na parte interna, de melhorarmos como time e acho que isso pode acontecer.

Terra - Você acredita que consegue quebrar o recorde de Ricardo Patrese como piloto com mais corridas disputadas na F-1?
Rubens Barrichello - Depende. Alguém me disse que chego ao GP do Brasil completando 250 corridas disputadas. Se não me engano o Patrese tem 256 grandes prêmios. Para superá-lo tenho que continuar correndo.

Terra - E esse é o seu objetivo?
Rubens Barrichello - Meu objetivo, sinceramente, é ganhar corridas. Acho que os recordes da Fórmula 1 são feitos dessa forma. Sinto-me lisonjeado em ter sido o primeiro brasileiro a ter corrido pela Ferrari, lisonjeado por ter sido um dos mais jovens a ter começado e, provavelmente, vou sentir-me lisonjeado por ter batido um recorde desse nível. Meu trabalho durante este tempo todo foi para eu ser campeão, e ele continua sendo, este é meu maior objetivo.

Terra - Então você ainda tem um projeto para o campeonato no ano que vem?
Rubens Barrichello - Eu tenho projetos, tenho sonhos. Viver com eles não faz mal, só bem.

Terra - Com o conhecimento que tem da Ferrari, o que você espera de Felipe Massa este ano?
Rubens Barrichello - Acho que o esquema da Ferrari já não é mais o que era. Com a saída do Michael (Schumacher) as coisas são muito mais transparentes e o Felipe está fazendo um trabalho excelente, fazendo o Brasil ficar acordado para as corridas de madrugada. Ele tem uma ótima chance de ser campeão, mas a McLaren deve melhorar bastante e o campeonato vai continuar excitante como está agora. Mas o Brasil tem que continuar torcendo, porque temos uma grande chance de sermos campeões este ano.

Terra - Como você vê a nova geração brasileira de pilotos, principalmente Nelsinho Piquet, que é o mais próximo de conseguir uma vaga de titular?
Rubens Barrichello - O que posso ver é que, nos testes, o Nelsinho tem feito um grande trabalho. Mas não sei, às vezes colocam o piloto para fazer testes por uma razão ou por outra. Espero que no caso do Nelsinho o bom trabalho deixe todos contentes e que logo ele esteja no carro.

Terra - Quais as diferenças entre a F-1 de hoje e a de 1993, quando você estreou na categoria?
Rubens Barrichello - Antigamente você chegava à F-1 com os títulos de categorias passadas. Hoje tem muita gente com contrato de 10 anos. O Hamilton, por exemplo, tem contrato desde o kart. A segurança também é bem maior que no passado. Fora isso, a politicagem é a mesma e só sinto falta dos pneus slick.

Terra - E com relação a expectativas da torcida e da imprensa?
Rubens Barrichello - Com a morte do Ayrton (Senna) o Brasil sofreu uma mudança dramática. Muita gente parou de assistir, muita gente voltou mais tarde. Mas a análise é feita pelo dia-a-dia, sempre foi assim. Você ganha hoje e é ótimo, se amanhã você não ganhou, já não é mais.

Terra - Você teve por seis anos o melhor carro da F-1 nas suas mãos e não brigou pelo título ou venceu o GP Brasil. O que você pode pedir para a sua carreira, mais sorte?
Rubens Barrichello - Eu sou o cara mais sortudo do mundo. As pessoas têm uma análise errada da minha situação. Com todas as dificuldades que tive dentro da Ferrari, ainda ganhei nove corridas. Agradeço todo dia a vida que tenho, os filhos que tenho. Sorte com certeza eu não vou pedir.

Terra - E o que você pede para sua carreira, então?
Rubens Barrichello - Para continuar trabalhando duro como estou trabalhando. Na minha opinião, é um dos dons mais positivo que tenho e que consigo tirar proveito disso. Eu consigo fazer um carro ruim ficar melhor. Eu só queria continuar com o dom que tenho de guiar e trabalhar.

Terra - Qual o recado que você quer passar para o torcedor que liga a TV toda a manhã, há 14 anos, e torce por você?
Rubens Barrichello - Eu tenho que agradecer sempre o suporte do brasileiro. Muita gente acha que o Rubinho é amado ou odiado e não é isto. Tem gente que gosta do cantor Roberto Carlos, tem gente que não gosta. É difícil ter uma aceitação de 100%, mas o meu trabalho é pra eu ter minha felicidade e levantar a bandeira do Brasil que está dentro do meu coração. O resto é o resto.

 
Fonte: www.terra.com.br
 
 

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