Os hospitais da rede pública do Rio de Janeiro podem sofrer um colapso durante os Jogos Pan-Americanos. A previsão é do Conselho Regional de Medicina (Cremerj).
Relatórios do Cremerj apontam problemas que podem ser agravados com o aumento de atendimentos durante as competições. Nem mesmo as quatro unidades consideradas centros de referência para o evento escapam do caos.
O Cremerj alega que há uma série de irregularidades nos Hospitais Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Miguel Couto, na Gávea, Salgado Filho, no Méier, e Souza Aguiar, no Centro.
A situação seria pior nesse último, onde a condição de higiene é considerada precária e há superlotação. Segundo a presidente do Conselho Regional de Medicina, Márcia Rosa Araújo, em todas as unidades faltam profissionais por causa dos baixos salários.
"Esses profissionais não ficam pelo o que se paga, que é em torno de R$ 1,5 mil. As emergências ficam superlotadas pelos pacientes crônicos que não têm onde ser internados e por aqueles que não conseguem atendimento na rede básica de saúde", destacou.
A médica disse ainda que o poder público deve investir em postos de saúde para evitar que pacientes vítimas de doenças que poderiam ser evitadas cheguem as emergências públicas.
Recentemente, o ministro dos Esportes, Orlando Silva, disse que espera que os hospitais estejam em situação melhor antes dos Jogos por causa dos investimentos feitos pelo governo federal no evento. Silva disse ainda que a expectativa é de que o Pan seja um marco de mudanças na rede pública de hospitais.
A expectativa do Comitê Organizador dos Jogos Pan-Americanos é de que 500 mil pessoas visitem o Rio de Janeiro durante o evento. Apenas atletas e membros de delegações terão atendimento em hospitais particulares.