Cortada da Seleção Brasileira de vôlei que disputará os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, a ponteira Jaqueline culpou cápsulas de chá verde compradas para combater a celulite pelo exame antidoping positivo que a tirou da competição.
Jaqueline foi flagrada na Itália, onde joga pelo Jesi, e seu exame deu positivo para sibutramina, substância ativa em remédios para emagrecimento. Segundo a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), a atleta foi cortada como uma medida preventiva.
"Eu fui numa farmácia na Itália comprar o remédio que eu sempre tomo (para tireóide) e vi que eles tinham um chá verde para celulite que disseram que era totalmente natural", disse, explicando o momento em que acredita haver ingerido a substância ilegal.
"Usei três dias e parei. Tomei por mim mesma, não avisei o clube, imaginava que era um produto natural (...) sou uma mulher vaidosa, todo mundo sabe que mulher é assim. Cometi um erro e levei um baque para aprender mesmo".
O teste foi realizado em 10 de junho, no último jogo do Jesi pelas finais da liga principal do Campeonato Italiano. Para o lugar de Jaqueline, a Seleção Brasileira convocou Regiane, do Rio de Janeiro.
Como o prazo para a inscrição de jogadoras no Pan acabou às 18h desta quinta-feira, a comissão técnica da Seleção optou por substituir Jaqueline para evitar que o Brasil tivesse que disputar o Pan com uma equipe de 11 jogadoras.
A seleção desembarcou nesta quinta-feira na Vila Pan-Americana, mas Jaqueline nem teve tempo de conhecer o local. "Estou sabendo disso há uma hora e meia e estou meio perturbada ainda, não sei bem direito o que aconteceu".
Julio Nardelli, médico da CBV, disse que a comissão técnica não tem ainda nenhuma informação oficial sobre o doping. Ele informou que exame antidoping revela apenas a presença de substâncias proibidas e não a sua quantidade no sangue.
Por isso, ele crê que nos próximos dias haverá chance para a realização de análises que mostrem que a quantidade de sibutramina no sangue da jogadora não era elevada.
"Esse medicamento não serve para aumentar o desempenho, precisaria tomar uns cinco quilos dele para fazer algum efeito", disse Nardelli. "Há duas semanas o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) fez exames antidoping na Jaqueline e nada foi apontado. Ela está limpa", completou.
Essa já é a segunda edição dos Jogos Pan-Americanos que Jaqueline deixa de participar. Em Santo Domingo, em 2003, a jogadora ficou de fora por problemas no joelho que a deixaram dois anos parada. Ela também deixou de participar da Olimpíada de Atenas, em 2004.
"(A Olimpíada de) Pequim passa a ser meu alvo. Nosso objetivo é a classificação", declarou a ponteira, que agora retorna para sua casa, no Recife.
Assim como Jaqueline, às vésperas do Pan de 2003, Maurren Maggi foi cortada da seleção de atletismo em um caso semelhante. A saltadora foi flagrada em exame antidoping para um anabolizante que, segundo ela, seria proveniente de um creme cicatrizante usado após depilação a laser.