Por unanimidade, Corinthians decreta fim da parceria com MSI
25/07/2007 - 08:32 hs
Fim do MSI
A reunião do Conselho Deliberativo do Corinthians, ontem, transformou em oficial o fim da parceria com a MSI, que, na prática, já não existe desde junho do ano passado, quando Kia Joorabchian viajou à Inglaterra e nunca mais voltou. Por unanimidade, os 241 conselheiros presentes na votação optaram pelo rompimento com o fundo de investimentos - no total, o clube tem 400 conselheiros.(Foto)
Até mesmo presidente do clube, Alberto Dualib, responsável direto pela união do clube paulista com os investidores no final de 2004, votou a favor do encerramento da parceria, assim como seu vice Nesi Curi.
Antes mesmo do pleito já era certa a intenção corintiana de por um ponto final na união. "A parceria já está morta faz tempo. Hoje vamos apenas sepultá-la", comentou Rubens Approbato Machado, presidente do STJD e conselheiro do clube do Parque São Jorge, momentos antes da conturbada votação.
Agora irá se iniciar outra batalha nos tribunais, já que Kia, apesar do pedido de prisão expedido após denúncia do Ministério Público Federal, avisou que não vai aceitar tal atitude passivamente e promete cobrar os US$ 25 milhões por queda de contrato unilateral e mais os investimentos feitos em contratações.
Considerado um dos principais opositores da parceria, o conselheiro Romeu Tuma Jr. ironizou Kia. "Se eles vierem aqui reclamar no Brasil, serão presos", disse.
O Corinthians acredita no rompimento sem ônus devido justamente ao processo contra Kia e Boris Berezovski, real investidor da MSI, por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, denúncia que envolve ainda o presidente corintiano, Alberto Dualib, e seu vice, Nesi Curi.
"Além da ação no Ministério Público, nós ainda temos provas que mostram que quem rompeu o contrato primeiro foram eles e não o Corinthians. Temos tudo documentado", afirmou Approbato.
A verdade é que o encontro desta terça apenas encerrou uma parceria que rendeu apenas um título o Brasileiro de 2005 e aumentou e, muito, o valor da dívida do clube, hoje superior aos R$ 70 milhões.
Aliás, um casamento que sempre foi muito tumultuado, principalmente após Kia virar ídolo da torcida ao contratar jogadores como Tevez, Mascherano, causando muito ciúmes em Dualib, sempre odiado pelos torcedores.
De fato, o acordo não era mais respeitado deste junho de 2006. A MSI não envia mais nada ao clube, que, por outro lado, também não repassava nada, gerenciado o departamento de futebol por conta própria, dando início ao fim da parceria que teria que durar até dezembro de 2014.
Para piorar, na quinta-feira passada, a remessa de dinheiro foi encerrada totalmente por força da denúncia do Ministério Público Federal, que determinou o bloqueio das contas para recebimento de valores vindos de Boris Berezovski.
A situação forçou um posicionamento do Cori (Conselho de Orientação corintiano), que decidiu pelo rompimento praticamente por unanimidade, algo que foi ratificado pelo Conselho Deliberativo nesta terça.
Apesar disso, nem todos queriam o fim da parceria. Principal opositor de Dualib, Andrés Sanchez, amigo de Kia, era desfavorável ao rompimento do acordo, acreditando ser o presidente corintiano o único culpado. Tanto que Marlene Matheus e Raul Corrêa da Silva, seus aliados, foram os únicos que se abstiveram da votação do Cori, que teve os outros membros, 11 no total, votando pelo fim do acordo.
Nesta terça, na reunião, o posicionamento de Andrés foi o mesmo de todos os conselheiros. "Não tinha mais como continuar", afirmou o oposicionista.