Foi um dia especial em Nova Lima, que começou e terminou com festa. Motivos não faltaram. Para começar, era dia de Nossa Senhora do Pilar, a padroeira da cidade. Pela manhã, uma multidão saiu às ruas para participar da procissão, que durou até por volta das 11h, quando houve missa na matriz.
Em seguida, o segundo motivo para comemorar: a CBF reconheceu, oficialmente o título do Villa Nova de campeão da Primeira Divisão, em 1971, o que dá direito ao clube de participar da Timemania. E nesse embalo que a torcida foi ao Estádio Castor Cifuentes (foto), o Alçapão do Bonfim, onde o Villa fez outra grande exibição no Brasileiro da Série C: goleou o Águia Negra-MS por 5 a 0, reabilitando-se da goleada sofrida na estréia da segunda fase, pelo mesmo placar, diante da Ulbra-RS, em Canoas.
Os jogadores do Villa entraram em campo preocupados não somente em vencer, mas em apagar a imagem da goleada sofrida. "Agora, ninguém vai mais falar que fomos goleados. O que fica na memória do torcedor é essa vitória", dizia o zagueiro Carciano, o capitão do time, que não jogou em Canoas por causa de suspensão.
A disposição do time foi embalada também pelo som que vinha das arquibancadas. A charanga estava, como sempre, afinada. É um dos poucos lugares onde marchinhas de antigos carnavais são tocadas e cantadas a plenos pulmões. A torcida foi junto com o time, ainda mais porque os gols começaram a sair em seqüência. O primeiro, aos 11min, de Fabinho, que dividiu com o goleiro Cícero e a bola entrou.
O campeão sul-matogrossense já parecia perdido e sua tática principal parecia ser reclamar com o árbitro e, principalmente, com Marley Leite, que não se intimidou e fez um bom trabalho, de fazer inveja.
Aos 25min, o Villa continuava dominando e marcou o segundo, num lance raro: Fabinho arrancou pela direita, como um ponta, e foi driblando um a um os seus marcadores. Da entrada da área, cruzou na cabeça do jovem Rômulo, que ampliou. Na arquibancada, a torcida canta "Índio quer apito" , depois "Kung fu"e, em seguida, "Mamãe Dolores". O clima lembra o Bloco dos Sujos, que desfila pelas ruas da cidade nos domingos de carnaval. O terceiro foi novamente de Fabinho, que arrancou desde a intermediária, ganhou do zagueiro Ricardo na corrida e tocou na saída de Cícero. E, aos 45min, depois de furadas de Ricardo e Maciel, Márcio Diogo fez 4 a 0.
EUFORIA
No intervalo, os torcedores, eufóricos, dizem que será de oito ou nove. No início do segundo tempo, aos 6min, Márcio Diogo fez o quinto do Leão. Do outro lado, o técnico Elói Krüger, do Águia Negra, está desesperado. Tira um atacante e um zagueiro e põe dois atacantes, recuando um volante para a zaga. Mas percebe o erro, pois fica sem armação. Tira outro atacante e põe um zagueiro. De nada adianta. O Villa perdeu uma ótima chance de fazer saldo, pois o que se viu foi um festival de gols desperdiçados. Para o torcedor, tudo bem, pois o time goleou e resgatou seu prestígio.
Na outra partida do grupo, o Joinville goleou o Ulbra-RS por 4 a 0, em casa, e assumiu a liderança com 4 pontos. Villa e Ulbra têm 3, e Águia Negra, apenas 1. Domingo, o Leão joga contra o Joinville, em Santa Catarina. Pelo Grupo 23, o Democrata-GV perdeu para o Bragantino por 1 a 0, em Bragança Paulista, gol de Vanderlei aos 46min do segundo tempo. Em Apucarana, Roma e Esportivo ficaram no 0 a 0 e dividem a liderança com 4 pontos. Com zero, a Pantera recebe o Esportivo, domingo.
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