Um exame teórico da CBF é a nova prova da crise do apito no Brasil. O 'provão' realizado em agosto reprovou quase um quarto dos árbitros (23% deles). Dos 416 que fizeram o teste, 36 (8,6% do total) foram reprovados por tirarem nota abaixo de 5,0 e estão na geladeira. Outros 60 (14,4%) foram afastados por ficarem com média entre 5 e 5,5 pontos. Caso consigam nota 7,0 na próxima avaliação, poderão voltar a trabalhar.
Um quarto dos árbitros e auxiliares (24,9%) conseguiu aprovação com notas entre 6 e 6,5 e segue atuando normalmente, mas também precisará melhorar na próxima avaliação. Apenas 45,1% do total, menos da metade, tiraram nota 7,0 ou acima. A informação foi publicada, nesta terça-feira, pelo jornal "O Estado de S. Paulo".
A CBF afirmou que os reprovados não apitarão mais neste ano, pois muitos não conhecem as verdadeiras regras do futebol. A qualidade está sendo muito questionada no Campeonato Brasileiro e quase não há equipe que não tenha se sentido prejudicada em alguma partida.
A prova foi de múltipla escolha, com quatro alternativas de resposta. Perguntas sobre a distância entre o pênalti e a linha de fundo, ou o que configura um impedimento, não foram respondidas corretamente pelos juízes brasileiros.
Os estados que tiveram a melhor média da prova da CBF foram Santa Catarina (8,87), São Paulo (8,83) e Goiás (8,73). Minas Gerais aparece em quarto lugar (7,87), seguido de Pernambuco (7,12). Os demais estados tiveram a nota abaixo de 6,0. O Rio de Janeiro ocupa a 18ª posição (6,13). Em último, fica o Mato Grosso do Sul, com média de 5,50 pontos. O Acre e o Amapá, que representam 7% do total, ainda não tiveram seus resultados computados.
CBF prepara ranking de árbitros para 2008
Preocupada com a queda do nível da arbitragem no país, a Confederação Brasileira de Futebol vai adotar, a partir de 2008, um ranking de 40 árbitros e assistentes que irão trabalhar na Série A do Brasileirão. A idéia é revelar, antes mesmo de a competição começar, quais serão os profissionais envolvidos. Além de pressionar os juízes que apitam na elite do futebol a manter uma certa regularidade. Caso contrário, podem ser rebaixados à Série B de 2009, dando vaga a outro árbitro que teve atuação destacada na Segundona do ano anterior (assista ao vídeo do Esporte Espetacular sobre os erros de arbitragem)
- Eu não quero um árbitro inteligente como o Einstein nem um corredor como o Joaquim Cruz, mas os juízes e bandeirinhas terão que ir bem nos jogos se não quiserem ser rebaixados. Lógico, que no ano seguinte, eles podem voltar. Árbitro é quem nem jogador, também tem fase - garante o presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, Sérgio Corrêa.
Por outro lado, Corrêa é contra a "geladeira" na arbitragem, pois acredita que o afastamento mais prejudica do que educa os árbitros. - Sou contra punir árbitro com gancho. Ele fica fora de algumas rodadas e, quando volta, apresenta problemas físicos e psicológicos. Além de perder ritmo e ficar com a auto-estima baixa.
Projeto ambicioso
Se a categoria sofre com a falta de profissionalização, o presidente da Comissão Nacional de Arbitragem, Sérgio Corrêa (foto), pretende implantar, ainda este ano, mecanismos que irão minimizar o excesso de erros no Campeonato Brasileiro.
- As 26 federações, mais o Distrito Federal, foram encarregadas de contratar um avaliador físico e um orientador. Sem falar que a CBF irá montar um corpo de supervisores regionais. Temos que trabalhar na base. Acredito que, em cinco anos, vamos colher os frutos. Estamos jogando a sementinha, começando a engatinhar - diz.
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