O técnico da seleção portuguesa, Luiz Felipe Scolari (foto), disse que teve a família ofendida pelo zagueiro Dragutinovic, em quem desferiu um soco após a partida contra a Sérvia, na última quarta-feira. Em pronunciamento feito nesta última quinta, ele explicou sua atitude e pediu desculpas.
Felipão chamou todos os acontecimentos que envolveram o empate por 1 a 1, no Estádio José Alvalade, de "noite infeliz". Voltou a criticar o árbitro Markus Merk, a falta de "fair play" dos jogadores sérvios e se retratou, embora, já no fim do pronunciamento, tenha dito que não estava errado.
"Peço desculpa, não sou infalível. Todas as pessoas erram, e eu tive um momento em que me perdi. Mas, se me perdi protegendo o meu atleta, acho que não estive errado, porque todos protegem aquelas pessoas com as quais trabalha. De qualquer maneira, sei que foi um gesto que não deve acontecer", declarou o treinador.
Como havia feito após o jogo, Felipão disse que se desentendeu com Dragutinovic para proteger o português Quaresma, "que vinha sendo pressionado pelos adversários, dois atletas em situação de muita confusão". Além disso, de acordo com o brasileiro, as palavras do sérvio não foram amistosas.
"Palavras em espanhol dirigidas à minha família eu entendo perfeitamente. Tapa na minha mão eu sei o que é, sei como dói. Quando tenho uma reação contrária, é uma reação totalmente errada, que eu não poderia ter, mas, em determinados momentos, mesmo uma pessoa racional, que tem uma idéia de nunca errar, erra", acrescentou.
O técnico brasileiro disse ainda estar preparado para as conseqüências de seu atos. De acordo com ele, a investigação já aberta pela Uefa levará em conta a provocação que recebeu dentro de sua área técnica. Lembrou que, mesmo com o jogo finalizado, Dragutinovic foi expulso por Markus Merk.
Além da retratação com a Federação Portuguesa, a Uefa e os próprios atletas, Felipão fez questão de pedir desculpas ao povo português. Explicou que seu "ato impensado, um auto-reflexo" aconteceu na defesa das cores da seleção rubro-verde.
"Eu visto a camisa, estou de coração com Portugal. Portanto, se por acaso tive uma atitude que não condiz com a pátria, peço desculpas ao povo de Portugal, mais uma vez. Eu me sinto português e me sinto dentro da minha casa", concluiu o treinador.
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