Brasil joga para fazer da volta ao Rio ponto alto da era Dunga
17/10/2007 - 09:00 hs
Eliminatórias do Mundial de 2010
O retorno da seleção brasileira (foto) ao Rio de Janeiro após sete anos é visto pela comissão técnica como o ápice da "era Dunga". Na noite desta quarta-feira, o time verde-amarelo encara o Equador, às 21h45, pela segunda rodada das eliminatórias da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul.
"Mais importante do que conquistar a Copa América para nós da seleção brasileira é voltar a jogar no estádio do Maracanã. E ainda mais importante do que isso é reencontrar a torcida carioca, que sabe transmitir muito alegria", discursou o técnico Dunga na última segunda-feira, em sua primeira coletiva no Rio de Janeiro.
Não é para menos o sentimento de Dunga em relação a tudo que cerca a relação do time pentacampeão com o lendário estádio carioca e a cidade que o abriga. As primeiras conquistas, a maior tragédia e shows inesquecíveis permearam o cotidiano do estádio até interrupção desse contato, em 3 de setembro de 2000.
Foi nessa data o último jogo do Brasil no Maracanã até o retorno desta quarta-feira. O jogo valia pelas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002, na Coréia do Sul e no Japão. Na ocasião, o time comandado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo goleou a Bolívia por 5 a 0, com três gols do atacante Romário, um de Marques e outro de Rivaldo - destes três, o único que foi ao Mundial.
Mas a relação da seleção brasileira com o Rio de Janeiro começou muito antes. Teve largada simplesmente com o Brasil campeão. O primeiro título conquistado pelo time principal masculino do Brasil aconteceu na capital fluminense: o Campeonato Sul-Americano de 1919. Desde então, a equipe e um dos principais cartões postais do país têm um casamento com tristezas e alegrias.
"Nós temos consciência da importância da cidade na história da seleção. Muita coisa aconteceu aqui e no Maracanã. Eu não tive a oportunidade de conhecer muitas coisas porque sempre que passei pelo Rio foi com o Santos e só para jogar. Mas é um local maravilhoso e importante para o Brasil", declarou o atacante Robinho.
O jogador do Real Madrid tem razão: muita coisa já se passou no Maracanã. E logo no ano de sua inauguração o episódio mais triste da história da seleção brasileira: a derrota para o Uruguai na final da Copa do Mundo de 1950. O time que tinha Barbosa no gol perdeu por 2 a 1.
"É muito importante para nós voltarmos ao Maracanã, um estádio que tem muita história. Não dá para explicar o que é jogar nesse campo", falou Ronaldinho Gaúcho, único que já atuou no estádio vestindo a camisa da seleção brasileira.
Outros detalhes relevantes ligam a seleção brasileira ao Rio de Janeiro. A CBF, por exemplo, tem sede na capital fluminense. Uma Copa América, a de 1989, foi conquistada no Maracanã. A Copa de 2006, na Alemanha, foi a única na história que o Brasil não levou um jogador que estivesse atuando em um clube do Rio...
E mais: o jogo que assegurou o Brasil na Copa do Mundo de 1994, que mais tarde foi conquistada e acabou com jejum de 24 anos, também aconteceu no estádio do Maracanã. No dia 19 de setembro de 1993, com dois gols de Romário, a seleção venceu o Uruguai por 2 a 0 diante de 100 mil pessoas e foi ao Mundial.
As equipes Mesmo depois da má apresentação no empate por 0 a 0 com a Colômbia, em Bogotá, o técnico Dunga não deu nenhum indício de que mudará o time para o confronto ante o Equador. Portanto, a formação deve ser a mesma de domingo.
A única observação feita por Dunga depois do empate da estréia nas eliminatórias foi de que o time precisaria ter mais posse de bola. O treinador cobrou também que os meio-campistas joguem mais de frente para o gol.
No Equador, tudo é mistério. O técnico colombiano Luís Suarez realizou treinos secretos e conta com uma das principais revelações do país: o jovem Benítez, de 21 anos. Outro destaque é o zagueiro Ivan Hurtado.
Com 145 jogos, Hurtado é o jogador equatoriano que mais vezes vestiu a camisa da seleção. O defensor está a três jogos de igualar o recordista mundial de jogos por um time nacional: o lateral-direito brasileiro Cafu.