Única nação da América do Sul que manteve a candidatura até o final para receber a Copa do Mundo de 2014, o Brasil é o favorito da Fifa para realizar a competição no continente, conforme rodízio prometido pela entidade após o Mundial de 2002, realizado na Coréia do Sul e Japão.
A Alemanha já estava previamente escolhida para o Mundial de 2006 após superar os sul-africanos em decisão polêmica, em 2000. Para evitar novas confusões, a Fifa introduziu o rodízio a partir da Copa de 2010 com o continente africano, e o vencedor foi a África do Sul.
Para 2010, a Fifa definiu que a competição voltaria a América do Sul após jejum de 32 anos. A última edição foi realizada na Argentina e, antes disso, apenas Uruguai (1930), Brasil (1950) e Chile (1958) foram palco do torneio.
Após o anúncio da entidade, algumas nações manifestaram o interesse em receber a Copa, mas somente o Brasil deu a certeza que seria um dos candidatos. No início, Chile e Argentina estudaram a possibilidade de organizar a competição em conjunto, logo descartada pelas duas partes devido aos elevados custos.
Outra hipótese, lançada pela Federação Equatoriana de Futebol, foi realizar a competição junto ao Peru e à Colômbia, mas que também não foi levada adiante.
Com o tempo, as nações, à exemplo da Confederação Sul-Americana de Futebol, passaram a apoiar a candidatura brasileira, mostrando que o País seria mesmo o único representante do continente.
Durante o mês de julho de 2005, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe Vélez, manifestou o desejo de receber pela primeira vez a competição, que já poderia ter ocorrido em 1986, mas os colombianos desistiram faltando um ano, abrindo a possibilidade de o México organizar pela segunda vez.
No mês de dezembro do ano passado, o presidente da CBF e do Comitê de Candidatura Brasil 2014, Ricardo Teixeira, oficializou a candidatura do País durante o Mundial de Clubes que erarealizado em Tóquio, no Japão, vencido pelo Internacional.
Cinco dias depois, no último dia do prazo dado pela Fifa, a Federação Colombiana de Futebol formalizou sua candidatura para receber a Copa, mas quatro meses depois anunciou a desistência, afirmando que não tem condições de arcar com os altos custos para adequar o país às exigências da Fifa, e confirmando o apoio à Copa no Brasil.
Após a confirmação como único candidato a ser sede do Mundial, a CBF passou a organizar encontros com governadores e presidentes de clubes interessados em receber a competição em seus Estados ou estádios particulares.
No mês de julho, a entidade elaborou um caderno de encargos, a ser entregue à Fifa, apresentando um dossiê completo com as garantias governamentais necessárias para receber o torneio.
No documento assinado com Lula, o governo brasileiro se comprometeu a cumprir 11 aspectos exigidos pela Fifa, que foi encaminhado junto aos outros18 projetos apresentados pelas cidades brasileiras candidatas a sedes.
No final do mês de agosto, integrantes da Comissão de Inspeção da Fifa estiveram no Brasil durante oito dias, realizando visitas nas cidades que concorrem para receber os jogos da competição.
Os inspetores passaram por Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro, além de assistirem às apresentações de mais 13 cidades-candidatas, sendo que do total, apenas 12 serão selecionadas.
Um dos obstáculos à candidatura brasileira tem sido a possível interferência de outros países fora do continente, que já demonstraram o interesse em receber a competição, caso o Brasil não atenda às exigências da Fifa.
Uma dessas nações é a China, que informou que deseja organizar uma Copa do Mundo após a realização dos Jogos Olímpicos de Pequim-2008. Porém, Blatter já descartou a idéia, afirmando que os chineses deverão esperar à próxima edição, de 2018.
Outra possibilidade, caso o Brasil seja vetado, é a transferência para outras regiões dentro da América, como já foi apontado pela Fifa, surgindo a possibilidade de México, Canadá ou Estados Unidos receber o Mundial.
O México, que já anunciou o desejo de receber o Mundial, é bem visto pelos dirigentes da Fifa após as duas edições bem sucedidas que organizou, em 1970 e 1986. Outra nação bem cotada é os Estados Unidos, apontado como modelo de organização em 1994, e que já se mostrou confiante em receber a Copa de 2018.
Outros possíveis destinos seria a Inglaterra, que perdeu a disputa com a Alemanha pela competição de 2006, e a Austrália, que organizou os Jogos Olímpicos de 2000, em Sydney.
Com a candidatura única do Brasil no continente, o sistema de rotatividade entre sedes proposto pela Fifa corre o risco de não prosseguir nas futuras edições. A entidade pode confirmar na segunda-feira que o Mundial de 2018 não terá sistema de rodízio.
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, manifestou no dia 7 de março de 2003 o seu desejo de realizar um sistema de rotatividade de continentes nas sedes escolhidas para receber as próximas edições da Copa do Mundo.