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SEÇÃO: Futebol no Mundo
Futebol feminino inicia Nacional mambembe
30/10/2007 - 08:38 hs
Futebol Feminino - Brasil
 
A pressão das jogadoras da seleção brasileira de futebol feminino (foto) e da própria Fifa alertou a Confederação Brasileira de Futebol para o óbvio: a necessidade da criação de uma competição nacional. Às pressas e com defeitos, a entidade presidida por Ricardo Teixeira divulgou no começo de outubro a tabela da Copa do Brasil para mulheres, que começa nesta terça-feira, com a participação de 32 times, distribuídos por todas as regiões do país.

Com duração curta, de apenas 41 dias, e uma tabela no mínimo questionável, a Copa do Brasil fecha o ano de grandes conquistas para o futebol feminino: ouro nos Jogos Pan-americanos e o segundo lugar inédito na Copa do Mundo na China. Para “nivelar” a competição, os jogos da primeira fase foram divididos por regiões e serão disputados em formato de mata-mata, com confrontos de ida e volta.

Por isso, times importantes no novo cenário nacional se enfrentam para definir os oito classificados que avançam para a segunda fase, que contará com dois grupos de quatro na briga por uma vaga nas semifinais. Rivais e finalistas da Liga Nacional deste ano, Santos e Botucatu realizam uma “decisão antecipada”, já que ambos são considerados favoritos para conquistar o título nacional, logo na abertura. O Santos ganhou as duas competições.

Além do time da Baixada Santista, que conta com revelações como a zagueira Erikona e a meio-campista Piquena, outros tentam levar o prestígio dos grandes clubes para o futebol feminino. Entre eles, Juventude e Inter fazem o clássico gaúcho na sexta-feira, em Caxias do Sul, e o Vasco encara o Benfica-MG.

Exemplo da tentativa da CBF em encurtar a competição são os confrontos que reúnem times de pouca expressão. Para definir a tabela, a entidade havia solicitado que cada federação estadual selecionasse as equipes melhores classificadas nos campeonatos locais. Casos como o confronto entre Genus-RO e Andirá-AC, estados que pouco representam em torneios masculinos, que já duelam nesta terça-feira. Da mesma forma poderiam ser classificados outros dois jogos deste primeiro dia: Rio Norte/AP x Independente/PA, e CEPE/SE x São Francisco/BA.

Técnico da seleção brasileira, Jorge Barcellos evitou o confronto com os dirigentes da CBF e minimizou as escolhas da entidade. Para ele, a oportunidade para as atletas atuarem em seu país natal é louvável. “Elas não podem ficar paradas, por isso devem jogar até por clubes diferentes e de pouca tradição. Mas procuro não me intrometer nesses assuntos”, afirma o treinador, que chegou a ter seu nome especulado para dirigir a seleção chinesa nas últimas semanas.

Devido aos critérios da CBF para fazer a tabela, muito semelhante ao adotado na Série C do masculino, agremiações tradicionais precisaram encontrar parcerias para ter direito de disputar a Copa do Brasil. Vice-campeão da pioneira Taça Brasil de Clubes, em 1993, e dono do Troféu Brasil (1989), o Saad Esporte Clube se uniu ao “colega” Mato Grosso do Sul FC, com quem já disputou outras competições, para garantir um lugar entre os 32 participantes.

A equipe, que competirá com o nome MS/Saad, representará a ala dos times reconhecidos apenas pelo futebol feminino, como é o caso também do Botucatu. Em seu elenco, o Saad tem nas estrelas da seleção brasileira Formiga e Daniela Alves, que foram indicadas ao prêmio de melhor da Copa, como principais destaques. Na estréia, elas jogam diante do Cresspom-DF em Campo Grande, na sexta-feira.

Mesmo chateado com a necessidade de procurar alternativas viáveis para a disputa da Copa do Brasil, o presidente do Saad, Romeu de Castro, procurou aliviar na crítica. “Não podemos culpar a CBF porque eles não tinham nenhuma competição. Criou-se um critério ruim e tudo começou errado. É lógico que também esperávamos um tratamento diferente por parte da Federação Paulista de Futebol”, afirmou o dirigente, já que a Federação estadual adotou como critério a participação no Paulista, em que o Saad atuou com o time reserva e ficou fora das três primeiras colocações.

Confiante com a possibilidade de conquistar o título da Copa do Brasil, Daniela Alves, estrela da seleção brasileira, também apontou a correria da CBF ao organizar a competição, mas acredita na possibilidade de clubes de menor expressão surpreenderem durante a disputa. “Nada impede que apareça alguma jogadora diferenciada na competição, tem vários times que nós não conhecemos e podem aprontar para cima da gente”, afirmou a jogadora do Saad.
 
Fonte: www.gazetaesportiva.net
 
 

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