Confederação Brasileira de Vôlei “se rende” e chama psicóloga para seleção feminina
28/11/2007 - 08:30 hs
Confederação Brasileira de Vôlei (CBV)
Os tropeços recentes da seleção brasileira feminina de vôlei finalmente parecem ter tocado a (CBV). Presidente da entidade, Ary Graça (foto) anunciou ontem que a equipe comandada por José Roberto Guimarães irá receber o reforço de uma psicóloga em suas próximas competições.
Vice-campeã na Copa do Mundo de 2007, no Mundial de 2006 e nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro, quarto lugar nos Jogos Olímpicos de Atenas e quinto lugar no último Grand Prix, a seleção deverá ser atendida por Samia Figueiredo. A proposta foi feita nesta segunda-feira, e a Confedereção ainda aguarda a resposta positiva da profissional.
“Ela já trabalhou com essas meninas no infanto-juvenil e no juvenil, então conhece as jogadoras. Nada mais natural que seja ela”, justificou-se Graça, presente em evento promocional da Superliga 2007/2008, explicando o que motivou a decisão de contar com ajuda psicológica para as meninas de Zé Roberto, que já chegou a contar com a ajuda de Regina Brandão.
“Pessoalmente, não vejo problema (no desempenho da equipe), até pela idade delas. Isso é natural, embora quase todas sejam campeãs mundiais em categorias de base. Não deveria haver problemas em finais, mas eu me rendo. Contratamos uma psicóloga para trabalhar com o time”, completou o dirigente, que admitiu a “incoerência” entre a decisão e sua opinião.
Apesar de o Brasil ter fechado o ano apenas com o título sul-americano, o presidente da CBV não parece incomodado com as decepções dos últimos torneios. Segundo ele, o desempenho das comandadas de Zé Roberto têm sido “excepcional”, e tamanha pressão por resultados é injusta.
“Nós temos uma equipe extremamente jovem, e estamos na formação de uma nova equipe. Foi um time que ascendeu muito rapidamente, e há uma cobrança sobre elas como se elas tivessem 15 anos de experiência”, adicionou o presidente, que já ganhou, pelo menos, o aval positivo das jogadoras.
“Durante dois anos, nós formamos um grupo no qual ninguém acreditou. Esse tipo de colocação nunca vai entrar de forma negativa. Tomara que a psicóloga faça um trabalho bem feito”, comentou a ponteira Paula Pequeno. “Mas, dentro de quadra, nem psicóloga e nem mesmo o Zé Roberto sabem qual é o sentimento e o que a gente precisa fazer”, advertiu a jogadora.
Otimismo - Por outro lado, o que ninguém no comando do vôlei do Brasil esconde é o otimismo mantido na seleção feminina. O próprio Ary Graça admite que a atual geração, apoiada com os esforços de bastidores da CBV, tem tudo para conquistar em 2008 o inédito ouro olímpico.
“Elas estão bem, não há problema interno e há uma interação com a comissão técnica”, garantiu o dirigente, antecipando sua aposta. “Eu acho que o Brasil sobe no pódio das Olimpíadas. Provavelmente no ponto mais alto”, ressaltou.
Mais uma vez, a opinião ganhou a aprovação de Paula Pequeno. “Todo mundo acredita no que o Ary falou”, afirmou a jogadora do Finasa/Osasco. “Eu sei do que a gente é capaz.”, encerrou.