Seis operários já morreram durante as obras das instalações para os Jogos Olímpicos deste ano (foto), em Pequim, sendo dois deles na construção do principal estádio, o Ninho de Pássaro, disse nesta última segunda-feira uma autoridade municipal.
Na semana passada, um jornal britânico acusou a China de acobertar as mortes acidentais de pelo menos dez trabalhadores na construção do Estádio Nacional.
"Houve duas mortes no Ninho de Pássaro, uma em 2006 e outra em 2007", disse em entrevista Ding Zhenkuan, sub-chefe do Departamento de Segurança do Trabalho da cidade.
"Indenizamos adequadamente as famílias, relatamos os acidentes à comunidade da construção e punimos seriamente os responsáveis", emendou.
Mais tarde, ele confirmou quatro outras mortes em obras, segundo uma fonte do comitê organizador dos Jogos. Ao longo de cinco anos de atividades, segundo Ding, houve também um ferido grave e três feridos leves.
O principal estádio da Olimpíada é a única das 36 instalações esportivas ainda não concluída até o momento. As obras no local, com capacidade para 91 mil espectadores, começaram em 2003.
O vice-prefeito Chen Gang disse que as obras nas 31 instalações de Pequim custaram menos que 13 bilhões de yuans (US$ 1,81 bilhão). Cinco instalações ficam em outras cidades chinesas.
Os governos central e local contribuíram com metade dos gastos, cabendo o resto a investidores e doadores.
O Ninho de Pássaro, com conclusão prevista para o fim de março, receberá as cerimônias de abertura (8 de agosto) e encerramento (24 de agosto) dos Jogos, além das competições de atletismo e as finais do futebol.
É raro que um grande estádio seja construído sem acidentes fatais. Isso ocorreu nos principais estádios dos três últimos Jogos Olímpicos.
Em 2007, 101.480 chineses morreram em acidentes de trabalho, cifra que inclui 81.649 mortes em rodovias.
No auge das obras, cerca de 17 mil operários, a maioria de províncias pobres vizinhas de Pequim, trabalhavam nas obras olímpicas.