Cruzeiro vence de novo, provoca ira paraguaia e avança na Libertadores
07/02/2008 - 09:11 hs
No jogo de ida, o Cruzeiro havia derrotado o Cerro por 3 a 1.
O jogo desta quarta-feira foi encerrado aos 24 minutos do segundo tempo quando o árbitro chileno Carlos Chandía considerou o estádio impróprio para a prática do futebol em decorrência do vandalismo dos torcedores do Cerro. Desde o final da primeira etapa, eles atiravam morteiros, pedras, garrafas e outros objetos no gramado. A ira nas arquibancadas aumentou no começo do segundo tempo, quando o Cruzeiro chegou a colocar 3 a 1 no placar.
A vitória azul foi construída com gols de Thiago Heleno, no primeiro tempo, e Marcelo Moreno e Ramires, no segundo. Lorgio Álvarez (2) fez para Cerro.
Na próxima quarta-feira, o Cruzeiro estréia na segunda fase da Libertadores enfrentando o Real Potosí no Mineirão. O segundo duelo será no dia 21, uma quinta-feira, contra o San Lorenzo, em Buenos Aires. O terceiro será novamente em Belo Horizonte, contra o Caracas da Venezuela, no dia 28 de fevereiro.
Jogo O Cruzeiro teve o domínio de grande parte do primeiro tempo, construiu com facilidade a vantagem de 1 a 0, poderia ter marcado pelo menos mais três gols, mas diminuiu o ritmo a partir dos 30 minutos, complicou-se no final e cedeu o empate.
A estratégia azul de adiantar a marcação surpreendeu o Cerro Porteño logo no começo. Os paraguaios se viram encurralados na saída de bola e deram ao Cruzeiro inúmeras oportunidades de abrir o placar. O gol saiu aos cinco minutos, quando Thiago Heleno se projetou na área, recebeu cruzamento rasteiro de Jadílson no primeiro poste e desviou por baixo do goleiro Diego Barreto: 1 a 0.
Aos sete, Wagner roubou a bola do defensor na intermediária, penetrou sozinho na área e bateu forte. Barreto se colocou bem no lance e fez a defesa pelo alto. Na batida do escanteio, Thiago Heleno desviou de cabeça, a zaga afastou e Wagner concluiu por cima. Antes do nono minuto, Domingues roubou a bola pela direita, tentou encobrir Barreto e mandou à linha de fundo.
A superioridade do Cruzeiro foi tanta no começo do jogo que o Cerro chegou à área mineira apenas aos nove, em cruzamento ruim de Estigarribia defendido por Fábio. A partir do 10º minuto, a equipe anfitriã organizou sua defesa, acertou a marcação no meio-campo e minou a força ofensiva cruzeirense.
Ainda assim, o Cruzeiro era melhor e controlava a partida sem ser ameaçado. Aos 17, outra chance foi desperdiçada na frente. Wagner cobrou escanteio, Marcelo Moreno desviou de cabeça, no canto direito, e o zagueiro Rojas cortou sobre a linha de meta.
Já por volta dos 30 minutos, o Cruzeiro passou a errar passes, tanto na defesa quanto no ataque. Era o que o Cerro necessitava para ganhar moral no jogo e passar a pressionar a defesa celeste.
O gol de empate saiu aos 42 minutos, em contra-ataque. Lorgio Álvarez recebeu a bola na intermediária, penetrou na área entre Jadílson e Thiago Martinelli e tocou na saída de Fábio: 1 a 1.
Até o intervalo, o Cruzeiro esteve em apuros, correndo o risco constante de sofrer a virada. Álvarez quase fez o segundo aos 44, quando recebeu na área, driblou dois marcadores e chutou da marca do pênalti. Para a sorte de Fábio, a zaga fez o corte.
A partida ainda chegou a ser interrompida pelo árbitro chileno quando pedras começaram a ser atiradas na área do goleiro Fábio pelos torcedores cerristas. Duas delas foram retiradas pelo juiz.
Segundo tempo Os dois times voltaram modificados ao gramado. No Cerro, Javier Torrente lançou o atacante Ferreira na vaga de Cristaldo. No Cruzeiro, Adílson trocou Leandro Domingues por Fernandinho.
Quando a bola rolou, o Cruzeiro repetiu o começo fulminante do primeiro tempo e reassumiu o domínio do jogo. Aos dois minutos, Wagner recebeu passe de Moreno na área e bateu à esquerda de Barreto. Aos três, Moreno ficou frente a frente com o goleiro e praticamente recuou a bola com uma finalização muito fraca.
O segundo gol era questão de tempo e saiu aos oito, em cobrança de pênalti de Marcelo Moreno. Ramires foi derrubado na área pelo goleiro Diego Barreto e o árbitro chileno marcou sem hesitar. Na batida, o boliviano mandou no canto direito: Cruzeiro 2 a 1.
O Cerro Porteño mal teve tempo de reagir, pois logo aos 12 o Cruzeiro ampliou a vantagem para 3 a 1. Wagner cruzou da ponta esquerda, Ramires ajeitou da entrada da área, deu alguns passos à frente e disparou um chute rasteiro à direita de Barreto: 3 a 1.
Revoltada, a torcida do Cerro começou a atirar mais objetos no gramado. O árbitro Carlos Chandía recolheu mais pedras e até garrafas d’água na área de Fábio. Quando o futebol recomeçou, os paraguaios chegaram ao segundo gol, de novo com Lorgio Álvarez. Aos 18, ele invadiu a área em meio a vários cruzeirenses e chutou forte, à queima-roupa com o goleiro Fábio: 3 a 2.
A esta altura, o Cerro precisaria marcar mais quatro gols para se classificar. Mas o árbitro decidiu dar a partida como encerrada aos 24 minutos do segundo tempo pelo vandalismo que tomou conta do estádio. A despeito dos avisos, garrafas, pedras e outros objetos continuavam sendo atirados no campo.