Cruzeiro já se movimenta contra a altitude de Potosi
08/02/2008 - 09:00 hs
Com vaga garantida no Grupo 1 da Libertadores, após eliminar o Cerro Porteño, o Cruzeiro já se preocupa com o jogo na altitude de Potosi, na Bolívia. O vice-presidente de Futebol celeste, Zezé Perrella, chegou a falar em boicote ao segundo jogo com o Real Potosi, já que o primeiro confronto com esse adversário será na próxima quarta-feira, no Mineirão.
Zezé Perrella revelou que a diretoria do Cruzeiro irá recorrer ao presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, para não precisar atuar na altitude de 3.967 metros de altitude. Segundo ele, caso não seja tomada uma providencia, o time cruzeirense pode optar em não jogar.
Indagado se o Cruzeiro pensa em recorrer à Fifa, Zezé Perrella diz que não. "Vamos simplesmente falar que não vamos jogar, porque é uma altitude criminosa, os médicos recomendam não jogar. Mas estamos pensando realmente [nisso]. O primeiro a jogar lá é o Cruzeiro e, se tiver um acordo certo, vamos procurar o presidente Ricardo Teixeira e ver o que vai ser feito, mas, se não tiver jeito e se não estivermos classificados, vamos ter de jogar", revelou o dirigente.
Zezé Perrella contou que conversou com o presidente do Flamengo, Kléber Leite, que também é favorável a não jogar em altitudes, para que ambas as equipes decidam protestar contra estas partidas. "Estamos pensando em nos juntar, juntamente com São Paulo, Fluminense e Santos e tomar uma atitude firme, de repente até em não jogar, porque eu acho criminoso você ter de jogar a esta altura", disse.
O vice-presidente cruzeirense chegou a comparar a altitude com o doping no futebol. "O doping no futebol até onde eu sei é proibido e quem joga em uma altitude, e está acostumado, a 4 mil metros de altura e a gente que vai lá é a mesma coisa que se o outro time estivesse dopado. Você tem de levar balão de oxigênio para o estádio", comparou.
Para Zezé, vai ser preciso acontecer uma tragédia em uma partida na altitude para que a FIFA tome alguma providencia séria sobre isso. "Acho que enquanto não morrer alguém a 4 mil metros de altitude não vai ter uma providencia tomada quanto a estas partidas. Mas a gente já está pensando em tomar alguma providencia para que não tenhamos de jogar", disse.
O dirigente cruzeirense espera agora que o Cruzeiro consiga fazer o chamado dever de casa para conseguir se classificar antes da partida contra o Real Potosí. "Existe um estudo na FIFA sobre o risco que é em jogar na altitude. Mas o que esperamos agora é o Cruzeiro fazer o resultado em casa, se classificar antes deste famigerado jogo lá", disse.