O Cruzeiro terá nesta quinta-feira, a partir das 19h (de Brasília), no estádio Nuevo Gasómetro, em Buenos Aires, pela segunda rodada do grupo 1 da Copa Libertadores, o seu principal desafio na temporada. Diante do San Lorenzo, o time de Adílson Batista colocará à prova a sua invencibilidade de seis jogos, nos quais marcou 19 gols e sofreu cinco (foto).
O adversário argentino ainda não venceu este ano, vive uma crise causada por três derrotas seguidas, desentendimentos internos, mas é, sem dúvida, um clube de tradição, com jogadores de grande qualidade técnica e conta no banco com o experiente Ramón Díaz.
No Cruzeiro, todos têm consciência que a partida será encarada como uma grande decisão pelo San Lorenzo. Por conta disso, o técnico Adílson usa todas as armas possíveis para surpreender o rival. O último treino foi secreto, a escalação está sendo guardada em sigilo e o discurso é de respeito total ao abalado “Ciclón”.
Durante a semana, Adílson, a comissão técnica e os jogadores assistiram aos últimos jogos do San Lorenzo, perceberam que o time argentino evolui paulatinamente e prometem uma forte marcação e saídas em velocidade para triunfar como visitante.
A palavra personalidade foi usada em vários momentos por Adílson durante sua última entrevista. “O adversário pode criar dificuldades durante o jogo e a gente tem que neutralizar isso, explorar o que a gente acha que é importante, dar liberdade para alguns jogadores, e muito daquilo que a gente tem feito a gente quer que execute com velocidade, rapidez, sem a bola com a recomposição, ter personalidade para jogar”, declarou.
Quanto ao lado disciplinar, o treinador alertou o grupo para evitar desentendimentos e ignorar provocações no Nuevo Gasómetro. O San Lorenzo já teve sete jogadores expulsos este ano. “Tem que ter tranqüilidade, jogar com personalidade, ser um time aguerrido, mostrar que quer vencer, não entrar em determinadas situações”.
Mistério
Do time cruzeirense só se sabe a base, com Fábio no gol, Espinoza na zaga, Marquinhos Paraná e Jadílson nas laterais, Fabrício, Charles, Ramires e Wagner no meio-de-campo e Marcelo Moreno no ataque. As dúvidas estão na defesa, entre Thiago Martinelli e Léo Fortunato, e na segunda vaga do ataque, entre Leandro Domingues, o favorito, Guilherme, Marcel e Marcinho.
Leandro Domingues tem mais chances de ser o escolhido tanto que foi titular em três dos últimos quatro jogos, sendo dois deles fora de casa, contra o Cerro Porteño, em Assunção, e o Guarani, no interior de Minas. O meia-atacante poderia ajudar na marcação e ser arma nos contra-ataques, por sua característica de velocidade.
Adversário
O San Lorenzo vive uma forte pressão pela falta de vitórias. Em oito jogos no ano, acumulou cinco derrotas, sendo três seguidas, e três empates. Fez três gols e tomou dez. O clube investiu alto nas contratações do lateral Placente, revelado no River junto com Sorín, no meia Andrés D’Alessandro, que estava na Espanha, e no atacante Bergessio, vindo do Benfica de Portugal.
Mas as atuações têm chamado a atenção pela apatia, falta de entrosamento e pela supremacia dos adversários. Ramón Díaz só elogiou seus comandados no sábado, quando o time perdeu por 1 a 0 para o modesto San Martín pelo Clausura. Segundo ele, houve evolução do esquema e a equipe conseguiu criar. A crítica recaiu sobre o ataque, que desperdiçou muitas chances.
A explicação de Ramón Díaz para o começo ruim é a mudança do esquema, em relação a 2007, e a chegada atrasada dos reforços. “A equipe está se readaptando. Jogávamos de uma maneira, agora jogamos de outra. Os contratados estão se adaptando. Vejo que o time se recuperou de uma dura derrota diante do Caracas e jogou bem (contra o San Martín). Criou-se muitas chances de gol. Fiquei tranqüilo ao ver que o time funcionou de boa maneira”.
Ao ser perguntado, na terça-feira, se o jogo contra o Cruzeiro seria de vida ou morte, Ramón respondeu: “Não é. E se nós perdermos? Ainda restará muito tempo”, disse ao jornal La Nación.
O goleiro Orión já pensa que o empate será encarado como uma derrota. “Será fundamental ganhar, porque na Copa Libertadores o resultado em casa é chave. Eu prefiro que digam que somos candidatos (ao título) antes que não falem nada sobre o San Lorenzo. Temos que lutar por esse objetivo”.
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