Acusado de um suposto abuso sofrido pela nadadora Joanna Maranhão na infância, o professor de educação física Eugênio Miranda entrou na Justiça, quarta-feira, com uma queixa-crime contra a atleta e sua mãe, Teresinha.
O processo foi aberto no 1º Juizado Criminal do Recife, acusando mãe e filha de difamação. Mas segundo o advogado de Miranda, João Olympio Mendonça, a história não deve parar por aí. "Dentro de oito ou dez dias vamos entrar com uma ação civil por reparação de danos morais", avisa Mendonça.
No primeiro processo, o advogado recorre ao artigo 21 da Lei de Imprensa para solicitar a punição da atleta e de sua mãe. No segundo, o pedido será de indenização financeira.
"O prejuízo para ele foi incalculável", explica o advogado. "Há 28 anos, ele era professor em escolas e clubes e nunca ninguém tinha questionado seu comportamento. Logo de saída, ele perdeu o emprego e, muito dificilmente, poderá encontrar outro porque, na dúvida, vão evitá-lo".
De acordo com o advogado, as duas ações não foram iniciadas simultaneamente porque a civil demandará mais tempo para reunir provas que dimensionem o prejuízo de seu cliente.
Pessoalmente, Mendonça diz que as perdas também foram significativas. "Ele está arrasado. Está muito abalado emocionalmente", diz o advogado, afirmando que os efeitos têm atingido toda a família de Miranda. "Seus filhos (dois) ficaram sem ir para a escola e a mulher sem trabalhar".
Mas nem todos estariam contra o ex-treinador de Joanna, garante o advogado. "Existem pessoas, ex-alunos, pais de alunos, se organizando para depor em favor dele e fazer um movimento de apoio a ele. No dia da entrega da ação, havia um grupo lá para apoiar".
Miranda nega a acusação da nadadora a quem teria visto pela última vez em 2004, após os Jogos Olímpicos. "Fizeram uma homenagem para ela no Colégio Santa Emília. Ela o tratou de maneira cordial e até autografou uma camisa dele. Como alguém trata bem e autografa uma camisa para quem diz ter provocado um trauma tão profundo?", questiona Mendonça. "Ele negou e continua negando (as acusações)".
