Fischel admite burla para evitar penhora de patrimônio do Flu
12/03/2008 - 06:45 hs
Campeonato Carioca
O ex-presidente do Fluminense David Fischel admitiu que o dinheiro utilizado para quitar as dívidas trabalhistas não passava pelas contas do clube. Segundo o ex-dirigente, "o Fluminense usou de todos os meios legais para realizar os pagamentos", afirmou, em entrevista à Rádio Globo.
Fischel justificou-se dizendo que o clube esteve ameaçado de perder a sede das Laranjeiras em função das dívidas acumuladas. "Tivemos que fazer uma engenharia financeira para não perder o nosso patrimônio. Para isso, utilizamos a receita de fornecedores e patrocinadores. Tivemos, inclusive, o dinheiro da televisão e da Unimed bloqueados. Quando tínhamos saldo, o banco fazia automaticamente os pagamentos", explicou, acrescentando ainda que "tudo era contabilizado nas contas do clube".
Fischel negou, entretanto, conhecer Daniel Pereira de Jesus, morto no dia 30 de dezembro de 2007, ao cair de um edifício em circunstâncias não esclarecidas. A polícia encontrou no fundo falso de seu laptop,um dossiê que envolvia a diretoria tricolor e o Banco Rural em fraudes durante a administração de Fischel, entre 1999 e 2003.
As denúncias surgiram a partir da reportagem do jornal Extra, publicada no último sábado, de que o clube possuía uma conta pessoal para burlar as penhoras sofridas pelas dívidas trabalhistas. A juíza Raquel Maciel, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), vai cobrar satisfações da diretoria.
Os titulares da suposta conta seriam o vice-presidente social do Fluminense, Roberto Guimarães, e Cláudia Arêas Figueira, esposa do presidente Roberto Horcades. Em nota oficial, Horcades admitiu a participação da esposa na conta, como forma de "dar um controle mais sério e efetivo à contabilidade dos valores depositados". Guimarães e Horcades podem ser processados criminalmente.